Meias janelas abertas ao vento
Beiral curto beira-e-bica
piso em tijoleira e pedra fria a absorver a luz do zol
esfriar o chão
Ao entardecer, cadeiras na calçada, a conversa costumeira
A porta principal em madeira da acesso ao largo corredor
de onde se vê a claridade que vem do fundo do quintal
e do pátio central da casa.
À primeira porta a sala do santo
depois o salão, o gabinete do chefe da família
os quartos de dormir.
Ganchos para redes em tufos de madeira
Dos fundos ouve-se o movimento da cozinha:
Negras com mãos de fada preparam o arroz com carne
a paçoca batida no pilão de aroeira.
A lenha no fogão esquenta a saborosa sopa
NO forno, o leitão, o bolo de sal, a rosca, o bolo corredor
às seis da tarde, o sino da Matriz anuncia a Hora do
Ângelus
Vindo da cozinha, o cheiro do café fresquinho
convida a família para a janta.
Silência na praça das Vitórias.
O céu estrelado de oeiras...
Ao amanhecer, o sol brilhante
por trás da torre da Matriz acorda o sino
que chama para a missa matinal.
Mais uma vez, o cheiro do café, lá da cozinha
convida ao cuscuz com ovos fritos
no café-da-manhã sertanejo.
Josevita Tapety Pontes
Oeiras, Dez/2006.
Josevita Tapety Pontes
Oeiras, Dez/2006.