segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Vigilância Líquida.Zygmunt Bauman,

E se um beija-flor pousar na sua janela?

Vigilância Líquida, mais recente obra traduzida do autor polonês, estuda a crescente e muita vez perigosa demanda por "segurança" e sua ameça à política.

Léa Maria Aarão Reis
ista.edu
Depois de criar a consagrada expressão modernidadelíquida para a vida contemporânea – fluida, inconstante, insegura e insatisfatória – e a mesma conceituação para a pós-modernidade, uma modernidade tardia e “perturbadora” como a que vivemos hoje; e após inscrever vários best sellers sobre o assunto (Modernidade líquida, Amor líquido, Vida líquida e Medo líquido) na sua vasta obra literária, o polonês Zygmunt Bauman, 83 anos de idade e sempre transbordando de energia, publicou no Brasil, há apenas um mês, mais um volume do que podemos chamar de série - ou de coleção.
 
Vigilância líquida (Liquid Surveillance [A Conversation]), editado no Brasil pela Zahar, é o resultado de recentes conversas de Bauman, professor emérito das universidades de Varsóvia e de Leeds, na Grã Bretanha, com o amigo David Lyon, professor da Universidade de Queens, no Canadá, que assim como ele também é sociólogo e estuda os mecanismos de controle e vigilância da sociedade, no caso a sociedade líquida, e as demandas de “segurança” crescentes – muitas delas artificiais, como as que procuram classificar comoterrorismo determinadas manifestações políticas - estimuladas por empresas de tecnologia ou, com frequência, pelos interesses de ocasião de grupos e partidos políticos.
 
O objetivo do livro, segundo Bauman e Lyon, é a compreensão crítica da nossa sociedade pontilhada de câmeras de vídeo, por exemplo, que se multiplicam nos espaços públicos. É sobre a vigilância que aumenta sobre os indivíduos quando fazem suas compras mais rotineiras. O controle originado na participação nas redes sociais, no twitterfacebook (“o privado é público, é algo a ser celebrado e consumido tanto por incontáveis ‘amigos’ quanto por ‘usuários’ ocasionais”, lembram os autores) ou uma simples busca, uma pesquisa nogoogle que resulta no monitoramento, sem o nosso conhecimento, da intimidade de cada um. Os “fragmentos de dados pessoais obtidos para um objetivo são facilmente usados para outro fim”.
 
Todo este imensurável material, arquivado em gigantescos bancos de dados de perfis, está prontos para ser usado e manipulado a qualquer momento. Em um aeroporto, durante uma inocente viagem de férias, em um check in de hotel ou numa abordagem policial. Bancos de dados que fazem dos mecanismos de controle daquele futuro pintado por Orwell um ameno refresco de laranja. Mas, ao mesmo tempo, assim como em 1984 estamos todos (ou estaremos) perfilados à revelia e controlados por um poder já hoje invisível.
 
David Lyon escreve: “Somos permanentemente checados, monitorados, testados, avaliados, apreciados e julgados.” E lembra: vigilância para proteção é uma coisa; vigilância para controle, outra.
 
Os acessos online, as senhas para ingressar em prédios comerciais e mesmo residenciais (esses, já há tempos de uso comum nas grandes cidades dos países centrais), os cartões de controle em código, o login, a leitura de impressões digitais em bancos, a apresentação de documento de identidade requerida com frequência cada vez maior, enfim, a “vigilância é uma dimensão central da modernidade”, diz Bauman, concluindo sobre essa invasão (des)controlada. E a própria invasão, líquida e fluida por sua vez, e por isto mesmo despercebida pelos ingênuos e pelos distraídos, exerce controle e vigilância permanente, se infiltrando e se espalhando em todas as áreas da vida líquida e “perturbadora”, no dizer de Lyon.
 
Mas além desse tipo de modernidade que tem se “liquidificado” (como define Bauman), em novas e diferentes maneiras, e para além do mantra de Marx e Engels do “tudo que é sólido se desmancha no ar” e do ambiente perigoso do deleto, desconecto, bloqueio, os dois sociólogos trazem suas reflexões, em Vigilância líquida, para um outro aspecto do controle/vigilância invisível - o político, tão ou mais perigoso da inquietante atualidade.
 
Mídias sociais e drones; a aterrorizante vigilância pan-ótica (no caso, pós-pan-ótica) criada na arquitetura de prisões de última geração; a (in) segurança no cotidiano; o consumismo e a classificação social (ser um árabe ou um muçulmano, hoje, pode ser um problema em qualquer aeroporto ou fronteira; e, dependendo do momento da chamada conjuntura, o mesmo ocorre para um latino-americano: um mexicano, um venezuelano, por exemplo, num aeroporto dos Estados Unidos). Estes são temas do livro publicado agora.
 
Concluindo a conversa entre Bauman e Lyon, considerações sobre Ética e Esperança. “A vigilância digital é uma espada afiada cuja eficiência ainda não sabemos como reduzir”, escreve o pensador polonês. “É uma espada com dois gumes que ainda não sabemos manejar com segurança.”
 
No aspecto político, evidentemente o 11 de setembro foi um marco fundamental para a expansão desordenada das novas tecnologias de espionagem e vigilância. No seu livro, Bauman sublinha “o aumento espetacular do número de drones reduzidos ao tamanho de uma libélula ou de um beija-flor confortavelmente empoleirado no peitoril de uma janela; ambos (drone e beija-flor) destinados, na saborosa expressão do engenheiro espacial americano Greg Parker, a ‘desaparecer em meio à paisagem’.
 
Ele relembra que mais de 1900 insurgentes nas áreas tribais do Paquistão foram mortos pordrones americanos – os famosos predators – desde 2006.
 
Reduzidos agora ao tamanho de pássaros, mas preferivelmente de insetos - os designersmilitares já trabalham nesses drones mais avançados. Os movimentos de voo das mariposas, por exemplo, são mais fáceis para a tecnologia imitar do que o bater de asas dos pássaros.
 
Pergunta-se, enquanto as mariposas não entram em cena – ou melhor, na paisagem: o que você fará se, de repente, um dia, um beija-flor vier e pousar na sua janela?
 
Para Bauman, vive-se a época do divórcio entre o Poder e a Política – pelo menos na Europa onde, mesmo ainda eficiente comparado aos padrões nacionais, o sistema do bem-estar social está sendo desmantelado. “Poder e Política estão se separando (...) e a política parece irrelevante para os problemas e temores da vida das pessoas. O Estado perdeu Poder e não consegue manter e cumprir as promessas feitas há 50 anos; sem ele, oferece-se cada vez menos aos cidadãos.”
 
Para Zygmunt Bauman, a qualidade da democracia, que viveu sua época de ouro há meio século, está hoje em decadência. Uma visão eurocentrista a registrar o que se passava, na época, no velho continente europeu. O oposto do que vivemos, então, no Brasil e no continente sul-americano.
 
Na cena da realidade atual onde, segundo o sociólogo, “estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”, Bauman repisa dois dos conceitos básicos do seu pensamento – a segurança e a liberdade. Sem a segunda a primeira é “escravidão”, em suas palavras. Mas para alcançar a segurança é preciso entregar um pouco da liberdade. Ganha-se algo por um lado, perde-se pelo outro. “E ninguém encontrou ainda a fórmula de ouro da mistura perfeita,” diz ele.
 
O que não significa que, livre, o indivíduo encontre a forma suprema da segurança na (in)segurança.
 
Otimista, e criticando os falsos gurus de hoje que ganham fortunas escrevendo livros e dando cursos sobre como encontrar a felicidade, Bauman conclui em Vigilância líquida: “A história não vai destruir nossas esperanças – desde que escutemos seu aviso.”
 
Ou que o tal beija-flor não pouse, de repente, no peitoril da nossa janela.
 
 
Em tempo: esta semana, Edward Snodewn observou a propósito da questão da vigilância de massa digital:
 
"Hoje, uma pessoa comum não pode pegar o telefone , enviar e-mail a um amigo ou encomendar um livro sem  registrarem suas atividades que estão sendo criados em arquivos e analisados por pessoas com autoridade para colocá-lo na cadeia. Eu sei: eu sentei naquela mesa. Eu digitei os nomes.

Quando sabemos que estamos sendo observados nós nos impomos restrições sobre nosso comportamento - mesmo atividades claramente inocentes - da mesma forma como se nós fossemos obrigados a fazê-lo. Os sistemas de vigilância em massa de hoje, os sistemas que preventivamente automatizam a captura indiscriminada de registros privados, constituem uma espécie de vigilância do tipo máquina do tempo - uma máquina que simplesmente não pode funcionar sem violar nossa liberdade. E isto permite que os governos examinem cada decisão que você já fez, cada amigo com quem você já falou. Mesmo um erro bem-intencionado pode transformar uma vida de cabeça para baixo.

Para preservar as nossas sociedades livres temos de nos defender não só contra inimigos distantes, mas contra as políticas domésticas." (Ou seja, nacionais/N. R.)

REAL SITUATION OF BRAZIL. PROTESTS AGAINS WORLD CUP AND CIVIL WAR

http://www.vice.com/pt_br/read/segundo-ato-contra-a-copa-sao-paulo-22-fevereiro/145145
(translated bu Google. Had no time to check. Please excuse-me possible mistakes)

With a megalomaniac effective , the Military Police bolstered the second major demonstration against the World Cup that happened in the city center of Sao Paulo . In yesterday's protest , called by multiple cores , mainly students , we were finally able to see the work of counterterrorism police , which demonstrated his martial skills headlock giving up on journalists. What is so smooth , if we consider that in Russia, the gang takes whiplash . In the Republic Square, where the act began , camp formed by activists remains today ( Sunday) .

According to the PM , thousand people were present. Of these , 230 were arrested, including journalists, who , again , did not receive forgiveness and police also caught . The prisoners were divided into buses and taken to different police stations , probably to disperse media attention and avoid the vigil of protesters .


Concentration in the Republic, threatened to march up the Consolation , but eventually headed for narrow streets of the center. We asked the organizers what would be the path, but they said they were surprised . Sometimes , who was in the forefront asking for everyone to turn their right , then change course abruptly to the left, confusing demonstrators and journalists , and hindering the police escort that ran beside the group .

The concentration started around 17h and followed a half hour later as a block of Carnival . As with many other acts , the group is divided into wards . The first is the block of the press . Journalists , photographers and audiovisual workers in general who stumble on classmates to get the best takes of everything. All equipped : helmet, mask, glasses, badge, vest press. Then the side of insurers fearless band . There you can see a punk , a student of social sciences , USP, etc. . They do not wear protective gear . Race only. Behind the insurers, black blocs . Following , students engaged with the right battery. Incidental , followers of all species .
As the mainstream media loves to say , the demonstration began peacefully . And so it was , until opposite the Metro Anhagabaú , police took attitudes that so far remain elusive for those who witnessed the scene . In the first disturbance in front of the April 7th Street , soldiers surrounded the PM and acted truculently with some protesters . It was there that he began acuação by police against whom the protest was then run without being able to see who was being assaulted in fact , until our photographer Alice Martins picked up the baton , which caused injury to his arm . The photographer and videographer Philip Larozza also our team , had his badge ripped the press when an officer grabbed him by the shirt of truculent manner , causing him to be arrested on the sidewalk until a friend who would identify as a journalist .



In the stampede , who were masked behind the insurers track ran toward niches where police acuavam protesters . But who ran was cornered by a mitosis performed live by the police , who set up a kind of cell in back of the protesters (or a square of eight ? ) . Being inside this dome , which seemed wrong kettling , was not a privilege : who tried to enter or leave the enclosure - whether protester or journalist - caught . Who has not picked up , had enjoyed the martial skills of such officers trained to combat terrorism in manifestation , being kicked , pushed, dragged or wrapped in a key bit tender neck . While the horror show rolled loose, both sides of the sidewalk was crowded with people sitting with his hands behind him , waiting for the magazine. A line of police officers closed both sides of the street opening only for the arrival of the bus .

People who were locked in trades , when they fled , they were pushed back into the property by police who did not spare kicks . A man asked " I can not even get through to my wife who is here on the side? 'm Gonna get ? " , Police responded to a " Suit yourself ."


The police increased the space exponentially , throwing tear gas to scatter the crowd and gain ground . And faint curved saw people being placed on buses Tactical Force , or even on the floor without any help , while police officers shouted and asked, " Any more police wounded ? " .

Only saw riot after the action of the PM . We follow the black blocs through the downtown streets , which seemed so dark alleys more .

Advocates activists - the ones who could establish dialogue with some autonomy among the besieged - were soon expelled , also headlock . One of them , claiming that his cell had been taken , and the other showing the torn documents . " I was ripped from inside because they were committing illegalities , and I was denouncing it . Has people suffering there, passed out , leave no track or lawyer ," lamented one of the boys .

The journalists went out quietly shuffling, like a team of the Gazette , which broke out walking and holding the umbrella over the equipment . All lawyers had been expelled , and the police started firing rubber bullets and tear gas to drive people leaving who was still sitting in the siege and isolated out of sight .

All the streets were being blocked . As we talked with other journalists in a bar still open and customers , find more police standing guard . They seemed calm and talked to a gentleman who claimed to have received bombs and caught at the moment of confusion , even without participating in the protest. While the soldiers were trying to apologize or understand its history, the Shock came down another street and took everyone by surprise, throwing more bombs and making the gas entering the bar . We could not see the reaction of PMs conversing with you .


The Shock troops let out bursts of two or three pumps , with the five-minute interval between each , and walked a few meters to take the street Colonel Xavier de Toledo , from end to end , with its cordon . A boy stole a woman 's cell phone , which went screaming over some people behind him, but failed to retrieve the device . The police , of course, not moved , and continued to manage the traffic with the arrival of about a 10 vans Tactical Force.

We returned towards the Republic Square , not before being searched and getting past a barrier on the street , which only happened because we are all journalists. We spent good and were released with a smile , the sound of " But I knew that the guilt of all this is yours ? They just ride this bullshit because you give IBOPE . "

On Republic Square , the occupation was still rolling , with less and less people posters , but a person GAPP ( Support Group for People Protest ) stood guard while doing stream of the situation of the place , it was quiet . There was the headquarters of the group , which meets wounded and holds first -aid voluntarily in demonstrations . " The weather today is super tense ," said Alexander, a member of the GAPP .

As we were a team of six people , we divide . Part of the troupe went Paulista , asking all police - about eight men every one kilometers - where the protest had passed and in which direction . " We saw no one pass. 're Not here , no. " Then ask, " Why are you here? " . No answer, confused faces . Another part of the group headed to the DP 78 , the Gardens , where 27 people were arrested , including two minors. Igor Leone , one of the activists Lawyers , says that among the charges laid resistance , defiance , disobedience and personal injury - the latter , on account of a policeman who broke his arm .

A black bloc told us " off the record" when we left home , the police were waiting at the door that warned : " We are watching everything you do ." True or not, signs of persecution are even noticed. Advocates for VICE Activists said that OAB ( Order of Lawyers of Brazil ) , an institution that does not offer any kind of support for them , put a member of the Public Safety Commission in each precinct to investigate whether the volunteer work done by the group not fits the offense of " attracting clientele ."



Asked several soldiers from the police who was responsible for the effective day . They showed us the sergeant, who in turn said he would not talk to the press . " Talk to the colonel. " We asked what was the name of Colonel . " I do not know . " Then a policeman next door asked if we had joined . Sign Up for covering demonstrations ? " All vehicles are currently registered . Had you done the registration , would have that information. " Hi ? We asked some journalists who were around and all unaware of this practice . It seems incredible , but we recorded it on video .

The patrolling increasingly demonstrates its weakness and inefficiency in dealing with demonstrators and even journalists. The PM says he has no strategy. Ie subpoena to testify usual protesters at the same time the act and spread the protest held by the police of the city is not strategy.

Yesterday was a day I got scared . We were afraid to simply make our gig , which is monitoring the demonstration. Fear of catching , afraid to take bullet, fear of arrest . No wonder people from our team picked . Who was on the street , were protester , journalist or civil afraid . They say that living in São Paulo is dangerous . Really , really fucking - if you are black , poor, resident of the periphery . And if you are a journalist or protester .

We will be in the next acts sailors . And tomorrow is a video .

Follow Deborah Lopes ( @ deboralopes ) and Eduardo Pininga ( @ 5dollarshoes ) on Twitter , and Alice Martins on Instagram ( martinsalicea )

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Ainda a falar em bananas



Nunca coloque sua banana na geladeira!
Isso é interessante.

Depois de ler isto, você nunca vai olhar para uma banana da mesma maneira novamente.

A banana contém três açúcares naturais - sacarose, frutose e glicose, combinados com fibra. A banana dá uma instantânea e substancial elevação da energia.

Pesquisas provam que apenas duas bananas fornecem energia suficiente para um treino de 90 minutos extenuantes. Não é à toa que a banana é a fruta número um dos maiores atletas do mundo.

Mas energia não é a única forma de uma banana poder nos ajudar a manter a forma. Pode também nos ajudar a curar ou prevenir um grande número de doenças. Tornando-se uma obrigação adicionar a banana à nossa dieta diária.

Depressão: De acordo com recente pesquisa realizada pela MIND, entre pessoas que sofrem de depressão, as pessoas se sentiam melhores após ter comido uma banana. Isto porque a banana contém triptofano, um tipo de proteína que o corpo converte em seratonina, reconhecida por relaxar, melhorar o seu humor e, geralmente, fazem você se sentir mais feliz.

TPM Esqueça as pílulas - coma uma banana. A vitamina B6 regula os níveis de glicose no sangue, que podem afetar seu humor.

Anemia: contendo muito ferro, bananas estimulam a produção de hemoglobina no sangue e ajudam nos casos de anemia.

Pressão Arterial: Este fruto tropical é muito rico em potássio, mas reduzido em sódio, tornando-a perfeita para combater a pressão alta. Tanto é assim, que a Food and Drug Administration nos Estados Unidos, permitiu que a indústria da banana oficialmente informasse ao publico, que ao comer essa fruta, ela poderá reduzir o risco de pressão alta e infarto.

Cérebro: 200 estudantes da escola Twickenham na Inglaterra tiveram ajuda nos exames este ano, comendo
bananas no café da manhã, lanche e almoço em uma tentativa de elevar sua capacidade mental. A pesquisa mostrou que o elevado teor de potássio na banana, pode ajudar a aprendizagem, tornando os alunos mais alertas.
Constipação: com elevado teor de fibra, incluir bananas na dieta pode ajudar a normalizar as funções intestinais, ajudando a superar o problema sem recorrer a laxantes.

Ressaca: uma das formas mais rápidas de curar uma ressaca é fazer uma vitamina de banana, adoçado com mel. A banana acalma o estômago e, com a ajuda do mel aumenta os níveis de açúcar no sangue, enquanto o leite suaviza e reidrata o sistema.
Azia: elas têm efeito antiácido natural no organismo, por isso, se você sofre de azia, experimente comer uma banana para aliviar.
Enjôo matinal: comer uma banana entre as refeições ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue elevado e evita as náuseas.

Picadas de mosquito: antes do creme para picada de inseto, experimente esfregar a zona afetada com a parte interna da casca da banana. Muitas pessoas acham excelentes para reduzir o inchaço e a irritação.

Nervos: Bananas são ricas em vitaminas do complexo B que ajuda a acalmar o sistema nervoso.Excesso de peso e no trabalho? Estudos do Instituto de Psicologia na Áustria mostram que a pressão no trabalho leva à excessiva ingestão de alimentos como chocolate e biscoitos. Estudando 5000 pacientes em hospitais, pesquisadores concluíram que os mais obesos eram os que mais sofriam de pressão alta e ataques de ansiedade. O relatório desse estudo, concluiu que: para evitar que comamos biscoitos e doces quando estamos ansiosos, então é necessário que se coma alimentos ricos em carboidratos a cada duas horas para manter níveis estáveis de açúcar no sangue, e é aí que entra a nossa querida banana.

Úlceras: A banana é usada na dieta diária contra desordens intestinais pela sua textura macia e suavidade. É a única fruta crua que pode ser comida sem desgaste em casos de úlcera crônica. Também neutraliza a acidez e reduz a irritação, protegendo as paredes do estômago.

Controle de temperatura: Muitas culturas vêem a banana como fruta 'refrescante', que pode reduzir tanto a temperatura física como emocional de mulheres grávidas. Na Tailândia, por exemplo, as grávidas comem bananas para os bebês nascerem com temperatura baixa.
Seasonal Affective Disorder (SAD): a banana auxilia os que sofrem SAD, porque contêm a vitamina B6 e Triptofano, que nos acalma e nos faz ficar bem humorados.

Fumar e Uso do Tabaco: As bananas podem ajudar as pessoas que tentam deixar de fumar. Vitaminas - A, B6 e B12, assim como o potássio e magnésio, ajudam o corpo a recuperar dos efeitos da retirada da nicotina.

Stress: O potássio é um mineral vital, que ajuda a normalizar os batimentos cardíacos, levando oxigênio ao cérebro e regula o equilíbrio de água no corpo. Quando estamos estressados, nossa taxa metabólica se eleva, reduzindo os níveis de potássio que podem ser reequilibrado com a ajuda da banana, que é rica em potássio.

Enfarto: de acordo com pesquisa publicado no New England Journal of Medicine, comer bananas como parte de uma dieta regular, pode reduzir o risco de morte por enfarto em até 40%!

Verrugas: os interessados em alternativas naturais juram que se quiser eliminar verrugas, pegar um pedaço de casca de banana e colocá-lo sobre a verruga, com o lado amarelo para fora. Segure cuidadosamente a casca no local com esparadrapo!
Assim, a banana é um remédio natural para muitos males. Quando você compará-lo com uma maçã, tem quatro vezes mais proteínas, duas vezes mais carboidratos, três vezes mais fósforo, cinco vezes mais vitamina A e ferro e o dobro das outras vitaminas e minerais. Também é rica em potássio e é um dos alimentos mais valiosos para nossa saúde. Então talvez seja hora de mudar essa frase em inglês, tão conhecida: 1 apple a day, keep the doctor away, e que nós traduzindo deveríamos usar: "Uma banana por dia mantém o doutor sem freguesia!"

PASSE PARA OS AMIGOS
PS: Bananas devem ser a razão pela qual os macacos são tão felizes o tempo todo! Vou acrescentar uma dica aqui; quer um brilho rápido nos sapatos? Pegue a parte de DENTRO da casca da banana e esfregue diretamente sobre o sapato... Passe após, um pano seco. Fruto incrível!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Mentiras propagadas pelo pensamento econômico dominante

03/02/2014 15:37:41


Vicenç Navarro*

 

Permita-me, senhor leitor, que eu converse com você como se estivéssemos tomando um café, explicando-lhe algumas das maiores mentiras apresentadas diariamente no noticiário econômico. Você deveria ter consciência de que grande parte dos argumentos mostrados pelos maiores meios de informação e persuasão econômicos do país para justificar as políticas públicas ora implementadas são posturas claramente ideológicas, que não se sustentam com base na evidência científica existente. Vou citar algumas das mais importantes, mostrando que os dados contradizem aquilo que se diz. E também tentarei explicar por que continuam repetindo essas mentiras, apesar de a evidência científica questioná-los, e com que finalidade elas são apresentadas diariamente a você e ao público.
Comecemos por uma das mentiras mais importantes, que é a afirmação de que os cortes de gastos nos serviços públicos do Estado de bem-estar social – tais como saúde, educação, serviços domésticos, habitação social e outros (que estão prejudicando enormemente o bem-estar social e a qualidade de vida das classes populares) – são necessários para que o déficit público não aumente. E você se perguntará: “E por que é tão ruim que o déficit público cresça?”. E os reprodutores do senso comum lhe responderão que o motivo de se reduzir o déficit público é que o crescimento desse déficit determina o crescimento da dívida pública, que é o que o Estado tem que pagar (predominantemente aos bancos, que têm uma quantia em torno de mais da metade da dívida pública na Espanha) por ter pedido emprestado dinheiro dos bancos para cobrir o rombo criado pelo déficit público.
Reforça-se, assim, que a dívida pública (considerada um peso para as gerações futuras, que terão de pagá-la) não pode continuar crescendo, devendo-se, para isso, reduzi-la diminuindo o déficit público. Isso quer dizer, para eles, cortar, cortar e cortar o Estado de bem-estar até o ponto de acabar com ele, que é o que está acontecendo na Espanha.
Os argumentos utilizados para justificar os cortes não são críveis.
O problema com esta postura é que os dados (que o senso comum oculta ou ignora) mostram exatamente o contrário. Os cortes são enormes (nunca foram tão grades durante a época democrática) e, ainda assim, a dívida pública continua crescendo e crescendo. Veja o que está acontecendo na Espanha, por exemplo, com a saúde pública, um dos serviços públicos mais importantes e mais demandados pela população. O gasto público com saúde enquanto parte do PIB se reduziu em torno de 3,5% no período 2009-2011 (quando deveria ter crescido 7,7% durante esse mesmo período para chegar ao gasto médio dos países de desenvolvimento econômico semelhante ao nosso), e o déficit público diminuiu, passando de 11,1% do PIB em 2009 para 10,6% em 2012. A dívida pública não baixou, mas continuou aumentando, passando de 36% do PIB em 2007 para 86% em 2012. Na verdade, a causa do aumento da dívida pública se deve, em parte, à diminuição dos gasto público.
Como isso pode acontecer?, você se perguntará. A resposta é fácil de enxergar. A diminuição do gasto público implica a redução da demanda pública e, com isso, a diminuição do crescimento e da atividade econômica, fazendo com o que o Estado receba menos recursos através de impostos e taxas. Ao receber menos impostos, o Estado de se endivida mais, e a dívida pública continua crescendo. Desnecessário afirmar que o maior ou menor impacto que estimula o gasto público depende do tipo de gasto. Mas os cortes são nos serviços públicos do Estado de bem-estar, que são os que criam mais emprego e que estão entre os que mais estimulam a economia. Permita-me repetir essa explicação devido à sua enorme importância.
Quando o Estado (tanto central como autônomo e local) aumenta o gasto público, aumenta a demanda de produtos e serviços, e com isso, o estímulo econômico. Quando reduz, diminui a demanda e o crescimento econômico, fazendo com que o Estado receba menos fundos. É aquilo que, na terminologia macroeconômica, se conhece como o efeito multiplicador do gasto público. O investimento e o gasto público facilitam a atividade da economia, o que é negado pelos economistas neoliberais (que se promovem, em sua grande maioria, pelos maiores meios de informação e persuasão do país), apesar da enorme evidência atestada pela literatura científica (veja meu livro Neoliberalismo y Estado del Bienestar, editora Ariel Económica, 1997. Em português, Neoliberalismo e Estado de bem-estar).
Outra farsa: gastamos mais do que temos
O mesmo senso comum está dizendo também que a crise se deve ao fato de termos gastado demais, acima de nossas possibilidades. Daí a necessidade de apertar os cintos (que quer dizer cortar, cortar e cortar o gasto público). Via de regra, essa postura é acompanhada da afirmação de que o Estado tem que se comportar como as famílias, ou seja, “em nenhum momento pode gastar mais do que recebe”. O presidente Rajoy e a Sra. Merkel repetiram essa frase milhares de vezes.
Essa frase tem um componente de hipocrisia e outro de mentira. Deixe-me explicar o porquê de cada um deles. Eu não sei como você, leitor, comprou seu carro. Mas eu, como a grande maioria dos espanhóis, comprou o carro a prazo, quer dizer, usando crédito. Todas as famílias se endividaram, e assim funciona o orçamento familiar. Pagamos nossas dívidas conforme entram os recursos que, para a maior parte dos espanhóis, vem do trabalho. E daí surge o problema atual. Não é que as pessoas gastaram além de suas possibilidades, mas foram suas rendas e suas condições de trabalho que pioraram mais e mais, sem que a população fosse responsável por isso. Na verdade, os responsáveis por isso acontecer são os mesmos que estão dizendo que é preciso cortar os serviços públicos do Estado de Bem-estar e também diminuir os salários. E agora têm a ousadia (para colocar de maneira amável) de dizer que você e eu somos os culpados porque gastamos mais e mais. Eu não sei você, mas eu garanto que a maioria das famílias não comprou e não acumulou produtos como loucos. Pelo contrário.
A mesma hipocrisia existe no argumento de que o Estado gastou muito. Veja você, leitor, que o Estado espanhol gastou muito – não muito mais –, mas muito menos do que outros países de nível de desenvolvimento econômico semelhante. Antes da crise, o gasto público representava somente 39% do PIB, enquanto a média da UE-15 era de 46% do PIB. Na época, o Estado deveria ter despendido, no mínimo, 66 bilhões de euros a mais no gasto público social para ter gastado o correspondente ao seu nível de riqueza. Não é certo que as famílias ou o Estado tenham gastado mais do que deveriam. Apesar disso, continuarão afirmando que a culpa é da maioria da população, que gastou muito e agora tem que apertar os cintos.
Você também provavelmente escutou que esses sacrifícios (os cortes) precisam ser feitos “para salvar o euro”.
Novamente, esta ladainha de que “estes cortes são necessários para salvar o euro” se reproduz. Contudo, ao contrário daquilo que se anuncia constantemente, o euro nunca esteve em perigo. Não há sequer uma mínima possibilidade de alguns países periféricos (os PIGS, Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) da zona do euro serem expulsos da moeda. Na verdade, um dos problemas entre os muitos que estes países têm é que o euro está excessivamente forte e saudável. Sua cotação esteve sempre acima do dólar e seu poder dificulta a economia dos países periféricos da zona do euro. E outro problema é que o capital financeiro alemão lhes emprestou, com grandes lucros, 700 bilhões de euros, e agora quer que os países periféricos os devolvam. Se algum deles deixar o euro, o sistema bancário alemão pode entrar em colapso. O setor bancário (cuja influência é enorme) não quer nem ouvir falar da saída dos países devedores da zona do euro. Eu lhes garanto que é a última coisa que eles querem.
Essa observação a favor da permanência no euro é certamente óbvia, e não um argumento. Na verdade, acredito que os países PIGS deveriam ameaçar sair do euro. Mas é absurdo o argumento que se utiliza de que a Espanha deve, ainda mais, reduzir o tempo de visita ao médico para salvar o euro (que é o código para dizer, “salvar os bancos alemães e lhes devolver o dinheiro que emprestaram obtendo lucros enormes”). São essas as falácias constantemente expostas. Eu lhes garanto que são apresentadas sem que sejam comprovadas por nenhuma evidencia. Isso é claro.
A causa dos cortes
E você se perguntará: Por que então fazem esses cortes? A resposta é fácil de encontrar, ainda que raramente seja vista nos grandes meios de comunicação. É o que se costumava chamar de “luta de classes”, mas agora a mídia não utiliza essa expressão por considerá-la “antiquada”, “ideológica”, “demagógica” ou qualquer adjetivo que usam para mostrar a rejeição e desejo de marginalização daqueles que veem a realidade de acordo com um critério diferente, e inclusive oposto, ao daqueles que definem o senso comum do país.
Mas, por mais que queiram ocultar, essa luta existe. É a luta de uma minoria (os proprietários e gestores do capital, quer dizer, da propriedade que gera rendas) contra a maioria da população (que obtém suas rendas a partir de seu trabalho). É aquilo que meu amigo Noam Chomsky chama de guerra de classes – conforme expõe em sua introdução ao livro Hay alternativas. Propuestas para crear empleo y bienestar social en España, de Juan Torres, Alberto Garzón e eu (Em português, Há alternativas. Propostas para criar emprego e bem-estar social na Espanha).
Desnecessário dizer que essa luta de classes variou de acordou com o período em que se vive. Esta que está acontecendo agora é diferente daquela da época de nossos pais e avós. Na verdade, agora está inclusive mais ampla, pois não é somente das minorias que controlam e administram o capital contra a classe trabalhadora (que continua existindo), mas inclui também grandes setores das classes médias, formando as chamadas classes populares, conjuntamente com a classe trabalhadora. Essa minoria é fortemente poderosa e controla a maioria dos meios de comunicação, e tem também grande influência sobre a classe política. E esse grupo minoritário deseja que os salários diminuam, que a classe trabalhadora fique aterrorizada (daí a função do desemprego) e que perca os direitos trabalhistas e sociais. E está reduzindo os serviços públicos como parte dessa estratégia para enfraquecer tais direitos. A privatização dos serviços públicos, consequência dos cortes, também é um fator importante por permitir a entrada do grande capital (e muito particularmente do capital financeiro e bancários, e das seguradoras) nesses setores, aumentando seus lucros. Você deve ter lido como, na Espanha, as companhias privadas de seguro de saúde estão se expandindo como nunca haviam conseguido antes.
E muitas das empresas financeiras de alto risco (quer dizer, altamente especulativas) estão atualmente controlando grandes instituições de saúde do país graças às políticas privatizantes e aos cortes feitos pelos governos, que justificam essa medida com toda a farsa (e acredite que não há outra forma de dizer) de que precisam fazer isso para reduzir o déficit público e a dívida pública.
* Vicenç Navarro é catedrático de Políticas Públicas da Universidade Pompeu Fabra e Professor de Políticas Públicas na Johns Hopkins University. Site pessoalwww.vnavarro.org

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O Livro Tibetano dos Mortos

O que é o Livro Tibetano dos Mortos


Também chamado de Bardo Thodöl, cujo significado é “Libertação pela audição no plano pós-morte”. Trata-se de um texto tibetano muito antigo cuja mensagem era oculta ao público em geral, sendo apenas transmitida de mestre a discípulo ao longo do tempo. Porém, por algum motivo desconhecido ou não especificado, seu conteúdo passou a ser aberto e qualquer pessoa poderia ter acesso.
Ninguém sabe ao certo há quantos séculos o livro tibetano dos mortos foi escrito. Não existem registros de sua origem, por tratar-se de uma tradição secreta e oral, passada de boca a ouvido ao longo do tempo. No entanto, acredita-se que o texto remonte a VIII D.C., na época do grande mestre tibetano Padma Shambava.
O Livro Tibetano dos Mortos afirma, não apenas que existe vida após a morte, mas que é possível morrer de forma consciente e de um modo que seja proveitoso para o despertar espiritual. O livro é geralmente lido em voz alta a uma pessoa que está bem próxima da morte e continua a ser recitado mesmo após a passagem do indivíduo. Isso é uma indicação de que os tibetanos acreditavam que, mesmo após a morte, a pessoa permanecia de alguma forma mantendo contato com o local onde morreu (ao menos por algum tempo) e assimilava aquilo que era proclamado com a leitura do livro. Dessa forma, uma pessoa que passa pela transição entre a vida e a morte com conhecimento de causa e sabendo com profundidade o que acontece “do outro lado da vida” pode aproveitar essas informações e saber como se conduzir nos diferentes estados e planos de consciência do pós-morte. Nesse sentido, o Livro Egípcio dos Mortos possui a mesma intenção: ajudar o moribundo no passamento do limiar da morte e ser um guia para esse momento de suma importância na vida da alma.
O Livro Tibetano dos Mortos foi trazido ao ocidente pelo Dr. graduado em Oxford T. W. Evans-Wentz, que escreveu um livro no início do século XX (1927) traduzindo e explicando o Livro Tibetano dos Mortos. C. G. Jung escreveu um prefácio de uma das edições do livro analisando seu conteúdo do ponto de vista psicológico. Jung declarou ter sido um leitor assíduo do livro e que devia a ele muitas ideias fundamentais. Jung escreveu que “todo leitor sério forçosamente irá perguntar-se se estes antigos e sábios lamas, afinal de contas, não poderiam ter vislumbrado a quarta dimensão, arrancando assim o véu dos maiores mistérios da vida.” Jung ressalta ainda que por se tratar de um livro aberto hoje em dia, isso não significa que todos consigam compreende-lo em sua essência. Assim, se tornou aberto para o público, mas continua “fechado” ao entendimento de muitos.
A mensagem central do livro tibetano dos mortos é basicamente a seguinte: o texto explica que após a morte, a pessoa desencarnada se confrontará com várias cenas, visões, aparições, etc. Em cada um dos bardos, a pessoa terá a experiência de cenas e visões diferentes, mas ela deve atravessar tudo isso com total tranqüilidade. Para tanto, é necessário compreender uma coisa essencial: tudo o que ela vir e experimentar lhe parecerá real, mas trata-se tão somente do conteúdo de sua própria mente projetado no exterior e tornado perceptível tal como se fosse realidade. O texto adverte que as visões não são verdadeiras, são apenas uma emanação da consciência do observador. O livro insiste que a pessoa deve focalizar a Lua Clara e não se abalar com tudo o que lhe vier de percepções aparentes. A única verdade é a Luz Clara, uma manifestação do vazio de formas e substâncias, mas plena de vida. Concentrando-se na Luz e deixado de lado todo o resto, o morto poderá atingir o universal, a iluminação. Caso não tenha sucesso, a alma cairá novamente no mundo fenomênico e retornará ao ciclo dos renascimentos.
Como o conteúdo da mente projetado no espaço e tornado visível à pessoa depende de suas crenças e criações mentais, cada pessoa verá uma coisa diferente. As imagens descritas no livro são adaptadas à cultura tibetana, que possui uma visão específica do que ocorrerá após a morte. Por isso, os autores do texto consideram que o tibetano terá certas visões, que são típicas dos costumes religiosos do povo. Mas o que está descrito pode variar de pessoa para pessoa, de cultura para cultura, dependendo das expectativas dos recém-desencarnados. Dessa forma, os cristãos ortodoxos poderão ter visões sobre o purgatório, o inferno ou mesmo o paraíso. Tudo isso varia com as crenças, pensamentos, sentimentos e expectativas de cada um.
Essas indicações do Bardo Todhöl assemelham-se significativamente às recentes pesquisas da Terapia de Vidas Passadas. Na TVP, autores escreveram que a alma se depara com suas criações mentais e expectativas e percebe mesmo aquilo que espera que aconteça. Podemos nos questionar se além desta, há outras semelhanças entre o Bardo Todhöl e as recentes pesquisas com regressão a vidas passadas. Podemos enumerar outras possíveis semelhanças:
1)     A própria realidade da vida após a morte. Essa ideia é abordada em todo o livro e enfatiza claramente que o real não pode ser encontrado na rede de ilusões do mundo, mas apenas no esplendor dos planos superiores.
2)     A existência de outros planos de realidade além do plano físico. O Bardo Thodöl vai descrevendo os diversos estágios ou níveis de percepção da ascensão do eu.
3)     A existência da Luz Clara, a famosa luz no fim do túnel que relatam alguns remigrantes. . “O teu ego e teu nome estão em jogo de acabar. Estás pondo-te em frente da Luz Clara.” O livro fala da existência da Luz Clara, mas vai além: diz que existem três níveis dessa luminosidade, em cada um dos bardos.
4)     A sensação de transcendência e unidade conferida pelo contato com a Luz Clara. “Quando o corpo e a mente se separam, experimentas uma rápida visão da verdade pura, sutil, radiante, brilhante. Vibrante, gloriosa.”
5)     A percepção da ausência de formas, objetos, tempo e espaço; mas apenas do vazio supracósmico. “Não-pensamento, não-visão, não-cor. É vazio”. “Esse vazio não é o nada”, afirma o livro. Mas é pleno de consciência e realidade universal. “O intelecto brilhando é cheio de felicidade e silencioso. Este é o estado de perfeita iluminação”.
6)     Há três estados de perda dos invólucros ou camadas da consciência, as três diferentes formas de expressar a individualidade no plano objetivo (etérico, astral e mental). “Agora vais experimentar três bardos. Três estados de perda do eu.” O que o livro chama de “jogos de alucinações fantasticamente variados” são as formas percebidas por aqueles que acabaram de morrer, mas que ainda acreditam e afirmam a realidade das formas-pensamentos concentradas na última vida. Vemos aquilo que criamos mentalmente ao longo da vida. “Para ti é suficiente saber que estas aparições são as formas de teu próprio pensamento.” Em outra parte, o livro ressalta que a libertação do jogo ilusório da existência é possível através da observação das formas psicológicas que atravessam nossa mente: “Medita calmamente sobre o conhecimento de que estas visões são emanações de tua própria consciência. Desta maneira podes obter conhecimento próprio e libertar-te.No retorno ao plano dos nascimentos e mortes, a alma aguarda seu nascimento.
7)     O Livro Tibetano dos Mortos declara, assim como a TVP, que é possível selecionar e antever a personalidade da próxima vida. O Bardo Thodöl não dá detalhes sobre isso, mas afirma que “É quase tempo de voltar. Faz a seleção de tua futura personalidade de acordo com os melhores ensinamentos. Escuta bem: os sinais e características do nível de existência a vir aparecerão ante ti em sinais premonitórios. Reconhece-os”. Embora isso não esteja especificado, é possível que a frase “de acordo com os melhores ensinamentos” seja uma indicação do ensinamentos que vem de fontes superiores, como os Senhores do Karma, os “planejadores” da futura encarnação, tal como evidenciam as pesquisas da TVP.
8 ) Pouco antes do nascimento, o futuro encarnado é compelido a unir-se a um feto. Nesse sentido, o livro tibetano dos mortos afirma que “Teu estado mental agora, afetará seu posterior nível de ser.” Isso pode demonstrar que, antes do nascimento e na fase intrauterina, o estado mental, nossas reações ao que ocorre no meio e nossa predisposição psíquica podem influenciar a geração do feto, o nascimento e as tendências futuras. Isso combina muito bem com as atuais pesquisas de regressão à fase intrauterina e antes do nascimento.

(HUGO LAPA) é psicólogo, terapeuta de vidas passadas, hipnoterapeuta, poeta e escritor.