quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

controvérsias, contonos e conchavos

Oru am Sudá

Adriano Nunes


meio-dia.
telefone desligado.
trânsito entrando sobrando
no cérebro,
calor,
vontade
de
sair correndo, dizer
o que
era pra ser dito,
esquecer
o quanto já tinha ouvido,
querer mesmo um
fim

de semana, um dia
pra rever-
ter tudo em
bel-prazer...
mas por que esse pensamento
perigoso,
cisma clínica sexto sentido
intuição,
ciúme, ridículo
arquétipo de
distração
resolveu dar as cartas,
feito diabinho
soprando, na orelha,
o conselho,
a controvérsia,
a centelha
pentelha... a regra
afinal?

e o momento
suspenso-suspense supreende-me
de tal forma
que a vida deforma,
que o real
desbota-se...
enquanto calculo
a margem de erro
do engano:

o amor
é amor e
sem cláusulas,
contrato (esqueçamos
as fissuras,
as loucuras,
as brigas mais duras,
os vexames!)
o amor é
(um desacordo?)
exato.

Adriano Nunes

Um comentário:

  1. "a tela" - Para Oru.

    tira
    tala tinta trama
    transa
    transe se trans
    forma
    treino
    fórceps
    fôlego
    fênix
    moldura
    e à mão a mão a mente o vão
    receio
    o que será
    o belo
    o feio
    ou pintura pura?

    o feito efeito parafuso
    solto
    o outro no outro um pouco
    o corpo
    a cor
    o corte
    a sombra
    o som
    surpreendido pelo eco
    a soma
    somática ao ver-

    so: a tela
    estende-se
    além da janela azul fugaz
    lilás luz lapso
    lápis
    lúpus borboleta em face
    a fase
    amá-la amar e amar
    (eles e elas)
    a esfera
    do rascunho
    do rabisco
    do risco sem futuro previsto
    da rasura
    da borracha, cão de caça
    à espreita do erro
    o pincel.

    a areia, o vaso
    o espectro do aspecto
    visualizado
    o texto-imagem - um velcro -
    miragem
    o produto
    despido
    de si se despede
    ártico-íris
    cristal-lindo
    retinindo:
    susto na retina,
    nervo óptico sorrindo...

    o matiz
    o ser mais que feliz
    o triz
    o toque
    a quimera mágica
    o suporte o tédio a morte
    o que é mais forte?
    o artista
    o infinito
    à risca
    arrisca-se...
    o molde.

    De Adriano Nunes

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