"Há aqueles que lutam um dia e por isso são bons; Há aqueles que lutam muitos dias e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam anos e são melhores ainda; Porém há aqueles que lutam toda a vida, esses são os imprescindíveis." Bertolt Brecht
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Manifesto VoluntáRIOs
A política no Brasil virou espaço de políticos profissionais que em sua maior parte buscam apenas manter-se no poder. Essa constatação tem afastado as pessoas dos processos de decisão e provocado uma apatia generalizada que, com honrosas exceções, como a campanha de Gabeira em 2008 e a de Marina em 2010, tem provocado apenas a perpetuação dos antigos grupos que se alternam no poder desde sempre. Cada vez mais pessoas são levadas a se desinteressar pela política, principalmente fora dos períodos eleitorais.
Mas é na política onde são tomadas as decisões mais importantes da sociedade. E, por isso, nos atrevemos a participar, a desafiar as máquinas clientelistas e politiqueiras, a somar as ideias de muitos para construir novos espaços de participação.
Somos os protagonistas da política do século 21. Nos move a necessidade de pensar o país e a sociedade a partir da sustentabilidade: ecológica, econômica e social. Sustentabilidade essa que envolve a aspiração de uma prática política realizada sob preceitos éticos firmes e inegociáveis.
As perguntas se multiplicam: E agora, o que fazemos? Como convencer os céticos? Como superar as desconfianças? Como animar um trabalho concreto frente à imensidade da tarefa?
Não ter respostas definitivas a estas perguntas não é uma estratégia deliberada de indefinição oportunista. É ter a convicção de que não temos receitas nem soluções fáceis. Mas nem por isso vamos evitar as perguntas. Ao contrário, não ter as respostas é um estímulo para a nossa criatividade.
O movimento dos VoluntaRIOs é suprapartidário e está aberto a todas as pessoas interessadas em debater as novas conexões da política e seus desdobramentos. São elementos imprescindíveis para se criar e ampliar tanto espaços de contestação e debate quanto de diferentes soluções para problemas novos e pendentes:
A Sustentabilidade
Integração real dos princípios, valores e ritmos da ecologia na prática política, não como apêndice moderno e oportunista, mas como uma concepção universal das respostas concretas e gerais. O reconhecimento de que as decisões não podem ser tomadas sem a preocupação com a sustentabilidade, garantindo recursos e meios para as futuras gerações.
A Ética
A convicção de que a ética no manejo dos recursos públicos e em todas as esferas de poder é a base de uma outra forma de fazer política.
A Transparência
Aposta firme nas novas tecnologias de informação, transformando nossa comunicação em instrumento de inclusão e atividade. Entendemos que a transparência da ação política e administrativa é o esforço por atuar sempre cara-a-cara com a cidadania.
O Bem comum
A ação política deve buscar a prevalência do interesse geral, entendido como interesse de todos e não somente de alguns grupos. E tampouco somente o interesse da maioria, pois os atores políticos devem sempre manter igual consideração por cada cidadão. Privilegiamos o bem comum sobre qualquer interesse particular. Consideramos também que a promoção de mais igualdade social é do interesse do bem comum.
O Pluralismo
Defendemos a promoção da diversidade, pois a sociedade democrática não é somente a vontade da maioria, e sim o reconhecimento das minorias como co-protagonistas do processo político. A diversidade de concepções de mundo é uma fonte de riqueza, criatividade e realização, que devem conviver com as diferenças e permitir a realização de compromissos e acordos. Somos um movimento aberto e includente.
A Institucionalidade
A construção de uma sociedade plural, próspera e pacífica depende tanto da cultura e dos valores de seus cidadãos como da construção de instituições sociais, privadas e públicas, fortes e dinâmicas, assim como de regras universais, racionais e eficazes. Promovemos a solidariedade dentro de um marco institucional sólido.
A Deliberação
A deliberação pública é fundamental para o fortalecimento de uma sociedade aberta, plural e democrática. Respeitamos a divergência, não temos medo de opiniões distintas e buscamos um debate construtivo sem nos opor ou atacar pessoas e grupos específicos.
A Participação
Buscamos a participação do maior número de pessoas e agentes sociais possíveis em processos abertos e permanentes de transformação social, pois entendemos que isso contribui com o fortalecimento da cooperação, da aprendizagem coletiva e da acumulação de conhecimento e experiências. Promovemos a construção coletiva dos projetos sociais e políticos na gestão pública.
O desafio está só começando!
quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
O século XXI e seus profetas
Montserrat Martins*
Os cientistas sociais e políticos já identificaram o fenômeno: movimentos sociais novos que se formam e difundem rapidamente, expressando as mais variadas questões cidadãs, absolutamente fora da iniciativa ou do controle dos partidos ou forças políticas organizadas. Um detalhe: não estamos falando apenas do Brasil, mas do mundo inteiro.
Evidencia-se que os partidos políticos, sem exceção, não acompanharam a velocidade das transformações sociais, perderam a capacidade de se colocar na “vanguarda” de tais movimentos. Não se identificam forças políticas que tenham organizado tais movimentos nem nas marchas em curso no Brasil, muito menos nas revoltas dos países árabes ou em protestos na Espanha.
Poderíamos nos acomodar com explicações tecnológicas da “Era da Informação”, fascinados com o fenômeno da internet por exemplo. Mas ficaria faltando explicarmos o absoluto desinteresse desses jovens pela política partidária, por mais que os novos políticos se apropriem desse instrumento, como fez Obama na campanha que surpreendeu os americanos mais conservadores.
O que falta ser dito é que não basta os partidos se atualizarem, seria necessário que os jovens acreditassem neles como instrumentos de transformação social. Existe uma “memória acumulada” da civilização e ela depõe contra os políticos, os partidos e as doutrinas mais conhecidas, como assassinos de sonhos e traidores de ideais, burocratas que usam seus povos como “massa de manobra” para suas aspirações ao poder.
Os jovens estão mais desiludidos, são mais desconfiados em relação às instituições. Não querem se deixar levar por bandeiras que não tenham partido deles, não querem consagrar líderes que depois de conquistar o poder no “establishment” se esqueçam ou, pior, se voltem contra eles.
Exemplos na História não faltam. Numa carta de Proudhon a Marx, em 1846, esse profetiza o risco da distorção do movimento socialista. Proudhon, como que antecipando o stalinismo, propõe que “iniciemos sim uma boa e leal polêmica; tentemos dar ao mundo um exemplo de tolerância sábia e perspicaz, mas não nos transformemos, pelo simples fato de que somos os líderes de um movimento, em líderes de uma nova forma de intolerância; não posemos de apóstolos de uma nova religião, mesmo que seja a religião da lógica e da razão”. Marx descartou essa e outras preocupações de Proudhon como as de um “pequeno burguês”, rótulo que ainda “cola” naquele entre as esquerdas tradicionais, até hoje. Poucos cientistas políticos se aprofundaram no estudo dos debates entre os dois, como fez F.C. Prestes Motta em “Burocracia e Autogestão”, obra que não é a favor de um nem de outro, mas uma busca por decifrar as questões sociais em sua relação com a economia política.
George Orwell em “1984”, Aldous Huxley em “Admirável Mundo Novo” e mesmo José Lutzemberger no seu Manifesto Ecológico (de 1970) profetizaram o mundo do século XXI, da “sociedade de massas” dominada por sistemas burocráticos voltados para o controle político da população, não para as necessidades reais desta. Paul Singer nos explica que a China e a Rússia não seriam consideradas por Marx como socialistas mas sim como um Capitalismo de Estado, onde a ausência da burguesia fez com que o Estado assumisse o papel de industrialização (de economias feudais) e de patrão dos trabalhadores, a burocracia estatal.
Nem Marx, nem Freud (fetiches dos intelectuais no século XX) ou a soma dos dois tem respostas para o século XXI. Não é novidade, mas precisa ser dito com todas as letras que fracassaram as fórmulas prontas. Outro profeta do estado atual de coisas, Rollo May, já antecipava em “A Coragem de Criar” o descrédito nos valores tradicionais e o vazio de alternativas. Como as teorias pré-prontas não satisfazem mais, teremos de ter a coragem de criar novas formas de pensar o mundo, desafio do qual não podemos fugir.
* Montserrat Martins, colunista do EcoDebate, é Psiquiatra.
Sociedade quase justa...já aconteceu! Eu vi!
Será que o Brasil ainda tem jeito?
Anoiteci e amanheci pensando nisto: Onde se situa o limiar entre o político e o cidadão? .
..e por que o político deixa de ser cidadão? ...e quais as diferenças de atitude entre um e o outro? ...e o que na postura cafajeste que o político acha que deve assumir cativa o eleitor?... e qual a função, mesmo, do político? Seria prestador de serviço aos cidadãos? Aquele que deve assumir o cargo de representante comercial da mais valia resultante do trabalho de cada cidadão? Empresário (como de artista)? Vendedor? Mercador?
A vida inteira, militei e participei da vida política enquanto cidadã pensante e independente ao tempo que questionava as decisões dos lideres políticos da minha família, de minha cidade, Estado, país. Observava posicionamento estritamente ético de meu pai e ponderava: eu não sirvo pra política.
A vida me levou a assumir um posicionamento novo. Antes de reorganizar minha vida em função da militância partidária, questionei longamente e peses as implicações dessa decisão. Não me arrependo. Cada nova vivência representa novo aprendizado.
Da experiência na Eslovênia, retirei a mensagem de que político seria (apenas) um profissional qualificado em certa área e que se coloca – por um certo período de tempo - à disposição da sociedade para prestar serviço dentro da área que mais estudou e tem experiência. Não deixaria de ser um profissional quando passa a exercer cargo público, mas também não teria que se dedicar com exclusividade a essa atividade. Claro que isso exigiria um alto conceito ético que evitasse a tentação ao tráfico de influência e outras seduções do poder. O representante político recebia ajuda de custo, mas a remuneração só era permitida com dedicação exclusiva e no período em que o serviço era prestado , por opção do cidadão.
O cidadão-político nasce em nível local, comunitário, a partir do poder de liderança e facilidade de comunicação. Tendência natural da organização social.
Filho de político vai pra escola com os outros meninos ‘normais’ e aprende a desenvolver as próprias potencialidades para um dia ter seu lugar na sociedade e talvez até venha a dedicar um momento de sua vida a prestar serviço à comunidade e devolver os benefícios que recebeu do Estado, tanto em educação como cuidados com saúde. Tudo gratuito e de excelente qualidade para qualquer um, independente de posição social.
Sonho? Utopia? Não. Isso tudo existiu na Iugoslávia. E muito da qualidade de vida comum conquistada no século passado permanece. Eu vi e vivi uma situação de socialismo muito próximo do ideal na Eslovênia de Tito até a entrada do novo milênio. Idosos aposentados, a tarde, encontram-se para um cafezinho e conversa nos pontos de encontro de cada comunidade. Serviço médico com hora marcada, ficha de cada cidadão completa no sistema e acessado por terminal eletrônico. Escola de primeira qualidade e gratuita até os 27 anos de idade para bom aluno que obtiver média 7 e com acesso até o nível de pós doutorado aos mais dedicados.
E era assim que políticos eram respeitados até uns 3 anos depois da entrada na União Européia. Além de Viena, Berlim, Varsóvia, os jovens passaram a estudar em Londres, Milão, NY. Depois que se trocaram o Tollar pelo Euro, a propaganda, o NATO passou a interferir e as fronteiras se abriram, nada permaneceu ileso. Os cânceres egocêntricos e a corrupção passaram a dominar a consciência. O ocidente comprou quase tudo. Mr. Drnovsek morreu e, com ele, os sonhos idealistas de ter uma sociedade mais próxima da qualidade de equanimidade que se sonhava.
E volto ao meu sonho com a questão: será que o Brasil ainda tem jeito?
segunda-feira, 27 de junho de 2011
O Mito e eu
Apenas uma crônica.
Foi mais de ano de sonho. Seiscentas e muitas pessoas, aos poucos, se uniram ao grupo da rede social em torno da chegada dO Mito. Demosntrações de carinho, admiração e profundo respeito ao descobridor da Bossa Nova. Inúmeros vídeos de Jazz e Bossa da melhor qualidade, compartilhada com a comunidade de fãs, músicos e possíveis fãs e fakes que se apresentaram com o nome de seus artistas preferidos. Seja como e quem forem, existe e permanece o grupo virtual mais animado e amoroso do qual já tive o prazerr de participar. Muitos amigos foram descobertos, reencontrados e feitos em todo o Brasil e mundo afora. Todos motivados e reunidos pelo gosto musical, apreço à cultura, à literatura, à arte, temos passado madrugadas a fora falando do belo enquanto se ouve música. A presença dO Mito no grupo movimentou a comunidade inteira e mexeu com os brios da mídia nacional, indignada com o fato de uma figura tão importante do cenário musical brasileiro a investir tempo para compartilhar carinho com seus fãs e amigos. E foi ai que o gênio se fez mais presente: é o próprio ou um fake? – Quem teria a ousadia de, numa rede mundial, representar e fazer-se passar pelo Inventor da Bossa Nova. Os brios da comunidade artística seriam mais uma vez abalados pelO Revolucionário e Questionador. Aquele homem de quase 80 anos, mais uma vez e 50 anos depois, estava a i.no.var e cau.sar pó.lê.mi.ca.
Maravilhoso! Situação completamente inédita no mundo e, em especial, no mundo artístico. O Mito estabeleceu uma relação direta entre o mundo virtual e o mundo real através da música. Reuniu mentes e almas de vibração muito próximas, madrugadas de sábado, emanando e difundindo bons sons e altas vibrações em praticamente todos os Continentes. Talvez o início da revolução da qual o mundo precisa.
Quando surgiu o lance do ap. e ele aperreado, ocorreu-me que estava realmente sozinho no apartamento. Isso ele me disse numa vez que trocamos mensagem privada, falando de Yogananda, Krishnamurti e de Osho. Não conseguia encontrar um texto que JG havia postado dias antes e lhe havia enviado mensagem solicitando que reenviasse aquele texto. Trata-se da oração postada aqui no meu blog por indicação de JG.
Polêmicas mil, reportagens, artigos e entrevista no jornal. Gente que aparecia a noite agredindo o Mestre do grupo e todos indignados vínhamos a.poi.ar. Quando surgiu a situação do despejo do apartamento em que reside e outras situações bastante desconfortáveis, a família chegou para apoiar. Certamente encontraram alguma forma de negociar o ap. Entendi que estava para sair a grana (lembro de algo a respeito de certos R$ ou U$, não sei ao certo) com relação a direitos autorais nos EUA. Até então éramos apenas os amigos do face e a namorada. Outra: quando O Mito recebeu noticia da solução da ação e da grana, disse que gostaria de adquirir um trabalho de certo amigo ( de fato, isso o amigo em comum nem gostaria que comentasse) e que seu sobrinho iria lá ver e negociar.
Dai é que o romance tomou forma na minha imaginação. Grana para resolver o problema do artista maravilhoso e complicado (Um meditador e buscador é mesmo um chato. Tiro por mim, que sou meio que nem O Mito, trancada no meu canto e cuidando das minhas coisas mais que no mundo. Além da sobrevivência, apenas a música, a arte, o belo: vida ) motivou os familiares a se preocuparem com a saúde e o patrimônio, proibirem a internet com medo que a situação se tornasse pública e tivessem que prestar contas, talvez ao fisco a mesmo pagar possíveis contas que poderiam surgir de maneira inesperada. A entrevista no jornal pode ter sido o ponto limite para a família chegar junto. Chegara o momento em que ele estava só e precisava realmente de todo carinho e aquela era a motivação extra, necessária. Acredito que atualmente O Mito está com alguém cuidando dele mais de perto e não está mais só. Computador, acredito que ele tenha sim por que não há músico que ( de uns 12 aos pra cá) não tenha um lap top ou pc para facilitar a vida com o Finale ( programa) instalado , super simples de utilizar. É só chamar o técnico de computação ( um desconhecido e prestador de serviço qualquer) ou músico a instalar o programa, microfone ou captador.
Minha viagem ( ou sonho de fã): O Mito passa o tempo compondo músicas e arranjos maravilhosos e inéditos (ele chegou a me dizer isso numa outra conversa privada: que passa o tempo todo estudando e fazendo novos arranjos das músicas de que mais gosta. Perguntei qual ele mexe mais. Não me respondeu, mas eu falei que adorava o Bim Bom, O Pato, além de Estate, Desafinado, Retrato em Branco e Preto e Samba de Uma Nota Só por causa das possibilidades harmônicas que amo e ele escreveu em resposta: a. rir. Momentos especiais para mim. Foram apenas 3 vezes que trocamos mensagens e isso me deu uma alegria imensa. Senti naqueles 10 minutos (ao todo e no máximo) a essência daquele ser maravilhoso, O Mito, sim, meu irmão em espírito, geminiano como eu e outro incompreendido - como também me sinto. Mas isso não chega a cosntituir problema para mim, nem para ele. Iluminado, extremamente seguro e consciente, senti a energia de um espírito que vive música. Disse aO Mito: meu lindo, sabes por que as pessoas te amam tanto? É que música é única força da natureza que será capaz de mudar o rumo da humanidade: pela transformação da matéria através dos sons harmoniosos e harmonizadores como sua voz, seu violão, sua energia. O Mito silenciou por minutos, voltou a postar o Bim Bom no seu mural e, depois de algum tempo, respondeu na mensagem: prem, vo.cê. é do bem e postou o mesmo no mural: a pr.em é do bem. Emociono - me. Impossível conter as lágrimas ainda agora quando me lembro daquele momento lindo.
Um fake não seria capaz de tanto. Percebi que O Mito está bem e agora em paz, sem o face, por isso deixei de falar no assunto e nem entrei no mérito da discussão. Tentei ajudar a harmonizar deixando ( a de.i.xar ... rsrs ) cada um com seus próprios sentimentos e sonhos. Outras pessoas que se comunicaram, por algum instante com O Mito através de mensagem, todos, tem certeza da energia dele.
Acredito também que ficou muito perturbado com uma postagem em que alguém o chamou de Deus da Bossa Nova. Não disse nada de rude, mas senti o incomodo na energia que ele consegue conectar com as pessoas quando apenas nos dirige seu pensamento. Quando ele chegava ao face, depois do primeiro contato, eu sentia, ia verificar e lá estava uma postagem de Estate, Desafinado ou algo sempre genial do Chet Baker ou Stan Getz. Às vezes que aparentou rudeza em respostas, acredito que era coisa de um dos amigos que o acudia, mesmo on line, quando as situações extrapolavam. Usavam sua ID para responder e tentar protegê-lo dos possíveis inconvenientes, que foram muitos, por sinal.
Enfim, para mim, a história dO Mito foi ( é ) esta. Carinho: por que João é do bem.
domingo, 26 de junho de 2011
As Verdades da Colonia Chamada Brasil.
DA CONEXÃO BRASIL: Brasil deixa de faturar quase 15 milhões de dólares em exportações.
Esta é a entrevista do Dr Antônio José Ribas Paiva que denúncia não só o sub-faturamento do nosso Nióbio como também seu contrabando.
Todos os brasileiros deveriam saber que são donos desse minério que o mundo inteiro precisa mas curiosamente quase não se fala no assunto.
Países ricos gostariam de tê-lo no seu solo, enquanto isso, o Brasil dá pouca importância á esse mineral com tão vastas qualidades e de incontáveis aplicações, do qual ele é o único fornecedor mundial, e que com uma pequena parte bem paga desse metal que é considerado estratégico, eliminaria a pobreza estruturada no Brasil, e pagaria a dívida externa.
Inúmeras são as aplicações do Nióbio (Nb), indo desde as envolvidas com artigos de beleza, como as destinadas à produção de jóias, até o emprego em indústrias nucleares. Na indústria aeronáutica, é empregado na produção de motores de aviões a jato, e equipamentos de foguetes, devido a sua alta resistência a combustão. São tantas as potencialidades do nióbio que a baixas temperaturas se converte em supercondutor.
O Brasil tem mais de 97% do metal nobre, na região de Araxá e Catalão (Minas Gerais), é com isso, é o maior produtor mundial de nióbio, sendo que, o consumo mundial é de aproximadamente 37.000 toneladas anuais deste minério.... totalmente brasileiro.
Vídeo 30 da série "Menos Corrupção, Mais Cidadania", com Luiz Otávio da Rosa Borges.
Sempre que um filme mencionar 'arquivos de apoio', tais arquivos poderão ser encontrados no site BRASIL SEM CORRUPÇÃO: www.brasilsemcorrupcao.com.br
nióbio
O nióbio (Nb) é um elemento químico metálico pertencente à classe dos metais de transição, de cor cinzento-clara brilhante, macio quando puro e localiza-se no grupo 5 e período 5 da Tabela Periódica.
Resiste à corrosão devido ao filme de óxido formado.
Possui número atómico 41 e massa atómica 92,906 38.
Este elemento é atacado pelos ácidos quentes e concentrados mas resiste às bases fundidas.
O nióbio foi descoberto em 1801 em Londres, Inglaterra, pelo químico britânico Charles Hatchett e foi preparado pela primeira vez em 1866 por Blomstraud.
O nome nióbio deriva do grego Niobe que significa filha de Tantalus.
O nióbio é pouco abundante na crusta terrestre (1,8x10-3 % em peso) e encontra-se sob a forma de minerais, como a niobite ou a columbite (mineral de cor negra que se encontra nas rochas graníticas) e a euxenite.
As principais jazidas situam-se no Brasil, Canadá, Zaire, Noruega, Federação Russa, Nigéria e Colômbia.
Utiliza-se em ligas de aço e no fabrico de elétrodos.
PARA QUE SERVE O NIÓBIO
ACORDA BRASIL !" O nióbio, os motivos que levariam os chineses a viajar do outro lado do planeta para Rondônia. O consumo mundial é de aproximadamente 37.000 toneladas anuais do minério totalmente brasileiro.
A China não tem nióbio e importa do Brasil 100 por cento do que usa. O problema é que as jazidas estão localizadas na Floresta Nacional do Jamari, por onde o governo começou a “vender” a Amazônia para particulares (são concessões com prazo de 60 anos.)
O Japão também importa 100 por cento do nióbio do Brasil. No Ocidente, os Estados Unidos importam 80 por cento e a Comunidade Econômica Européia, 100 por cento.
O interesse das potências estrangeiras pelas riquezas naturais brasileiras é antigo.
Os brasileiros prestaram mais atenção ao nióbio em 2010, quando o site Wikileaks disse que o governo Norte americano incluiu as minas de nióbio de Araxá (MG) e Catalão (GO) no mapa de áreas estratégicas para os EUA.O mapa certamente inclui agora as grandes jazidas dos Estados do Amazonas e Roraima e o pouco conhecido potencial de Rondônia.
A questão do nióbio é tão vergonhosa que na realidade o mundo todo consome l00% do nióbio brasileiro, sendo que os dados oficiais registram como exportação somente 40%. Anos e anos de subfaturamento tem acumulado um prejuízo para o país de bilhões e bilhões de dólares anuais.
Devido à incompetência do governo brasileiro e do ministro da Fazenda, quem ficou com o mico preto foi o povo brasileiro, o papel pintado, falso, sem valor, chamado de dólar.
O que está ocorrendo é que o Brasil está vendendo todas as suas riquezas de qualquer jeito e recebendo o pagamento em moeda podre, sem qualquer valor, ficando caracterizada uma traição ao país e ao povo brasileiro.
Como conclusão, o sucesso do (governo) nas exportações é “sucesso de enganação”. O povo brasileiro sempre foi explorado de forma humilhante é totalmente ludibriado.
Floresta privatizada em Rondônia esconde NIÓBIO, o mineral mais estratégico e raro no mundo.
Brasil colônia.
Matéria produzida por Nelson townes e publicada no portal www.noticiaro.com. (Postado em Porto Velho, Rondônia, em 6/3/2011, domingo, às 18h06 GMT -4)
Com o início da Era Espacial, aumentou muito o interesse pelo nióbio brasileiro, o mais leve dos metaisa refratários. Ligas de nióbio, como Nb-Ti, Nb-Zr, Nb-Ta-Zr, foram desenvolvidas para utilização nas indústrias espacial e nuclear.
Bem que o governador de Rondônia, o médico Confúcio Moura, ficou meditando sobre o interesse da China por este Estado da Amazônia. As primeiras delegações estrangeiras que ele recebeu na Capital, Porto Velho, após tomar posse como novo governador foram de chineses. Primeiro veio um grupo de empresários , logo seguidos pela visita do próprio embaixador da China no Brasil, Qiuiu Xiaoqi e da embaixatriz Liu Min.
Os chineses não definiram, nas palavras do governador, o que lhes interessa em Rondônia. Mas, é possível que a palavra “nióbio” tenha sido pronunciada durante as conversações.
Confúcio Moura comentaria após as visitas partirem que “algo de sintomático paira no ar” e fez uma visita à Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais em Rondônia (CPRM) para saber de suas atividades no Estado.
Oficialmente, o governador nunca se referiu ao nióbio como um dos temas das conversas com os chineses. Mas, o súbito interesse do médico governador por geologia gerou comentários.
Seria ingenuidade descartar o nióbio dos motivos que levariam os chineses a viajar do outro lado do planeta para Rondônia. Este é um dos Estados da Amazônia que tem esse minério estratégico de largo uso em engenharia civil e militar de alta tecnologia. A China não tem nióbio e importa do Brasil 100 por cento do que usa.
O problema é que as jazidas atualmente conhecidas em Rondônia estão localizadas na Floresta Nacional (Flona) do Jamari, por onde o governo petista de Lula começou a “vender” a Amazônia para particulares (são concessões com prazo de 60 anos.)
O então presidente dos Estados Unidos, George Bush, fez uma visita ao Brasil e abraçou o presidente Lula quando o Brasil decidiu leiloar a Amazônia.
Os particulares vencedores do leilão da floresta, historicamente, acabam se consorciando a estrangeiros, e riquezas da bio e geodiversidades de Rondônia poderão continuar a migrar para o Exterior, restando migalhas para o povo rondoniense.
Ninguém está duvidando da boa intenção dos empresários chineses e, se de fato é o nióbio que atrai sua atenção para Rondônia, o Estado pode estar nas vésperas de realizar uma parceria comercial e reverter uma história de empobrecimento causada pela má administração de suas riquezas naturais.
O nióbio, hoje, representa o que foi a borracha há um século para o desenvolvimento industrial das potências mundiais da época. O Brasil, que tem o monopólio mundial da produção desse minério estratégico e vive um Ciclo do Nióbio, está, no entanto, repetindo erros ocorridos durante o Ciclo da Borracha na Amazônia entre os séculos 19 e 20.
Por exemplo, embora seja o maior produtor do mundo, o Brasil deixa que o preço do minério seja ditado pelos estrangeiros que o compram (como acontecia no Ciclo da Borracha.)
O nióbio (Nb) é elemento metálico de mais baixa concentração na crosta terrestre, pois aparece apenas na proporção de 24 partes por milhão. Quase anônimo, entrou na lista dos "novos metais nobres" por suas multiplicas utilidades nas recentes “tecnologias de ponta”. Praticamente só existe no Brasil (que tem entre 96 a 97 por cento das jazidas.
Demonstração de levitação no supercondutor de NIÓBIO.
O nióbio é usado principalmente para a fabricação de ligas ferro-nióbio, de elevados índices de elasticidade e alta resistência a choques, usadas na construção pontes, dutos, locomotivas, turbinas para aviões etc.
Por ter propriedades refratárias e resistir à corrosão, o nióbio é também usado para a fabricação de superligas, à base de níquel (Ni ) e, ou de cobalto (Co), para a indústria aeroespacial (turbinas a gás, canalizações etc.), e construção de reatores nucleares e respectivos aparelhos de troca de calor.
Na década de 1950, com o início da corrida espacial, aumentou muito o interesse pelo nióbio, o mais leve dos metaisa refratários. Ligas de nióbio, como Nb-Ti, Nb-Zr, Nb-Ta-Zr, foram desenvolvidas para utilização nas indústrias espacial e nuclear, e também para fins relacionados à supercondutividade. Os tomógrafos de ressonância magnética para diagnóstico por imagem, utilizam magnetos supercondutores feitos com a liga NbTi.
Com o nióbio são feitas desde ligas supracondutoras de eletricidade a lentes óticas. Tudo o que os chineses estão fazendo, desenvolvendo-se como potência tecnológica, industrial e econômica.
“O nióbio otimiza o uso do aço na indústria de aviação, petrolífera e automobilística”, explica a jornalista Danielle Nogueira, em artigo no site Infoglobo.
Em países desenvolvidos, são usados de oitenta gramas a cem gramas de nióbio por tonelada de aço. “Isso deixa o carro mais leve e econômico”. Na China, são usadas apenas 25 gramas em média de nióbio por tonelada.
Analistas dizem que no mercado asiático estão as chances de expansão das exportações – e utilização do minério. O Japão também importa 100 por cento do nióbio do Brasil. No Ocidente, os Estados Unidos importam 80 por cento e a Comunidade Econômica Européia, 100.
O diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Ribeiro Tunes, citado por Danielle Nogueira, disse que “boa parte do potencial de expansão de nossas exportações de nióbio está na China.”
“Em 2010, a receita com vendas externas de nióbio foi de US$ 1,5 bilhão. Foi o terceiro item da pauta de exportações minerais, atrás de minério de ferro e ouro. As duas empresas que atuam no setor no Brasil são a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, do grupo Moreira Sales e dona da mina de Araxá (MG), e a Anglo American, proprietária da mina de Catalão (GO.)”
É provável, portanto, que o principal interesse dos chineses por Rondônia seja exatamente o nióbio escondido no sub solo do Estado, em números ainda não bem conhecidos, especialmente em terras que podem ser compradas ainda que indiretamente por estrangeiros.
Até o momento, segundo o Mapa Geológico de Rondônia feito pelo CPRM, foram descobertas jazidas desse minério na região da Floresta Nacional (Flona) do Jamari.
A área tem mais de 220 mil hectares de extensão, localizada a 110 km de Porto Velho, atinge os municípios de Itapuã do Oeste, Cujubim e Candeias do Jamari. Além da enorme quantidade de madeira e água, o subsolo da floresta a ser leiloada é rico, além de nióbio, de estanho, ouro, topázio e outros minerais.
As jazidas de Araxá (MG) e Catalão (GO) eram consideradas as maiores do mundo até serem descobertas as da Amazônia.
As jazidas de Rondônia são as menores da Amazônia, mas há ainda muito a ser investigado. Na região do Morro dos Seis Lagos, município de São Gabriel da Cachoeira (AM), encontrou-se o maior depósito de nióbio do mundo, que suplanta em quantidade de minério, as jazidas de Araxá (MG) e Catalão (GO), antes detentoras de 86% das reservas mundiais.
Por que os chineses desembarcaram em Rondônia – se um de seus supostos interesses, o mais óbvio, seriam negócios com nióbio, embora existam poucas jazidas aqui? Porque o minério estratégico está na Floresta Nacional do Jamari, que o governo petista de Lula escolheu, em 2006, através da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para iniciar a privatização da floresta.
Não seria surpresa se os chineses resolvessem, de alguma forma, em participar do leilão da Flona do Jamari. Em outras áreas, como em Roraima, onde se supõe existir uma reserva de nióbio maior do que todas as conhecidas no país, é mais difícil extrair o minério porque ele está, em princípio, preservado e inalienável por pertencer ao território indígena da Raposa do Sol. A venda de florestas em Rondônia abre caminho para a exploração de sua biogeodiversidade por estrangeiros.
O plano do governo federal é dividir a Flona do Jamari em três grandes áreas (17 mil, 33 mil e 46 mil hectares) e usá-la como modelo, concedendo o direito de exploração à grandes empresas com o discurso de que preservariam melhor o meio ambiente.
Das oito empresas que se inscreveram para entrar na disputa, não há nenhuma das pequenas e médias madeireiras que já atuam na região há vários anos.
A privatização da floresta tem sofrido embargos judiciais. E o senador Pedro Simon (PMDB/RS) declarou na época que a proposta que trata a concessão de florestas públicas, transformada na Lei 11.284 em março de 2006, "foi no mínimo, uma das mais discutíveis que já transitaram no Congresso Nacional, além de ter sido aprovada sem o necessário aprofundamento do debate."
O interesse das potências estrangeiras pelas riquezas naturais brasileiras é antigo. Os brasileiros prestaram mais atenção ao nióbio em 2010, quando o site Wikileaks disse que o governo americano incluiu as minas de nióbio de Araxá (MG) e Catalão (GO) no mapa de áreas estratégicas para os EUA. O mapa certamente inclui agora as grandes jazidas dos Estados do Amazonas e Roraima e o pouco conhecido potencial de Rondônia.
Frequentemente a CPRM e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) são acusados de sub avaliar o tamanho das jazidas, das reservas.
Ainda assim, considerando-se válidas as estimativas da CPRM, o Brasil seria o dono de um superdepósito de nióbio, com 2,9 bilhões de toneladas de minérios, a 2,81% de óxido de nióbio, o que representaria 81,4 milhões de toneladas de óxido de nióbio contido, nada menos do que 14 vezes as atuais reservas existentes no planeta Terra, incluindo aquelas já conhecidas no subsolo do país.
Os minérios de nióbio acumulados no "Carbonatito dos Seis Lagos" (AM), somados às reservas medidas e indicadas de Goiás, Minas Gerais e do próprio estado do Amazonas, passariam a representar 99,4% das reservas mundiais.
O nióbio, portanto, é um minério essencialmente nacional, essencialmente brasileiro, mas quem fixa os preços é a "London Metal Exchange - LME", de Londres.
O contra-almirante reformado Roberto Gama e Silva, sugeriu, na condição de presidente do Partido Nacionalista Democrático (PND), a criação pelo governo do Brasil da Organização dos Produtores e Exportadores de Nióbio (OPEN), nos moldes da Organização dos Produtores de Petróleo (OPEP), a fim de retirar da "London Metal Exchange (LME) o poder de determinar os preços de comercialização de todos os produtos que contenham o nióbio.
A LME fixa, para exportação, preços mais baixos do que os cobrados nas jazidas.
“Evidente que as posições do Brasil, no novo organismo, seriam preenchidas com agentes governamentais que, não só batalhariam para elevar os preços dos produtos que contém o nióbio, mas, ainda, fixariam as quotas desses materiais destinadas à exportação” – diz Silva.
De qualquer forma, em 2010, a receita com vendas externas de nióbio foi de US$ 1,5 bilhão. Foi o terceiro item da pauta de exportações minerais, atrás de minério de ferro e ouro.
Num encontro com jornalistas, realizado em 7 de fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que um novo marco regulatório da mineração no Brasil será encaminhado ao Congresso ainda no primeiro semestre deste ano.
Lobão disse que serão encaminhados três projetos independentes: um que trata das regras de exploração do minério, outro que cria a agência reguladora do setor e um terceiro que trata exclusivamente dos royalties.
Segundo Lobão, o Brasil tem hoje um dos menores royalties do mundo. “Nós cobramos no Brasil talvez o royalty mais baixo do mundo. A Austrália e países da África chegam a cobrar 10% e o Brasil apenas 2% ".
Fonte:
www.inest.uff.br/index.php%3Foption%3Dcom_content%26view%3Darticle%...">http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:IWqx9K6IxWYJ:www.inest.uff.br/index.php%3Foption%3Dcom_content%26view%3Darticle%...
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Ronaldo Schlichting, administrador de empresas e membro da Liga da Defesa Nacional, em seu excelente artigo, que jamais deveria ser do desconhecimento do povo brasileiro, chama a atenção sobre a “Questão do Nióbio” e convoca todos os brasileiros para que diga não à doutrina da subjugação nacional. Menciona que a história do Brasil foi pautada pela escravidão das sucessivas gerações de cidadãos submetidos à vergonhosa doutrina de servidão.
Schlichting, de forma oportunista, desperta na consciência de todos que “qualquer tipo de riqueza nacional, pública ou privada, de natureza tecnológica, científica, humana, industrial, mineral, agrícola, energética, de comunicação, de transporte, biológica, assim que desponta e se torna importante, é imediatamente destruída, passa por um inexorável processo de transferência para outras mãos ou para seus ‘testas de ferro’ locais”.
Nossos governantes não tem sido dignos dos cargos ocupados. São “vendilhões do templo”. Há muito vêm camuflando essa questão do nióbio, fonte de altas negociatas, prejuízo incalculável ao bem estar da Nação Brasileira. Esse e outros desmandos explicam todo o sofrimento dos brasileiros, herdeiros de um país simplesmente rico e privilegiado em diversos aspectos: clima, solo, águas, florestas, miscigenação, mais de 7.500 km de costa voltado para o Atlântico. Só a informação desvinculada de interesses maléficos aos interesses nacionais é que poderão auxiliar no resgate daquilo que é nosso por herança.
O povo brasileiro sempre foi explorado de forma humilhante.
E MAIS:
Floresta privatizada em Rondônia esconde nióbio, o mineral mais estratégico e raro no mundo.
Com o início da Era Espacial, aumentou muito o interesse pelo nióbio brasileiro, o mais leve dos metaisa refratários. Ligas de nióbio, como Nb-Ti, Nb-Zr, Nb-Ta-Zr, foram desenvolvidas para utilização nas indústrias espacial e nuclear.
Bem que o governador de Rondônia, o médico Confúcio Moura, ficou meditando sobre o interesse da China por este Estado da Amazônia. As primeiras delegações estrangeiras que ele recebeu na Capital, Porto Velho, após tomar posse como novo governador foram de chineses. Primeiro veio um grupo de empresários , logo seguidos pela visita do próprio embaixador da China no Brasil, Qiuiu Xiaoqi e da embaixatriz Liu Min.
Os chineses não definiram, nas palavras do governador, o que lhes interessa em Rondônia. Mas, é possível que a palavra “nióbio” tenha sido pronunciada durante as conversações.
Confúcio Moura comentaria após as visitas partirem que “algo de sintomático paira no ar” e fez uma visita à Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais em Rondônia (CPRM) para saber de suas atividades no Estado.
Oficialmente, o governador nunca se referiu ao nióbio como um dos temas das conversas com os chineses. Mas, o súbito interesse do médico governador por geologia gerou comentários.
Seria ingenuidade descartar o nióbio dos motivos que levariam os chineses a viajar do outro lado do planeta para Rondônia. Este é um dos Estados da Amazônia que tem esse minério estratégico de largo uso em engenharia civil e militar de alta tecnologia. A China não tem nióbio e importa do Brasil 100 por cento do que usa.
O problema é que as jazidas atualmente conhecidas em Rondônia estão localizadas na Floresta Nacional (Flona) do Jamari, por onde o governo petista de Lula começou a “vender” a Amazônia para particulares (são concessões com prazo de 60 anos.)
O então presidente dos Estados Unidos, George Bush, fez uma visita ao Brasil e abraçou o presidente Lula quando o Brasil decidiu leiloar a Amazônia.
Os particulares vencedores do leilão da floresta, historicamente, acabam se consorciando a estrangeiros, e riquezas da bio e geodiversidades de Rondônia poderão continuar a migrar para o Exterior, restando migalhas para o povo rondoniense.
Ninguém está duvidando da boa intenção dos empresários chineses e, se de fato é o nióbio que atrai sua atenção para Rondônia, o Estado pode estar nas vésperas de realizar uma parceria comercial e reverter uma história de empobrecimento causada pela má administração de suas riquezas naturais.
O nióbio, hoje, representa o que foi a borracha há um século para o desenvolvimento industrial das potências mundiais da época. O Brasil, que tem o monopólio mundial da produção desse minério estratégico e vive um Ciclo do Nióbio, está, no entanto, repetindo erros ocorridos durante o Ciclo da Borracha na Amazônia entre os séculos 19 e 20.
Por exemplo, embora seja o maior produtor do mundo, o Brasil deixa que o preço do minério seja ditado pelos estrangeiros que o compram (como acontecia no Ciclo da Borracha.)
O nióbio (Nb) é elemento metálico de mais baixa concentração na crosta terrestre, pois aparece apenas na proporção de 24 partes por milhão.
Quase anônimo, entrou na lista dos "novos metais nobres" por suas multiplicas utilidades nas recentes “tecnologias de ponta”. Praticamente só existe no Brasil (que tem entre 96 a 97 por cento das jazidas.
O nióbio é usado principalmente para a fabricação de ligas ferro-nióbio, de elevados índices de elasticidade e alta resistência a choques, usadas na construção pontes, dutos, locomotivas, turbinas para aviões etc.
Por ter propriedades refratárias e resistir à corrosão, o nióbio é também usado para a fabricação de superligas, à base de níquel (Ni ) e, ou de cobalto (Co), para a indústria aeroespacial (turbinas a gás, canalizações etc.), e construção de reatores nucleares e respectivos aparelhos de troca de calor.
Na década de 1950, com o início da corrida espacial, aumentou muito o interesse pelo nióbio, o mais leve dos metaisa refratários. Ligas de nióbio, como Nb-Ti, Nb-Zr, Nb-Ta-Zr, foram desenvolvidas para utilização nas indústrias espacial e nuclear, e também para fins relacionados à supercondutividade. Os tomógrafos de ressonância magnética para diagnóstico por imagem, utilizam magnetos supercondutores feitos com a liga NbTi.
Com o nióbio são feitas desde ligas supracondutoras de eletricidade a lentes óticas. Tudo o que os chineses estão fazendo, desenvolvendo-se como potência tecnológica, industrial e econômica.
“O nióbio otimiza o uso do aço na indústria de aviação, petrolífera e automobilística”, explica a jornalista Danielle Nogueira, em artigo no site Infoglobo.
Em países desenvolvidos, são usados de oitenta gramas a cem gramas de nióbio por tonelada de aço. “Isso deixa o carro mais leve e econômico”. Na China, são usadas apenas 25 gramas em média de nióbio por tonelada.
Analistas dizem que no mercado asiático estão as chances de expansão das exportações – e utilização do minério. O Japão também importa 100 por cento do nióbio do Brasil. No Ocidente, os Estados Unidos importam 80 por cento e a Comunidade Econômica Européia, 100.
O diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Ribeiro Tunes, citado por Danielle Nogueira, disse que “boa parte do potencial de expansão de nossas exportações de nióbio está na China.”
“Em 2010, a receita com vendas externas de nióbio foi de US$ 1,5 bilhão. Foi o terceiro item da pauta de exportações minerais, atrás de minério de ferro e ouro. As duas empresas que atuam no setor no Brasil são a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, do grupo Moreira Sales e dona da mina de Araxá (MG), e a Anglo American, proprietária da mina de Catalão (GO.)”
É provável, portanto, que o principal interesse dos chineses por Rondônia seja exatamente o nióbio escondido no sub solo do Estado, em números ainda não bem conhecidos, especialmente em terras que podem ser compradas ainda que indiretamente por estrangeiros.
Até o momento, segundo o Mapa Geológico de Rondônia feito pelo CPRM, foram descobertas jazidas desse minério na região da Floresta Nacional (Flona) do Jamari.
A área tem mais de 220 mil hectares de extensão, localizada a 110 km de Porto Velho, atinge os municípios de Itapuã do Oeste, Cujubim e Candeias do Jamari. Além da enorme quantidade de madeira e água, o subsolo da floresta a ser leiloada é rico, além de nióbio, de estanho, ouro, topázio e outros minerais.
As jazidas de Araxá (MG) e Catalão (GO) eram consideradas as maiores do mundo até serem descobertas as da Amazônia.
As jazidas de Rondônia são as menores da Amazônia, mas há ainda muito a ser investigado. Na região do Morro dos Seis Lagos, município de São Gabriel da Cachoeira (AM), encontrou-se o maior depósito de nióbio do mundo, que suplanta em quantidade de minério, as jazidas de Araxá (MG) e Catalão (GO), antes detentoras de 86% das reservas mundiais.
Por que os chineses desembarcaram em Rondônia – se um de seus supostos interesses, o mais óbvio, seriam negócios com nióbio, embora existam poucas jazidas aqui? Porque o minério estratégico está na Floresta Nacional do Jamari, que o governo petista de Lula escolheu, em 2006, através da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.para iniciar a privatização da floresta.
Não seria surpresa se os chineses resolvessem, de alguma forma, em participar do leilão da Flona do Jamari. Em outras áreas, como em Roraima, onde se supõe existir uma reserva de nióbio maior do que todas as conhecidas no país, é mais difícil extrair o minério porque ele está, em princípio, preservado e inalienável por pertencer ao território indígena da Raposa do Sol. A venda de florestas em Rondônia abre caminho para a exploração de sua biogeodiversidade por estrangeiros.
O plano do governo federal é dividir a Flona do Jamari em três grandes áreas (17 mil, 33 mil e 46 mil hectares) e usá-la como modelo, concedendo o direito de exploração à grandes empresas com o discurso de que preservariam melhor o meio ambiente.
Das oito empresas que se inscreveram para entrar na disputa, não há nenhuma das pequenas e médias madeireiras que já atuam na região há vários anos.
A privatização da floresta tem sofrido embargos judiciais. E o senador Pedro Simon (PMDB/RS) declarou na época que a proposta que trata a concessão de florestas públicas, transformada na Lei 11.284 em março de 2006, "foi no mínimo, uma das mais discutíveis que já transitaram no Congresso Nacional, além de ter sido aprovada sem o necessário aprofundamento do debate."
O interesse das potências estrangeiras pelas riquezas naturais brasileiras é antigo. Os brasileiros prestaram mais atenção ao nióbio em 2010, quando o site Wikileaks disse que o governo americano incluiu as minas de nióbio de Araxá (MG) e Catalão (GO) no mapa de áreas estratégicas para os EUA. O mapa certamente inclui agora as grandes jazidas dos Estados do Amazonas e Roraima e o pouco conhecido potencial de Rondônia.
Frequentemente a CPRM e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) são acusados de sub avaliar o tamanho das jazidas, das reservas.
Ainda assim, considerando-se válidas as estimativas da CPRM, o Brasil seria o dono de um superdepósito de nióbio, com 2,9 bilhões de toneladas de minérios, a 2,81% de óxido de nióbio, o que representaria 81,4 milhões de toneladas de óxido de nióbio contido, nada menos do que 14 vezes as atuais reservas existentes no planeta Terra, incluindo aquelas já conhecidas no subsolo do país.
Os minérios de nióbio acumulados no "Carbonatito dos Seis Lagos" (AM), somados às reservas medidas e indicadas de Goiás, Minas Gerais e do próprio estado do Amazonas, passariam a representar 99,4% das reservas mundiais.
O nióbio, portanto, é um minério essencialmente nacional, essencialmente brasileiro, mas quem fixa os preços é a "London Metal Exchange - LME", de Londres.
O contra-almirante reformado Roberto Gama e Silva, sugeriu, na condição de presidente do Partido Nacionalista Democrático (PND), a criação pelo governo do Brasil da Organização dos Produtores e Exportadores de Nióbio (OPEN), nos moldes da Organização dos Produtores de Petróleo (OPEP), a fim de retirar da "London Metal Exchange (LME) o poder de determinar os preços de comercialização de todos os produtos que contenham o nióbio.
A LME fixa, para exportação, preços mais baixos do que os cobrados nas jazidas.
“Evidente que as posições do Brasil, no novo organismo, seriam preenchidas com agentes governamentais que, não só batalhariam para elevar os preços dos produtos que contém o nióbio, mas, ainda, fixariam as quotas desses materiais destinadas à exportação” – diz Silva.
De qualquer forma, em 2010, a receita com vendas externas de nióbio foi de US$ 1,5 bilhão. Foi o terceiro item da pauta de exportações minerais, atrás de minério de ferro e ouro.
Num encontro com jornalistas, realizado em 7 de fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que um novo marco regulatório da mineração no Brasil será encaminhado ao Congresso ainda no primeiro semestre deste ano.
Lobão disse que serão encaminhados três projetos independentes: um que trata das regras de exploração do minério, outro que cria a agência reguladora do setor e um terceiro que trata exclusivamente dos royalties.
Segundo Lobão, o Brasil tem hoje um dos menores royalties do mundo. “Nós cobramos no Brasil talvez o royalty mais baixo do mundo. A Austrália e países da África chegam a cobrar 10% e o Brasil apenas 2% ".
sábado, 25 de junho de 2011
EXTERMINIO ATÉ À ÚLTIMA NAÇÃO INDÍGENA.
“Carlos Pankararu, fundador do AIR e liderança legítima do MIR junto com a guerreira Lúcia Munduruku e Korubo (eterno candidato do Movimento Indígena Autônomo à Presidência da Funai, por seu exemplo combatividade e de coragem, representando em sua trajetória a resistência dos indígenas excluídos das políticas públicas nas Américas), faz convocação pública para a luta contra o genocídio e o holocausto ambiental expressos no decreto 7056 – enfraquecendo as resistências étnicas para viabilizar grandes empreendimentos do PAC – e a gestão neoliberal da Fundação Nacional do
Empreendedor (FUNAE); o guerreiro Carlos Pankararu, autêntico herói da luta contra o Genocídio e o Terrorismo de Estado no país, tendo enfrentado de peito aberto - com a Constituição e a Borduna, a Coragem e a Lucidez - seis mega-operações policiais contra as famílias indígenas do Acampamento Indígena Revolucionário, convoca bancada indígena do CNPI (Comissão Nacional de Política Indígenista), assim como companheiros indígenas e não indígenas de todas as regiões, credos e etnias do Brasil, para se unir na luta contra o Decreto Presidencial 7056, privatizando Funai, e contra a gestão Meira, lembrando aqui que essa é uma das formas mais eficazes de se lutar contra monstruosidades como Teles Pires e Belo Monte.”*
Conheço a posição de muitos amigos do agronegócio e mesmo os trabalhadores da FUNASA que lida com os índios, gente XENÒFOBA em nível de psicopatia que são inteiramente incapazes de respeitar qualquer outra cultura que não se relacione com seus interesses particulares. Há mesmo muita gente assim dentro da FUNASA e FUNAI, colocadas nos postos por indicação política e bradam em seus escritórios :”detesto esses índios. Eles vêm aqui e ofendem a gente o tempo todo, batem nos colegas e a gente não pode nem revidar por que essa lei os defende como se fossem inocentes”.
Há mesmo um sentimento grave e desejo de extermínio. O que ocorreu com a escravidão e matança a ferro e fogo, ataque catequista católico e poluição física e mental na colonização, torna a acontecer com novos elementos e de poder ainda mais eficaz. A apropriação das terras se faz através de grilagem se juramenta com a morte, prostituição e pedofilia, sedução das drogas convencionais e não convencionais e apoio governamental. ETNOCÍDIO, GENOCÍDIO E EXTERMINIO são palavras que retratam o momento atual da AMAZONIA e de toda a CIVILIZAÇÂO INDIGENA NA AMÈRICA LATINA.
Transcrevo a seguir palavras de Carlos PanKararu - Líder do Movimento Indígena Revolucionário a respeito do Decreto que em extingue os 340 postos e 42 administrações da Fundação Nacional do Índio (Funai), para propor uma reforma ou uma revogação. O Decreto motivou uma invasão da Esplanada dos Ministérios em Janeiro de 2010 e foi redigido longe do conhecimento de qualquer liderança indígena, criado de forma autoritária, e – com toda certeza – foi calculado com objetivos capitalistas e nocivos ao meio ambiente.
O Ataque Governista ao Meio Ambiente para viabilizar a negociação feita já no período eleitoral e durante o governo Lula teve início do novo mandato presidencial com um Decreto já preparado e negociado.
Palavras de Carlos Pankararu - Líder do Movimento Indígena Revolucionário
Carlos Pankararu, em foto tirada em maio desse ano (2011) no Acampamento Terra Livre (ATL)
Caros irmãos indígenas de todo Brasil,
Desde o início deste decreto, todos nós que temos conhecimento da política indígena, sabiamos que este decreto nada mais é que uma porta aberta para o PAC dentro dos territórios indígenas, por isso que tem poder de fechar os postos indígenas nas aldeias e as administrações indígenas nos estados. Desta forma distânciando o governo das populações indígenas, terceirizando de uma certa forma a obrigação do gorverno federal com os índios e entregando o poder para as organizações não governamentais, dando-se o nome CNPI.
Não sou contra as organizações indígenas trabalharem e defenderem nossa população, mas, porém, a CNPI não é composta apenas por organizações indígenas. Será que o ISA, o CTI, CIMI, o IBAMA, o MPU, o Ministério da Justiça e outros ministérios, são organizações indígenas para decidir a vida dos índios? É mais que claro que essas organizões de branco não vão deixar de ser pelo governo para ser pelos índios, jamais irão deixar de construir os planos do governo que são várias hidrelétricas no pulmão do mundo(que é a região Amazônica), rodovias e minerações nas terras indígenas e até bases militares nas terras indígenas para que com as forças armadas dentro das aldeias o PAC seja desenvolvido na marra, assim como o decreto 7056 que tirou a estabilidade da FUNAI e como a Hidrelétrica Belo Monte, e muitos outros planos secretos do governo sem consultar os povos indígenas, o que representa um desrespeito aos nosso povos. Mas quero deixar claro para a sociedade, que em breve haverá revogação do Decreto 7.056/09. Após a revogação iremos discutir novamente a reestruturação da FUNAI, que será a favor dos índios e não a favor do governo. Eu acredito que a APOINME, ARPINSUL, COIAB, e todas as organizações indígenas, jamais querem mal para seus irmãos índios. Por isso, peço que reconheçam que o AIR tem razão em suas lutas, pois não tivemos apoio nenhum do governo, mas acampamos durante 9 meses em frente do congresso Nacional. Até hoje estamos acampados em Brasília, brigando pela saída do carrasco Marciomeira (atual presidente da FUNAI) e para a revogação deste decreto que desrespeitou todos os índios do Brasil. Lembrem-se do ATL: quem trouxeram as 700 lideranças foram vocês e todos que vocês trouxeram, pediram o mesmo que nós vinhamos pedindo há mais de um ano. Apenas quem não pediu a reestruração da FUNAI e a revogação do decreto foram algumas lideranças das próprias organizações. Quero parabenizar o diretor da ARPINSUL, Kretã Kaingang, e Rildo pois tiveram a coragem de gritar em plenária que seus objetivos são os mesmos de nós povos indígenas do Brasil que é a exoneração do atual traíra presidente da FUNAI e a revogação do decreto. Somos todos uma só irmandade independente de lideranças e organizações. Eu e meus irmãos do AIR afirmamos que está luta não vai parar enquanto não houver revogação do decreto e exoneração do carrasco do governo que ocupa a FUNAI. Se querem ajudar os índios do Brasil juntem-se a nós, para que a força torne-se mais forte e o tempo da vitória torne-se mais próximo.
Sem mais.
De: Carlos Pankararu
Para: Todos os índios do Brasil
Parabéns a todos os irmãos da CNPI por terem acordado enquanto é tempo de solucionarmos o problema.
* Murilo Marques Filho
sexta-feira, 24 de junho de 2011
CAMPANHA NACIONAL em Defesa da República e da Democracia
A Ordem dos Advogados do Brasil (Conselho Federal e Secção São Paulo), a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Escola de Governo, idealizaram e
somam esforços para promover uma "Campanha permanente em Defesa da República e da Democracia", na qual um dos objetivos é apoiar o Projeto de Lei 4.718/2004 que visa regulamentar os instrumentos jurídicos de Democracia Direta (plebiscito,referendo e iniciativa popular) para que a sociedade passe a exercer verdadeiramente o poder de decidir os rumos de nosso País.
A aprovação desse Projeto de Lei dará inicio à transformação da nossa vida política, uma vez que o povo terá o poder de propor Leis que serão apreciadas prioritariamente pelo Congresso Nacional, bem como poderá ou deverá em determinadas situações decidir (aprovar ou reprovar) diretamente os atos governamentais ou legislativos que possam gerar conseqüências danosas aos objetivos fundamentais da nossa República (art. 3º da Constituição Federal de 1988):
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdade sociais e
regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação.
O Projeto de Lei já está tramitando na Câmara dos Deputados e para fortalecê-lo
inicia-se esta campanha de esclarecimento de sua importância e promoção de ações de apoio, como a coleta de assinaturas. A efetivação da Democracia Direta através do exercício da Soberania Popular em sua plenitude interessa a todos os cidadãos brasileiros, devendo o Governo reconhecê-la, incentivá-la e respeitá-la.
Vamos unir nossas forças e fazer deste ato um Movimento Nacional de Cidadania
objetivando transformar a República Federativa do Brasil em verdadeiro Estado
Democrático de Direito sustentado pelos cinco princípios:
"O POVO BRASILEIRO TEM O DIREITO
DE EXERCER SUA SOBERANIA"
1º - A soberania do povo, uma vez que todo o poder emana deste, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos da Constituição, por intermédio de plebiscito, referendo e iniciativa popular;*
2º - A cidadania;
3º - A dignidade da pessoa humana;
4º - Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
5º - O pluralismo político.
*Interpretação do artigo 1º, combinado com o caput do artigo 14, da Constituição Federal de 1988.
APOIO:CAMPANHA NACIONAL
Justificativa do Projeto de Lei nº 4718/2004 que objetiva regulamentar o art. 14 da Constituição Federal em matéria de Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular.
A finalidade do projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados é iniciar a transformação da nossa vida política, de forma a dar ao povo o poder de tomar diretamente decisões sobre questões que dizem respeito aos objetivos fundamentais da nossa República, tal como declarados no art. 3º
da Constituição Federal de 1.988 , a saber:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdade sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Até hoje tais decisões são tomadas exclusivamente pelos órgãos estatais (o Executivo e o Legislativo), delegados do povo soberano, sem que este tenha o poder de autorizar previamente a tomada dessas decisões, ou de revê-las, uma vez postas em prática.
Os instrumentos jurídicos para que o povo passe a exercer diretamente esse poder decisório foram previstos na Constituição: são o plebiscito e o referendo. Mas a sua utilização encontra-se bloqueada. A Lei nº 9.709/98, ao regulamentar o art. 14 da Constituição, determinou que, tanto a realização de plebiscitos, quanto a de referendos, fique na inteira dependência de uma decisão do Congresso Nacional.
Consagrou-se desta forma o absurdo de dar a um órgão delegado do povo soberano o poder de impedir, arbitrariamente, que este manifeste a sua vontade política. A inversão é total: muito embora o art. 1º, parágrafo o seu poder soberano, a Lei nº 9.709 faz depender essa manifestação direta da soberania popular da aquiescência prévia de um órgão delegado do soberano. Ora, o art. 14 da
CF/88, em aplicação lógica do princípio enunciado no art. 1º, parágrafo único, declara que o plebiscito e o referendo são manifestações da soberania popular, tal como o sufrágio eleitoral. Se, como é óbvio, o Congresso Nacional não tem poderes para impedir a realização de eleições, não faz o menor sentido atribuir-lhe a despropositada prerrogativa de decidir se e quando o povo está autorizado a tomar diretamente decisões por meio de plebiscito e referendo.
Objeto da decisão plebiscitária serão as matérias indicadas no art. 3º. Elas dizem respeito às modificações político-territoriais das unidades da federação, à realização das políticas públicas necessárias ao atendimento dos direitos fundamentais de natureza econômica, social e cultural, à pessoas jurídicas de direito público(União, Estados, Distrito Federal e Territórios) ou à concessão administrativa de serviços públicos.
Destes plebiscitos, alguns são obrigatórios e outros facultativos. Estes últimos serão realizados por iniciativa popular (1% do eleitorado), ou por iniciativa de 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado. A minoria parlamentar verá, assim, singularmente reforçado o seu poder político, podendo recorrer ao povo soberano toda vez que for vencida na decisão tomada no órgão legislativo a respeito das questões mencionadas nos incisos II e III do art. 3º já elencados.
O referendo (aprovação posterior pelo povo) é estendido, das leis às emendas constitucionais e aos tratados e outros acordos internacionais (exemplo: acordos com o FMI). A iniciativa do referendo, tal como a do plebiscito, pertence ao povo ou à minoria parlamentar. É obrigatório o referendo das leis sobre matéria eleitoral, cujo projeto não tenha sido de iniciativa popular.
Finalmente, quanto à iniciativa popular legislativa, foram introduzidas duas inovações tendentes a reforçá-la. A primeira é a determinação de que tais projetos de lei terão prioridade em sua tramitação no Congresso Nacional. A segunda é a regra de que, se uma lei oriunda de iniciativa popular vier a ser revogada ou alterada por outra lei que não contou com a iniciativa do povo, esta lei revogadora
ou derrogadora deve ser submetida a referendo popular.
ACOMPANHE O TRÂMITE E MAIS INFORMAÇÕES NO SITE: www.escoladegoverno.com.br
PROMOÇÃO: OAB - Conselho Federal APOIO: CNBB, OAB-SP, ESCOLA DE GOVERNO, IDEC, FORÇA SINDICAL, MST, UEE/SP, UNE/SP, CUT, EDUCAFRO, CIESP, Instituto Sou da Paz, CJP/SP
ABAIXO ASSINADO ELETRÔNICO
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Pedagogia da Terra e Cultura da Sustentabilidade
Moacir Gadotti - Instituto Paulo Freire
Três décadas de debates sobre .nosso futuro comum, deixaram algumas pegadas ecológicas tanto no campo da economia quanto no campo da ética da política e da educação que podem indicar-nos um caminho diante dos desafios do século XXI. A sustentabilidade tornou-se não só um tema gerador preponderante neste inicio de milênio para pensar o planeta mas também um tema portador de um projeto social global e capaz de reeducar nosso olhar e todos os nossos sentidos capaz de reacender a esperança em um futuro possível com dignidade para todos.
O cenário não é otimista: podemos destruir toda a vida no planeta neste milênio que se inicia. Uma ação conjunta global é necessária. Um movimento como grande obra civilizatória de todos é indispensável para realizarmos essa outra globalização, essa planetarização, fundamentada em outros princípios éticos que não os baseados na exploração econômica, na dominação política e na exclusão social. O modo pelo qual vamos produzir nossa existência neste pequeno planeta decidirá sobre a sua vida ou a sua morte, bem como a de todos os nossos filhos e filhas. A Terra deixou de ser um fenômeno puramente geográfico para se tornar um fenômeno histórico.
Os paradigmas clássicos, fundados em uma visão industrialista predatória. antropocêntrica e desenvolvimentista estão esgotando-se, não dando conta de explicar o momento presente e de responder às necessidades futuras. Precisamos de um outro paradigma. fundado em uma visão sustentável do planeta Terra. O globalismo é essencialmente insustentável, ele atende primeiro às necessidades do capital e depois a necessidades humanas e muitas das necessidades humanas a que ele atende tornaram-se humanas apenas porque foram produzidas como tais para servirem ao capital.
Precisamos de uma "Pedagogia da Terra", uma pedagogia apropriada a esse momento de reconstrução paradigmática. apropriada à cultura da sustentabilidade e da paz. Ela vem constituindo-se gradativamente, beneficiando-se de muitas reflexões que ocorreram nas últimas décadas principalmente no Interior do movimento ecológico. Ela se fundamenta em um paradigma filosófico (Paulo Freire. Leonardo Boff. Sebastião Salgado. Boaventura de Sousa Santos, Milton Santos. Aziz Ab'Sáber, Thomas Berry. Fritjop Capra, Edgar Morin) emergente na educação que propõe um conjunto de Saberes/valores Interdependentes. Entre eles podemos destacar:
1. Educar para pensar globalmente: na era da Informação, diante da velocidade com que o conhecimento é produzido e envelhece não adianta acumular informações. Preciso saber pensar. E pensar a realidade, não pensamentos já pensados. Daí a necessidade de recolocarmos o tema do conhecimento do saber aprender. Do saber conhecer. das metodologias, da organização do trabalho na escola.
2. Educar os sentimentos: o ser humano é o único ser vivente que se pergunta sobre o sentido de sua vida. É necessário educar para sentir e ter sentido, para cuidar e cuidar-se. para viver com sentido em cada instante da nossa vida. Somos humanos porque sentimos e não apenas porque pensamos. Somos parte de um todo em construção.
3. Ensinar a identidade terrena como condição humana essencial: nosso destino comum é compartilhar com todos nossa vida no planeta. Nossa identidade é ao mesmo tempo individual e cósmica. É preciso educar para conquistar um vínculo amoroso com a Terra, não para explorá-la, mas para amá-la.
4. Formar para a consciência planetária: é preciso compreender que somos interdependentes. A Terra é uma só nação e nós, os terráqueos os seus cidadãos. Não precisamos de passaportes. Em nenhum lugar na Terra deveríamos considerar-nos estrangeiros. Separar primeiro de terceiro mundo significa dividir o mundo para governá-lo a partir dos mais poderosos; essa é a divisão globallista entre globalizadores e globalizados. o contrário do processo de planetarização.
5. Formar para a compreensão: é necessário formar para a ética do gênero humano, não para a ética instrumental e utilitária do mercado. No mesmo sentido, é necessário educar para se comunicar, não comunicar para explorar. para tirar proveito do outro. mas para compreendê-lo melhor. A Pedagogia da Terra funda-se nesse novo paradigma ético e em uma nova inteligência do mundo. Inteligente não é aquele que sabe resolver problemas (inteligência Instrumental), mas aquele que tem um projeto de vida solidário, porque a solidariedade não é hoje apenas um valor. e sim condição de sobrevivência de todos.
6. Educar para a simplicidade e para a quietude: nossas vidas precisam ser guiadas por novos valores. como simplicidade. austeridade. quietude. paz. saber escutar. saber viver juntos. compartilhar. descobrir e fazer juntos. Precisamos escolher entre um mundo mais responsável frente à cultura dominante, que é uma cultura de guerra, de competitividade sem solidariedade. E passar de uma responsabilidade diluída a uma ação concreta, praticando a sustentabilidade na vida diária, na família, no trabalho, na escola, na rua.
A simplicidade não se confunde com a simploriedade e a quietude não se confunde com a cultura do silêncio. A simplicidade deve ser voluntária. como a mudança de nossos hábitos de consumo. reduzindo nossas demandas. A quietude é uma virtude conquistada com a paz interior e não com o silêncio imposto.
É claro, tudo isso supõe justiça, e justiça supõe que todas e todos tenham acesso à qualidade de vida. Seria cínico falar de redução de demandas de consumo. Atacar o consumismo, falar de consumismo aos que ainda não tiveram acesso ao consumo básico. Não existe paz sem justiça.
Diante do possível extermínio do planeta, surgem alternativas em uma cultura da paz e uma cultura da sustentabilidade. A sustentabilidade não tem a ver apenas com a biologia, a economia e a ecologia; tem a ver com a relação que mantemos com nós mesmos. com os outros e com a natureza. A pedagogia deveria começar por ensinar sobretudo a ler o mundo, como nos diz Paulo Freire. O mundo que é o próprio universo, porque é ele nosso primeiro educador. Essa primeira educação é uma educação emocional, que nos coloca diante do mistério do universo. Na intimidade com ele, produzindo a emoção de nos sentirmos parte desse sagrado ser vivo e em evolução permanente.
Não entendemos o universo como partes ou entidades separadas, mas como um todo sagrado, misterioso que nos desafia a cada momento de nossas vidas em evolução, em expansão, em interação. Razão, emoção e Intuição são partes desse processo, em que o próprio observador está Implicado. O paradigma Terra é um paradigma civilizatório. E, como a cultura da sustentabilidade oferece uma nova percepção da Terra. considerando-a como uma única comunidade de humanos; ela se torna básica para uma cultura de paz.
O universo não está lá fora. Está dentro de nós. Está muito próximo de nós. Um pequeno jardim. uma horta, um pedaço de terra é um microcosmos de todo o mundo natural. Nele encontramos formas de vida, recursos de vida, processos de vida. A partir dele podemos reconceitualizar nosso currículo escolar. Ao construí-lo e ao cultivá-lo. Podemos aprender muitas coisas. As crianças o encaram como fonte de tantos mistérios. Ele nos ensina os valores da emocionalidade com a Terra: a vida. a morte, a sobrevivência. Os valores da paciência, da perseverança, da criatividade., da adaptação, da transformação, da renovação.
Todas as nossas escolas podem transformar em jardins professores-alunos, os educadores-educandos em jardineiros. O jardim ensina-nos ideais democráticos: conexão. Escolha, responsabilidade. Decisão, iniciativa. Igualdade, biodiversidade, cores, classes, etnicidade e gênero.
Estamos diante do crescimento incessante e paralelo entre a miséria e a tecnologia: somos uma espécie do sucesso no campo tecnológico. Porém muito mal sucedida no governo do humano. Vivemos na era da informação mas não do conhecimento e da comunicação. As tecnologias da comunicação não significam comunicação humana. Por isso, temos necessidade de uma esfera publica cidadã" (Jurgen Habermas), uma esfera publica de decisão não-estatal; precisamos, como diz Adela Cortina, de “uma ética pública cívica”, fundada em uma sociedade pluralista (por exemplo, respeitar respostas distintas a perguntas sobre a vida, Isto e, praticar o pluralismo ético), na convivência autêntica ("viver juntos e não apenas se justapor"), na construção coletiva ("tarefa a realizar permanentemente, pois os pontos de convergência não são automáticos"), e no descobrimento mútuo e no diálogo ("buscar o que temos em comum").
A "Carta" significa "mapa", um mapa para nos guiar nessa travessia conturbada. Nesse sentido. a Carta da Terra precisa ser considerada como um código de ética planetária a nos guiar hoje para um mundo onde predominem os valores da solidariedade e da sustentabilidade, um projeto. um movimento, um processo que pode transformar o risco de extermínio em oportunidade histórica, transformar o temor em esperança. Adotar e promover a prática de seus vaiares não pode ser apenas o compromisso de estados e nações, e sim de cada ser humano. Individual, pessoal, como sujeito da história. como vem promovendo o Manifesto 2000 da Unesco. Precisamos de uma cultura de paz com justiça social para enfrentar a barbárie. Se aceitamos a barbárie. acostumamo-nos a um cotidiano de violência e de insustentabilidade. :
No livro Pedagogia da Terra defendemos a necessidade de uma Carta da Terra associada a um processo de paz. A uma cultura de paz. E, como a Carta da Terra é um documento ético, ela precisa da educação para se tornar cada vez mais conhecida. Contudo, precisamos de mudança não só na consciência das pessoas, mas também de mudanças estruturais no campo econômico, como as propostas pela Agenda 21 . A Carta da Terra precisa estar associada à Agenda 21 e ter um grande suporte na sociedade civil. Os governos podem assinar tratados, podem adotar a Carta da Terra. porém não cumprirão suas promessas se a sociedade civil não estiver vigilante e não pressionar os governantes para que eles cumpram o que assumiram. O que foi socialmente construído pode ser socialmente transformado. Um outro mundo é possível. Uma outra globalização é possível. Precisamos chegar lá juntos e, sobretudo, em tempo.
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