terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Praça das Vitórias



Meias janelas abertas ao vento
Beiral curto beira-e-bica
piso em tijoleira e pedra fria a absorver a luz do zol
esfriar o chão
Ao entardecer, cadeiras na calçada, a conversa costumeira
A porta principal em madeira da acesso ao largo corredor
de onde se vê a claridade que vem do fundo do quintal
e do pátio central da casa.




À primeira porta a sala do santo
depois o salão, o gabinete do chefe da família
os quartos de dormir.
Ganchos para redes em tufos de madeira
Dos fundos ouve-se o movimento da cozinha:
Negras com mãos de fada preparam o arroz com carne
a paçoca batida no pilão de aroeira.


A lenha no fogão esquenta a saborosa sopa
NO forno, o leitão, o bolo de sal, a rosca, o bolo corredor
às seis da tarde, o sino da Matriz anuncia a Hora do
Ângelus
Vindo da cozinha, o cheiro do café fresquinho
convida a família para a janta.
Silência na praça das Vitórias.

O céu estrelado de oeiras...

Ao amanhecer, o sol brilhante
por trás da torre da Matriz acorda o sino
que chama para a missa matinal.

Mais uma vez, o cheiro do café, lá da cozinha
convida ao cuscuz com ovos fritos
no café-da-manhã  sertanejo.

Josevita Tapety Pontes
Oeiras, Dez/2006.

A voz do coração








...
sempre certa
precisa
exata.
Ah se a mente 
não perturbase
e sabotasse tanto
e tudo
e sempre...
Ah se a mente
não aprisionasse tão forte
e sempre
e tudo...
Ah se a escolha
fosse
sempre
do coração...
Se...
se...
se...
Ah se
não houvessem tantos ses.
sós
sempre.

 Josevita Tapety
21/02/2011



terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Somos Todos Um




As adimensões em sintonia, unificam-se. O desconhecido nada tem de místico. mistifica-se apenas o que se ignora.  

1. Nada ocorre por acaso.
2. Despertos, redefiniremos o universo energético e sagrado.
3. Tudo ao nosso redor constitui-se e se origina da energia divina que estamos começando a perceber.
4. A descoberta da fonte inesgotável da energia que emana do amor, centelha divina, não mais haverá medo, domínio ou necessidade de imposição pelo poder.
5. A transformação interior que nos conecta com o divino e nos preencha com amor incondicional redimirá a humanidade nova.
6. A elevação da consciência com a dominação do ego levará a humanidade a concretizar o plano divino.
7. Determinados a participar dessa evolução, nossa propria consciencia nos mostrará o caminho.
8. A elavação da consciência do maior número de pessoas elevará a consciência da humanidade e seremos capazes de perceber a sintonia com o universo.
9. A elevação da consciência, a vibração no amor incondicional e altruísta conduzirá a humanidade ao paraíso na Terra.
10. Somos todos um.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A criminosa venda da água

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De acordo com a Lei Federal 9.433 (art. 1º, II, art. 5º, IV), de 8 de janeiro de 1997, a água passou a ser considerada “um recurso natural limitado, dotado de valor econômico”. Ou seja: a água passou a ser mercadoria. E isso vale para qualquer água — conforme se verá adiante, na transcrição dos textos constitucionais concernentes. Para vender a água ao povo, esta famigerada lei engendrou as arapucas chamadas “Agências de Água” (art. 44, III). O fato da lei (em seu art.18) dizer que a outorga (aprovação, permissão) não implica alienação (cessão) parcial das águas — “que são inalienáveis” — e sim o simples direito de uso, não passa de jogo de semântica do legislador. No caso, o “direito de uso” é pago e, de fato, constitui venda.
As águas não voltam ao suposto dono, mas se transformam em mercadorias (verduras, legumes, grãos, forragens, água tratada, etc.) que são depois vendidas ao povo. A parte que se evapora — bastante considerável, principalmente nos sistemas de irrigação das lavouras — segue o destino dos ventos.
Na referida lei, a expressão “um recurso natural limitado” entrou por claro intuito demagógico, dando a entender que a água da terra está acabando e que são necessárias apressadas providências. E o arcabouço das “providências” está ali, bem armado através de seus 57 artigos, num emaranhado de normas com segundas intenções.
O que na verdade se verá de imediato é o aumento do custo de vida, de forma gradual, conforme prevê o plano arquitetado pela conhecida súcia que então governava o Brasil. Isto é mais do que óbvio, pois o agricultor que irriga suas lavouras, ao pagar pela água, repassará a despesa aos consumidores. Além disso, todos os cidadãos futuramente vão pagar mais caro pela água tratada. Por enquanto, pagamos apenas pelo tratamento.

A ÁGUA É DO POVO

Contudo, a água é de todo o planeta. Não tem morada fixa em país algum. Tanto o ar quanto a água são bens da natureza. Nenhum deles pode ser tomado como mercadoria, por quem quer que seja. A Constituição diz que as águas são do povo. Logo, o governo está vendendo ao povo o que já pertence ao próprio povo. Eis um ato de grave traição.
A Lei 9.433/97 é uma sofisticada arma de assalto ao bolso da sociedade. Os supostos objetivos de “defesa do meio ambiente e do interesse público” não passam de embuste para tentar justificar o saque. Para a defesa do meio ambiente, já temos 37 leis, 10 decretos-leis e 200 decretos, aproximadamente, complementados por atos menores — além dos inúmeros acordos, protocolos e convenções internacionais.
E a famigerada lei foi precedida por ardilosa campanha na mídia venal, fazendo crer que o globo terrestre não mais se compunha de ¾ de água e ¼ de terra firme, e que dentro de pouco tempo estaríamos sem água para beber caso não fossem tomadas imediatas providências. Só não explicaram o que está sendo feito da água do planeta, o que está ocorrendo com ela, se está sendo decomposta por processos desconhecidos, ou emigrando para Marte ou Plutão. O certo é que a campanha já fazia parte daquilo que o governo estava planejando.
Essa lei foi aprovada por um Congresso submisso, movido por interesses escusos da camarilha que comandava o Executivo, então inteiramente subordinado aos desígnios de certos grupos estrangeiros. Embora sancionada por Fernando Henrique Cardoso, seu conteúdo foi introduzido em sua mente pelos lacaios do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Cardoso foi “vítima” de uma lavagem cerebral tão competente que age inteiramente de acordo com a nacionalidade dos que o sugestionaram. Foi cúmplice de uma poderosa gangue que vive de sugar os recursos dos países e consegue submetê-los através de um perverso processo de endividamento crescente.
O projeto da água foi arquitetado diante da certeza daquela gangue de que futuramente o dinheiro da arrecadação tributária mal daria para cobrir os gastos com parte dos juros das dívidas contratadas. Como o Governo necessita de recursos para cobrir suas despesas normais (e até para patrocinar suas campanhas na mídia), o jeito mais prático seria vender as águas dos rios, dos córregos, dos ribeirões, dos lençóis subterrâneos... Qualquer água! Uma fonte inesgotável de recursos. Um projeto de longo alcance, de implementação gradual para não causar impacto politicamente inconveniente. Assim, os juros ficariam com os impostos e as Agências de Água cobririam as despesas públicas.

O QUE DIZ A LEI

Quanto às águas, a Constituição Federal estabelece:
Art. 20. São bens da União:
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
Art. 21. Compete à União:
IXI – instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
E mais adiante:
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
É evidente que estas disposições constituem instrumento do Estado para a defesa do interesse público, não autorizando dotar a água de valor econômico — o que equivale transformá-la em mercadoria.
Face ao que foi exposto (considerando ainda que o “esquema”, por incrível que pareça, não conseguiu eleger José Serra), o novo governo tem obrigação de revogar a malfadada Lei 9.433; revogar in totum, pois toda ela gira em torno da venda das águas. É inconcebível que este governo esteja com a intenção de se aproveitar dela. E mesmo que não haja tal intenção, a coisa não pode simplesmente ficar como está, pois esta lei não é o que parece ser, podendo se converter em arma perigosíssima nas mãos de um governo salafrário.
É preocupante o fato de que o novo governo tenha “escolhido” para comandar o Banco Central um banqueiro ianque (o homem nasceu em Goiás, mas sua alma é de lá), com o objetivo já declarado de tornar aquela instituição um país independente dentro do Brasil.

*Muniz do Bomfim Borges é auditor fiscal do Estado, aposentado em Goiânia-GO.

ÁGUA:PROPRIEDADE PRIVADA

Em alguns lugares do mundo, água tem dono - e quem quiser usar precisa pagar caro. Saiba por que devemos fazer de tudo para evitar a privatização dos recursos hídricos.

POR RAQUEL SODRÉ
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A água está acabando. Mas antes de acabar, ela vai ficar mais rara. E cara. Em algumas regiões do planeta, 
água já vale ouro - e tem gente ganhando muito dinheiro com isso. Quando a água deixa de ser um recurso 
natural público, direito de todos, e passa a ser um produto, acontece o que chamamos de “comoditização”.
Existem várias formas de comércio de água. “O que eu temo é que elas fiquem tão comuns que a gente
 nem perceba quando a água não for mais nossa, nem da comunidade, nem das próximas gerações”, 
diz Maude Barlow, co-fundadora do Blue Planet Project, organização que trabalha em nível internacional 
para garantir o direito humano à água. É preciso muita força nos remos para contrariar a maré da privatização.

A FONTE DO PROBLEMA

Não é de hoje que a água é tratada como produto. Conheça a história recente do fenômeno
A comoditização da água começou nos anos 1990, quando o Banco Mundial (organização financeira
 internacional que empresta dinheiro a países em desenvolvimento e economias fragilizadas) promoveu 
os serviços de água no mercado mundial. Naquela década, com o boom da privatização, o Banco 
convenceu alguns países que privatizar a distribuição de água para a população era uma boa forma 
de arrecadar fundos. Nos países que decidiram adotar essa prática, o Estado ainda era o proprietário 
da água, mas eram empresas privadas que cuidavam de sua distribuição para a população 
(e eram donas também das instalações necessárias para o serviço). Eram as chamadas 
parcerias público-privadas” nos serviços de água.
O problema disso era que, para ter lucro, as empresas que dominavam o serviço subiram os preços 
da água que chegava às torneiras das pessoas. O povo sentiu no bolso e protestou. A insatisfação fez
 com que várias cidades comprassem de volta o direito de assumir o controle da água. “Só na França, 
40 municípios, incluindo Paris, tornaram a água pública novamente”, diz Barlow.
Além do surgimento das parcerias público-privadas para a gestão da água, os anos 1990 trouxeram 
a moda da água mineral (nas décadas anteriores, água engarrafada era luxo). Com o passar do tempo, 
o costume ficou ainda mais popular. “Chegamos ao ponto de ter algo como 260 bilhões de litros de água
 engarrafada em garrafas de plástico no ano passado. Há países que acham que não precisam oferecer 
um serviço de água limpa para os cidadãos, porque as pessoas podem simplesmente comprar 
água engarrafada”, diz Barlow.
Outra forma de privatizar e restringir o acesso à água são os chamados "water tradings
(expressão em inglês para “trocas de água”) que funcionam mais ou menos assim: um país emite 
licenças para o acesso à água (por mineradoras, por empresas de água mineral, por agronegócios etc). 
Então, essas licenças são convertidas em direito à propriedade. Assim, as empresas passam a poder
 comprar e vender esse direito à água no livre mercado - como se fosse soja ou petróleo. 
O Chile e alguns estados dos EUA são exemplos de lugares que fizeram isso.
A Austrália também fez water tradings, e lá o sistema foi um completo desastre. Mas, quando ele surgiu, 
em 1994, parecia promissor. O país passava por períodos de seca na época, e o governo pensou que 
os water tradings serviriam como incentivo para que empresas e agronegócios economizassem água,
pois, dessa maneira, a água que sobrasse podia ser vendida. Mas o que aconteceu de verdade foi que 
as grandes empresas engoliram as pequenas e os grandes agronegócios arrasaram os pequenos 
produtores. Entraram em jogo também os grandes investidores, e depois os investidores internacionais.
“O preço da água subiu dramaticamente em dez anos, ao ponto de surgirem as figuras de cowboys
 corretores de água, que fizeram rios de dinheiro”, conta Barlow. Foi mais ou menos como a 
bolha imobiliária que, segundo especialistas, vivemos agora. Só que, em vez de a especulação ser 
em cima de imóveis, era em cima de fontes de água. O resultado foi que, quando o governo federal 
quis comprar de volta os direitos sobre a água do país para salvar da seca a bacia Murray-Darling, 
não conseguiu pagar o preço que as empresas cobravam.
A água também pode ser comprada por meio dos “land and water grabs” (ou “‘abocanhados’ de terra 
e água”). Nos acordos desse tipo, uma empresa ou um governo rico compra grandes quantidades 
de terra em um país mais pobre e reivindica o direito à posse da água dentro daquele terreno. 
Segundo Maude, na África, há um território equivalente a três Grã Bretanhas que foi comprado por
 países ricos, investidores internacionais, fundos de cobertura, planos públicos de aposentadoria, 
dentre outros. “É uma nova forma de colonialismo”, comenta.
Normalmente, a água comprada em um país permanece dentro daquele país, mas legalmente 
pertence a um agente de fora. Atualmente, alguns poucos países do Oriente Médio compram água 
do exterior, mas a questão, segundo Maude, é muito controversa. No Canadá, em 1998, o governo 
de Ontario deu uma permissão para que uma empresa privada vendesse água do Lago Superior 
para abastecimento e enviasse para a Ásia para engarrafamento. O governo dos Estados Unidos
 interveio e Ontario cancelou a licença. Atualmente, somente em situações de emergência - como 
as frequentes secas sofridas pelo sudeste dos EUA - a água é transportada em caminhões pipa 
para o país vizinho.

ÁGUA VIRTUAL

Você consome muito mais água do que imagina
Na hora de calcular a água que vai de um país para o outro, também é importante por na conta 
a “água virtual”. Trata-se de todos os recursos hídricos gastos para a produção de uma coisa. 
“Se você come um bife no almoço, estará consumindo uma quantidade inacreditável de água [veja mais no nosso quiz], que foi necessária para criar o gado e preparar a carne. O Brasil é um grande exportador de água virtual 
em biocombustíveis, carne e arroz”, diz Maude Barlow.
Saber mais sobre a água virtual comercializada em cada produto não é desperdício. A conscientização
 serve para deixar mais clara a situação do comércio internacional de água. No passado, a 
pressão popular foi imprescindível para desacelerar a privatização e pode voltar a ser um grande trunfo 
na luta pelo direito à água. Para Maude Barlow, os cidadãos precisam fazer sua parte para garantir que,
 no futuro, a água não esteja completamente nas mãos de empresas. “Se essa tendência não parar, 
veremos mais e mais gente morrer por falta de água. Agora mesmo, mais crianças morrem de doenças 
trazidas pela água do que de qualquer forma de violência, até guerras”, diz a autora.
O problema também é dos brasileiros. Apesar de termos uma das maiores bacias hidrográficas do mundo,
 o Brasil também sofrerá as consequências de nosso uso desenfreado de água se não tomarmos cuidado.
 “Digo sempre que vocês precisam olhar para essas políticas [de acesso à água], porque vocês têm secas 
terríveis em seu país. Vocês estão secando a água de superfície rápido demais. O Brasil, como o Canadá, 
tem o mito da abundância e pensa que sua água nunca irá acabar. Mas isso não é verdade, e secas como 
as que estamos vendo em São Paulo, por exemplo, mostram isso”, conclui Maude.

GRÁFICO ÁGUA VIRTUAL

Veja quantos litros de água são usados para se obterem diferentes produtos:
*Uma pessoa bebe de 2 a 4 litros de água por dia






terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A descoberta do Buda – Intocado, desapegado


Sutra: Felicidade ou tristeza – seja o que for que lhe aconteça, siga em frente, intocado, desapegado.
Resultado de imagem para budha
Osho: Será de grande importância se algum dia, no futuro, começarmos a mudar os padrões das nossas línguas, porque elas estão profundamente enraizadas na ignorância. Quando você sente fome, imediatamente diz: “Estou com fome!” Isso cria uma identificação e lhe dá uma sensação como se você estivesse com fome. Você não está. A língua deveria ser tal que não lhe deixasse ter essa noção errada – “Eu estou com fome!”. Na realidade, o caso é que você está observando que o corpo está com fome – você está observando o fato de que o estômago está vazio, que ele deseja comida – mas ele não é você. Você é o observador. Você é sempre o observador, você jamais é o agente. Você permanece sempre como um observador bem distante.
Fique cada vez mais e mais enraizado na observação – eis o que Buda chama de vipâssana, um profundo discernimento interior. Simplesmente ver com os olhos internos o que quer que aconteça, e permanecer intocado, desapegado.
Um guerreiro indígena dos velhos tempos, bastante robusto, chegou cambaleando de volta ao acampamento, com sete flechas enfiadas no peito e nas pernas. Um médico examinou-o e comentou:
– Vigor espantoso. Elas não machucam?
O veterano resmungou:
– Só quando eu rio.
Na verdade, elas não deveriam ferir nem assim – e elas não ferem um buda. Não que, se você flechar um buda, não vá criar um ferimento – a ferida está ali. Ele pode sentir até mais do que você, porque a sensibilidade de um buda é máxima – você é insensível, obtuso, meio morto. Os cientistas dizem que as pessoas só deixam que dois por cento das informações cheguem até elas; noventa e oito por cento do mundo fica excluído. Para o buda, cem por cento do mundo está acessível; assim, quando uma flecha atinge um buda, ela fere cem por cento. Para você, ela fere somente dois por cento.
Mas há uma grande diferença: o buda é um observador. Ela fere, mas não o fere. Ele observa como se aquilo estivesse acontecendo a outra pessoa. Ele sente compaixão pelo corpo – ele sente compaixão, tem compaixão por seu corpo – mas sabe que ele não é o corpo. O corpo é um belo serviçal, uma casa muito boa para morar! O buda cuida dele, mas permanece distante.
Mesmo quando o corpo está morrendo, o buda continua observando que o corpo está morrendo. Sua observação permanece até o último suspiro. O corpo morre e o buda continua observando que o corpo morreu. Se a pessoa consegue observar até esse ponto, ela transcende a morte.
Despertando: O apego é a livre manifestação do ego. Para que você possa se apegar a algo ou alguém, primeiro, é preciso existir um sentimento de posse. Você se apega a sua família, porque ela é a sua família. Você se apega a sua casa, porque ela é a sua casa.
E é fato que: enquanto existir apego, haverá sofrimento. Por mais que seu ego o iluda dando a falsa sensação de controle, quem realmente está realmente na direção é Ele, o Todo. E enquanto você não se tornar consciente disso, seus desejos – em algum momento – não serão os desejos do Todo e, quando isso acontecer, você irá sofrer.
A ótica do mundo através do apego, através do ego, é limitada. Ao se apegar a sua família, você perde a oportunidade de ter gratidão pela existência de todos os seres presentes no universo, que são – igualmente – sua família. Ao se apegar a sua casa, você abandona a oportunidade de ter gratidão por todas as casas que existem, que são de fato as suas casas.
Buda tem consciência que tudo é de todos, pois, todos são o Todo. E é a partir desse estado de consciência que o apego desaparece. Buda não tem uma família, ele tem todas as famílias; ele não tem uma casa, ele tem todas as casas.
E apesar de parecer contraditório, esse é o famoso soltar. É preciso soltar a família, aquela que te trouxe ao mundo, para abrir os braços para sua família universal. É preciso soltar a casa, aquela da sua infância, aquela que você tem tanto carinho, para então reconhecer todas as casas como suas.
E desde que o mundo é mundo, os mestres ascencionados vem divulgando de todas as formas o soltar. E trata-se de um conceito simples de se entender, porém, complexo para se aceitar, pois, vai totalmente contra ao que o ego propõe – ao apego.
Na ótica a partir do ego, o soltar é visto como uma desistência, um abandono, como abrir mão de algo ou alguém, tudo isso, num sentido negativo. E realmente existe uma desistência, mas é a da ideia do meu; realmente existe um abandono, mas é o do sentimento de posse; realmente existe o abrir mão, mas é o da falsa sensação de controle.
Na época de Martin Luther King Jr, estava em vigor uma lei segregacionista onde brancos e negros viajavam separados nos ônibus e, os negros, deveriam dar lugar aos brancos. Um belo dia, Rosa Parks, senhorita da pele negra e no auge da conexão com sua alma, resolveu negar-se a ceder seu lugar a um homem branco. Resultado: foi presa.
Foi desse episódio que nasceu a famosa história do boicote aos ônibus que fortaleceu Luther King na sua luta pela igualdade racial. A solução encontrada, foi parar de utilizar o ônibus como meio de transporte; se ele está sendo palco da separação, da desigualdade, pare de usá-lo – pare de contribuir na manutenção dessas energias.
E tomar essa atitude é ir totalmente na contramão do que o ego propõe. Nesse momento, ele estará gritando: “Não abra mão do que é seu! Expulse todos os brancos! A partir de agora, só os negros poderão utilizar os ônibus!”.
Foram necessários 382 dias de boicotes para que a suprema corte do EUA determinasse como ilegal os atos segregacionistas que geraram o episódio. Foram necessários 382 dias de desapego aos ônibus para que a situação mudasse.
Gautama, o Buda, é um mestre na arte de soltar e, impecável ao dizer: “… seja o que for que aconteça, siga em frente, intocado, desapegado”.
Busque conhecimento, emita amor, seja Luz.

domingo, 13 de novembro de 2016

PINEAL - A UNIÃO DO CORPO E DA ALMA


Frequentemente, a glândula pineal surge como o centro de nosso relacionamento com outras dimensões, e tem sido assim nas mais variadas correntes religiosas e místicas, há milhares de anos. O especialista no assunto, dr. Sérgio Felipe de Oliveira, conversou conosco sobre o assunto, mostrando os avanços da ciência no sentido de desvendar esse mistério.

- Paula Calloni de Souza

O mistério não é recente. Há mais de dois mil anos, a glândula pineal, ou epífise, é tida como a sede da alma. Para os praticantes do ioga, a pineal é o ajna chakra, ou o "terceiro olho", que leva ao autoconhecimento. O filósofo e matemático francês Renê Descartes, em Carta a Mersenne, de 1640, afirma que "existiria no cérebro uma glândula que seria o local onde a alma se fixaria mais intensamente".

Atualmente, as pesquisas científicas parecem ter se voltado definitivamente para o estudo mais atento desta glândula. Estaria a humanidade próxima da comprovação científica da integração entre o corpo e a alma? Haveria um órgão responsável pela interação entre o homem e o mundo espiritual? Seria a mediunidade, de fato, um atributo biológico e não um conceito religioso, como postulou Allan Kardec?
Para responder a estas e outras perguntas, a revista Espiritismo & Ciência conversou com o psiquiatra e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo, dr. Sérgio Felipe de Oliveira. Diretor-clínico do Instituto Pineal Mind, e diretorpresidente da AMESP (Associação Médico-Espírita de São Paulo), Sérgio Felipe de Oliveira é um dos maiores pesquisadores na área de Psicobiofísica da USP, e vem ganhando destaque nos meios de comunicação com suas pesquisas acerca do papel da glândula pineal em fenômenos ligados à mediunidade.

Fale um pouco sobre seu trabalho à frente da AMESP e do Instituto Pineal Mind.

A AMESP é uma associação de utilidade pública que reúne médicos dedicados ao estudo da relação entre a medicina e a espiritualidade. O Pineal Mind é minha clínica, um instituto de saúde mental, onde fazemos pesquisas e atendemos psicoses, síndromes cerebro-vasculares, ansiedades, depressão, psicoses infantis, uso de drogas e álcool. Temos um setor de psiconcologia (psicologia aplicada ao câncer) e estudamos também os aspectos psicossomáticos ligados à cardiologia, etc. Agora, particularmente nas pesquisas comportamentais, eu estudo os estados de transe e a mediunidade. Mas não pesquiso só a glândula pineal; ela é o que eu pesquiso no cérebro, interessado em entender a relação entre corpo e espírito.


O que é psicobiofísica?

É a ciência que integra a psicologia, a física e a biologia. Na biologia, estudamos o lobo frontal, responsável pela crítica da razão; mas o cérebro funciona eletricamente - aí entra a física, que serve de substrato para o pensamento crítico, que é o psicológico.

Quando surgiu seu interesse no aprofundamento do estudo da pineal?

Foi por volta de 1979/80, quando eu estava estudando a obra de André Luiz, psicografada por Chico Xavier. Em Missionários da Luz, a pineal é claramente citada. Nesta mesma época, eu já pleiteava o curso de Medicina. No colégio, estudando Filosofia, fiquei impressionado com a obra de Descartes, que dizia que a alma se ligava ao corpo pela pineal.Quando entrei na faculdade, corri atrás destas questões, do espiritual, da alma e de como isso se integra ao corpo.

O que é a glândula píneal, onde está localizada e qual a sua função no organismo?

A pineal está localizada no meio do cérebro, na altura dos olhos. Ela é um órgão cronobiológico, um relógio interno. Como ela faz isso? Captando as radiações do Sol e da Lua. A pineal obedece aos chamados Zeitbergers, os elementos externos que regem as noções de tempo. Por exemplo, o Sol é um Zeitberger que influencia a pineal, regendo 0 ciclo de sono e de vigília, quando esta glândula secreta o hormônio melatonina. Isso dá ao organismo a referência de horário. Existe também o Zeitberger interno, que são os genes, trazendo o perfil de ritmo regular de cada pessoa. Agora, o tempo é uma região do espaço. A dimensão espaço-tempo é a quarta dimensão. Então, a glândula que te dá a noção de tempo está em contato com a quarta dimensão. Faz sentido perguntarmos: "Será que a partir da quarta dimensão já existe vida espiritual?" Nós vivemos em três dimensões e nos relacionamos com a quarta, através do tempo. A pineal é a única estrutura do corpo que transpõe essa dimensão, que é capaz de captar informações que estão além dessa dimensão nossa. A afirmação de Descartes, do ponto em que a alma se liga ao corpo, tem uma lógica até na questão física, que é esta glândula que lida com a outra dimensão, e isso é um fato.

Outros animais possuem a epífise? Ela está relacionada á consciência?

Todos os animais têm essa glândula; ela os orienta nos processos migratórios, por exemplo, pois ela sintoniza o campo magnético. Nos animais, a glândula pineal tem fotorreceptores iguais aos presentes na retina dos olhos, porque a origem biológica da pineal é a mesma dos olhos, é um terceiro olho, literalmente.

Esta glândula seria resquício de algum órgão que está se atrofiando, ou estaria ligada a uma capacidade psíquica a ser desenvolvida?

Eu acredito que a pineal evoluiu de um órgão fotorreceptor para um órgão neuroendócrino. A pineal não explica integralmente o fenômeno mediúnico, como simplesmente os olhos não explicam a visão. Você pode ter os olhos perfeitos, mas não ter a área cerebral que interprete aquela imagem. É como um computador: você pode ter todos os programas em ordem, mas se a tela não funciona, você não vê nada. A pineal, no que diz respeito à mediunidade, capta o campo eletromagnético, impregnado de informações, como se fosse um telefone celular. Mas tudo isso tem que ser interpretado em áreas cerebrais, como por exemplo, o córtex frontal. Um papagaio tem a pineal, mas não vai receber um espírito, porque ele não tem uma área no cérebro que lhe permita fazer um julgamento. A mediunidade está ligada a uma questão de senso-percepção.

Então, a ela não basta a existência da glândula pineal, mas sim, todo o cone que vai até o córtex frontal, que é onde você faz a crítica daquilo que absorve. A mediunidade é uma função de senso (captar)-percepção (faz a crítica do que está acontecendo). Então, a mediunidade é uma função humana.

A pineal converte ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos? Isso é comprovado cientificamente?

Sim, isso é comprovado. Quem provou isso foram os cientistas Vollrath e Semm, que têm artigos publicados na revista científica Nature, de 1988.

A parapsicologia diz que estes campos eletromagnéticos podem afetar a mente humana. O dr. Michael Persinger, da Laurentian University, no Canadá, fez experiências com um capacete que emite ondas eletromagnéticas nos lobos temporais. As pessoas submetidas a essas experiências teriam tido "visões" e sentiram presenças espirituais. O dr. Persinger atribui esses fenômenos à influência dessas ondas eletromagnéticas O que o senhor teria a dizer sob isso?

Veja, o espiritual age pelo campo eletromagnético. Então, dizer que este campo interfere no cérebro não contraria a hipótese de uma influência espiritual. Porque, se há uma interferência espiritual, esta se dá justamente pelo campo eletromagnético. Quando se fala do espiritual, em Deus, a interferência acontece na natureza pelas leis da própria natureza. Se o campo magnético interfere no cérebro, a espiritualidade interfere no cérebro PELO campo magnético. Uma coisa não anula a outra. Pelo contrário, complementam-se.

A mediunidade seria atributo biológico e não um conceito religioso? Existe uma controvérsia no meio cientifico a esse respeito?

A mediunidade é um atributo biológico, acredito, que acontece pelo funcionamento da pineal, que capta o campo eletromagnético, através do qual a espiritualidade interfere. Não só no espiritismo, mas em qualquer expressão de religiosidade, ativa se a mediunidade, que é uma ligação com o mundo espiritual.

Um hindu, um católico, um judeu ou um protestante que estiver fazendo uma prece, está ativando sua capacidade de sintonizar com um plano espiritual. Isso é o que se chama mediunidade, que é intermediar. Então, isso não é uma bandeira religiosa, mas uma função natural, existente em todas as religiões. E isso deve acontecer através do campo magnético, sem dúvida. Se a espiritualidade interfere, é pelo campo eletromagnético, que depois é convertido, pela pineal, em estímulos eletroneuroquímicos. Não existe controvérsia entre ciência e espiritualidade, porque a ciência não nega a vida após a morte. Não nega a mediunidade. Não nega a existência do espírito. Também não há uma prova final de que tudo isto existe. Não existe oposição entre o espiritual e o científico. Você pode abordar o espiritual com metodologia científica, e o espiritismo sempre vai optar pela ciência. Essa é uma condição precípua do pensamento espírita. Os cientistas materialistas que disserem "esta é minha opinião pessoal", estarão sendo coerentes. Mas se disserem que a opção materialista é a opinião da ciência, estarão subvertendo aquilo que é a ciência. A American Medicai Association, do Ministério da Saúde dos EUA, possui vários trabalhos publicados sobre mediunidade e a glândula pineal. O Hospital das Clínicas sempre teve tradição de pesquisas na área da espiritualidade e espiritismo. Isso não é muito divulgado pela imprensa, mas existe um grupo de psiquiatras lá defendendo teses sobre isso.

Como são feitas as experiências em laboratório?

Existem dois tipos: um, que é a experiência de pesquisa das estruturas do cérebro, responsáveis pela integração espírito/corpo; e outra, que é a pesquisa clínica, das pessoas em transe mediúnico. São testes de hormônios, eletroencefalogramas, tomografias, ressonância magnética, mapeamento cerebral, entre outros. A coleta de hormônios, por exemplo, pode ser feita enquanto o paciente está em estado de transe. E os resultados apresentam alterações significativas.

As alterações em exames de tomografia, por exemplo, são exclusivas ou condizentes com outras patologias? O senhor descarta a hipótese de uma crise convulsiva?

Isso é bem claro: a suspeita de uma interferência espiritual surge quando a alteração nos exames não justifica a dimensão ou a proporção dos sintomas. Por exemplo: o indivíduo tem uma crise convulsiva fortíssima, é feito o eletroencefalograma e aparece uma lesão pequena. Não há, então, uma coerência entre o que está acontecendo e o que o exame está mostrando. A reação não é proporcional à causa. A mediunidade mexe com o sistema nervoso autônomo - descarga de adrenalina, aceleração do ritmo cardíaco, aumento da pressão arterial.

Como o senhor diferencia doença mental de mediunidade?

Na doença mental, o paciente não tem crítica da razão; no transe mediúnico, ele tem essa crítica. Quando o médium diz que incorporou tal entidade espiritual, mas que ele, médium, continua sendo determinada pessoa, ele usou a crítica, julgou racionalmente o que aconteceu. Agora, um indivíduo que diz ser Napoleão Bonaparte? Aí ele perdeu a crítica da razão. Essa é a diferença. O que não quer dizer que o indivíduo que esteja em psicose não possa estarem transe também. A mediunidade se instala no indivíduo são, ou pode dar uma dimensão muito maior a uma doença. A mediunidade sempre vai dar um efeito superlativo. Se a pessoa alimenta bons sentimentos, ela cresce. Se ela tem uma doença, aquela doença pode ficar fora de controle.

É verdade que a pineal se calcifica com a meia-idade? E essa calcificação prejudica a mediunidade?

Não, a pineal não se calcifica; ela forma cristais de apatita, e isso independe da idade. Estes cristais têm a ver com o perfil da função da glândula. Uma criança pode ter estes cristais na pineal em grande quantidade enquanto um adulto pode não ter nada. Percebemos, pelas pesquisas, que quando um adulto tem muito destes cristais na pineal, ele tem mais facilidade de seqüestrar o campo eletromagnético. Quando a pessoa tem muito desses cristais e sequestra esse campo magnético, esse campo chega num cristal e ele é repelido e rebatido pelos outros cristais, e este indivíduo então apresenta mais facilidade no fenômeno da incorporação. Ele incorpora o campo com as informações do universo mental de outrem. É possível visualizar estes cristais na tomografia. Observamos que quando o paciente tem muita facilidade de desdobramento, ele não apresenta estes cristais.

As crianças teriam mais sensibilidade mediúnica?

A mediunidade na criança é diferente da de um adulto. É uma mediunidade anímica, é de saída. Ela sai do corpo e entra em contato com o mundo espiritual.

A pineal pode ser estimulada com a entoação de mantras, como pregam os místicos?

A glândula está localizada em uma área cheia de líquido. Talvez o som desses mantras faça vibrar o líquido, provocando alguma reação na glândula. Os cristais também recebem influências de vibração. Deve vibrar o líquor, a glândula, alterando o metabolismo. Teria lógica.

Em que se concentrarão seus próximos estudos?

Estou preparando um estudo sobre Cronogenética da Reencarnação. Mas, sobre isso, falarei mais detalhadamente em 2003, durante o Congresso Médico-Espírita.

http://www.ippb.org.br/textos/especiais/mythos-editora/pineal-a-uniao-do-corpo-e-da-alma 

domingo, 10 de julho de 2016

Cientistas comprovam a reencarnação humana


Imagem: shutterstock.com

Desde que o mundo é mundo discutimos e tentamos descobrir o que existe além da morte. Desta vez a ciência quântica explica e comprova que existe sim vida (não física) após a morte de qualquer ser humano.

Um livro intitulado “O biocentrismo: Como a vida e a consciência são as chaves para entender a natureza do Universo” “causou” na Internet, porque continha uma noção de que a vida não acaba quando o corpo morre e que pode durar para sempre.

O autor desta publicação o cientista Dr. Robert Lanza, eleito o terceiro mais importante cientista vivo pelo NY Times, não tem dúvidas de que isso é possível.

Além do tempo e do espaço Lanza é um especialista em medicina regenerativa e diretor científico da Advanced Cell Technology Company. No passado ficou conhecido por sua extensa pesquisa com células-tronco e também por várias experiências bem sucedidas sobre clonagem de espécies animais ameaçadas de extinção.

Mas não há muito tempo, o cientista se envolveu com física, mecânica quântica e astrofísica. Esta mistura explosiva deu à luz a nova teoria do biocentrismo que vem pregando desde então. O biocentrismo ensina que a vida e a consciência são fundamentais para o universo. 



É a consciência que cria o universo material e não o contrário. 

Lanza aponta para a estrutura do próprio universo e diz que as leis, forças e constantes variações do universo parecem ser afinadas para a vida, ou seja, a inteligência que existia antes importa muito. Ele também afirma que o espaço e o tempo não são objetos ou coisas mas sim ferramentas de nosso entendimento animal.

Lanza diz que carregamos o espaço e o tempo em torno de nós “como tartarugas”, o que significa que quando a casca sai, espaço e tempo ainda existem.

A teoria sugere que a morte da consciência simplesmente não existe. Ele só existe como um pensamento porque as pessoas se identificam com o seu corpo. Eles acreditam que o corpo vai morrer mais cedo ou mais tarde, pensando que a sua consciência vai desaparecer também. Se o corpo gera a consciência então a consciência morre quando o corpo morre. Mas se o corpo recebe a consciência da mesma forma que uma caixa de tv a cabo recebe sinais de satélite então é claro que a consciência não termina com a morte do veículo físico. Na verdade a consciência existe fora das restrições de tempo e espaço. Ela é capaz de estar em qualquer lugar: no corpo humano e no exterior de si mesma. Em outras palavras é não-local, no mesmo sentido que os objetos quânticos são não-local.

Lanza também acredita que múltiplos universos podem existir simultaneamente.

Em um universo o corpo pode estar morto e em outro continua a existir, absorvendo consciência que migraram para este universo. Isto significa que uma pessoa morta enquanto viaja através do mesmo túnel acaba não no inferno ou no céu, mas em um mundo semelhante a ele ou ela que foi habitado, mas desta vez vivo. E assim por diante, infinitamente, quase como um efeito cósmico vida após a morte. 

Vários mundos

Não são apenas meros mortais que querem viver para sempre mas também alguns cientistas de renome têm a mesma opinião de Lanza.

São os físicos e astrofísicos que tendem a concordar com a existência de mundos paralelos e que sugerem a possibilidade de múltiplos universos.

Multiverso (multi-universo) é o conceito científico da teoria que eles defendem. Eles acreditam que não existem leis físicas que proibiriam a existência de mundos paralelos.

O primeiro a falar sobre isto foi o escritor de ficção científica HG Wells em 1895 com o livro “The Door in the Wall“. Após 62 anos essa ideia foi desenvolvida pelo Dr. Hugh Everett em sua tese de pós-graduação na Universidade de Princeton. Basicamente postula que, em determinado momento o universo se divide em inúmeros casos semelhantes e no momento seguinte, esses universos “recém-nascidos” dividem-se de forma semelhante. Então em alguns desses mundos que podemos estar presentes, lendo este artigo em um universo e assistir TV em outro.

Na década de 1980 Andrei Linde cientista do Instituto de Física da Lebedev, desenvolveu a teoria de múltiplos universos. Agora como professor da Universidade de Stanford, Linde explicou: o espaço consiste em muitas esferas de insuflar que dão origem a esferas semelhantes, e aqueles, por sua vez, produzem esferas em números ainda maiores e assim por diante até o infinito. No universo eles são separados. Eles não estão cientes da existência do outro mas eles representam partes de um mesmo universo físico.

A física Laura Mersini Houghton da Universidade da Carolina do Norte com seus colegas argumentam: as anomalias do fundo do cosmos existem devido ao fato de que o nosso universo é influenciado por outros universos existentes nas proximidades e que buracos e falhas são um resultado direto de ataques contra nós por universos vizinhos.


Alma

Assim, há abundância de lugares ou outros universos onde a nossa alma poderia migrar após a morte, de acordo com a teoria de neo biocentrismo.

Mas será que a alma existe? Existe alguma teoria científica da consciência que poderia acomodar tal afirmação?

Segundo o Dr. Stuart Hameroff uma experiência de quase morte acontece quando a informação quântica que habita o sistema nervoso deixa o corpo e se dissipa no universo.

Ao contrário do que defendem os materialistas, Dr. Hameroff oferece uma explicação alternativa da consciência que pode, talvez, apelar para a mente científica racional e intuições pessoais.


A consciência reside, de acordo com Stuart e o físico britânico Sir Roger Penrose, nos microtúbulos das células cerebrais que são os sítios primários de processamento quântico. Após a morte esta informação é liberada de seu corpo, o que significa que a sua consciência vai com ele.

Eles argumentaram que a nossa experiência da consciência é o resultado de efeitos da gravidade quântica nesses microtúbulos, uma teoria que eles batizaram Redução Objetiva Orquestrada.

Consciência ou pelo menos proto consciência é teorizada por eles para ser uma propriedade fundamental do universo, presente até mesmo no primeiro momento do universo durante o Big Bang. “Em uma dessas experiências conscientes comprova-se que o proto esquema é uma propriedade básica da realidade física acessível a um processo quântico associado com atividade cerebral.”

Nossas almas estão de fato construídas a partir da própria estrutura do universo e pode ter existido desde o início dos tempos. Nossos cérebros são apenas receptores e amplificadores para a proto-consciência que é intrínseca ao tecido do espaço-tempo. Então, há realmente uma parte de sua consciência que é não material e vai viver após a morte de seu corpo físico.

Dr. Hameroff disse ao Canal Science através do documentário Wormhole: “Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir e os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída, não pode ser destruída, ele só distribui e se dissipa com o universo como um todo.”

Robert Lanza acrescenta aqui que não só existem em um único universo, ela existe talvez, em outro universo.

Se o paciente é ressuscitado, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos e o paciente diz: “Eu tive uma experiência de quase morte”.

Ele acrescenta: “Se ele não reviveu e o paciente morre é possível que esta informação quântica possa existir fora do corpo talvez indefinidamente, como uma alma.”

Esta conta de consciência quântica explica coisas como experiências de quase morte, projeção astral, experiências fora do corpo e até mesmo a reencarnação sem a necessidade de recorrer a ideologia religiosa. A energia de sua consciência potencialmente é reciclada de volta em um corpo diferente em algum momento e nesse meio tempo ela existe fora do corpo físico em algum outro nível de realidade e possivelmente, em outro universo.

Artigo publicado originalmente em inglês no site SPIRIT SCIENCE AND METAPHYSICS.
http://www.duniverso.com.br/cientistas-comprovam-reencarnacao-humana/ 
Fonte: "Fórum Espírita"