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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Indígenas isolados ameaçados pelas hidrelétricas na Amazônia: Santo Antônio, Jirau e Belo Monte


A recente denúncia internacional sobre as ameaças que pairam contra os indígenas isolados na Amazônia chama a atenção para o descaso com que esse tema tem sido tratado pelo governo brasileiro e pelas empresas interessadas nos grandes projetos hidrelétricos. Documentos do processo de licenciamento ambiental como pareceres do Ibama e da FUNAI, Projeto Básico Ambiental (PBA), ofícios, Estudos de Impacto Ambiental (EIA), Termos de Referência, comprovam que todos os envolvidos têm conhecimento dos indígenas isolados em áreas que serão afetadas pelas usinas.
Isso está acontecendo em pelo menos três dos maiores projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC): Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, que estão em construção e Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, em fase de licenciamento ambiental. Leia mais sobre as ameaças à sobrevivência dos indígenas isolados na Amazônia
 Telma Monteiro

A organização não governamental britânica Survival International denunciou, em 19 de maio, a ameaça à sobrevivência de grupos indígenas isolados em função da construção das duas usinas do Rio Madeira – Santo Antônio e Jirau, em Rondônia. Em comunicado, a ONG informa que há quatro comunidades de indígenas isolados ameaçados pelas obras.
A Survival cita a expedição promovida pela Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé em parceria com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e outros[1], em dezembro de 2009, que comprovou a presença de indígenas isolados em fuga na região onde está sendo construída a usina de Jirau. O relatório concluiu que eles fugiram do território que ocupam na região formada pela Estação Ecológica Serra dos Três Irmãos/Mujica Nava, Parque Nacional do Mapinguari, situadas numa faixa entre 10 e 30 quilômetros das obras da usina de Jirau.

Indígenas isolados nas obras de Santo Antônio

Em 2006 a FUNAI alertou o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) sobre a existência de mais Terras Indígenas (TIs), além daquelas citadas nos estudos ambientais, que seriam afetadas pelos empreendimentos no rio Madeira e sobre a existência de indígenas isolados. No Estudo de Impacto Ambiental (EIA) há uma lista de apenas cinco TIs que seriam afetadas pelas usinas Santo Antônio e Jirau.
O Parecer Técnico do Ibama analisou o EIA para a emissão da Licença Prévia (LP) das duas usinas - Santo Antônio e Jirau. Nele os técnicos assinalam a existência de indígenas isolados, de localização imprecisa, na região de Porto Velho, Rondônia, onde estavam planejadas as hidrelétricas.
Os remanescentes de isolados habitam Terras Indígenas já delimitadas e/ou legalmente protegidas. Mas o EIA não considerou nenhuma TI demarcada que será diretamente afetada, ignorando que três delas estão diretamente sob a influência dos empreendimentos: as TI Karipuna, Karitiana e Uru Eu Wau Wau.
Entre as condicionantes da LP que foi concedida para as duas usinas, a 2.27 estabelece que os indígenas isolados sejam incluídos no âmbito do Programa de Apoio às Comunidades Indígenas.
A TI Karitiana, uma das cinco mencionadas no EIA, foi homologada em agosto de 1986, com mais de 89 mil hectares. O resultado do processo de regularização revelou alguns problemas. Um trecho substancial dessa TI ficou fora do processo e uma parte dela se sobrepôs à Floresta Nacional (FLONA) do Bom Futuro. Essa situação - ao mesmo tempo jurisdição do Ibama e da FUNAI - colocou em risco a vida dos indígenas isolados devido às dificuldades nas ações de proteção à TI. Conflitos entre as instituições são, nesse caso, letais.
Mais importante nesse contexto é que justamente no interior da FLONA do Bom Futuro há indícios da presença de indígenas não contatados, os chamados indígenas isolados ou em isolamento voluntário. Na época em que foi realizado o Projeto Básico Ambiental (PBA) da hidrelétrica Santo Antônio, em fevereiro de 2008, a FUNAI estava conduzindo um processo para revisão dos limites da TI Karitiana; essa revisão pretendia atender à reivindicação dos indígenas que queriam recuperar parte do seu território tradicional e  resolver o impasse da sobreposição com a FLONA.
No próprio PBA da usina de Santo Antônio, documento indispensável para a concessão da Licença de Instalação (LI), está consignado que a FUNAI encaminharia a confirmação da existência de indígenas isolados na região, através da sua Coordenação Geral de Índios Isolados (CGII). A FUNAI teria, então, a título de urgência, que dar andamento aos procedimentos pertinentes às informações sobre quais grupos indígenas isolados estariam no interior da FLONA do Bom Futuro.
Dentre as ações emergenciais previstas nesse PBA consta a vigilância e proteção da TI Karitiana: encaminhar no curto prazo as medidas necessárias para um levantamento sobre grupos indígenas isolados que possivelmente se encontram no interior na área da Floresta Nacional do Bom Futuro”. A responsabilidade, aqui, foi transferida do consórcio para a FUNAI.
Diante disso, a FUNAI preparou um Plano de Trabalho - março de 2008 - para informar ao consórcio responsável pela usina de Santo Antônio - na época, o Madeira Energia S/A(MESA)  -  da necessidade de apoio financeiro para as despesas na identificação da área de indígenas isolados que seriam atingidos direta ou indiretamente pela usina, pelo reservatório e pela construção do canteiro de obras. Os recursos deveriam sair do consórcio, e até hoje não se tem notícia do cumprimento do acordo. 

O PBA da usina de Santo Antônio comprova que o consórcio sabia da existência dos isolados na região da FLONA do Bom Futuro e sabia dos vestígios de sua presença em outros lugares. Dados da própria FUNAI e relatórios técnicos da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, de Rondônia, já confirmavam a existência de grupos de indígenas isolados na área de influência direta e indireta das usinas de Santo Antônio e Jirau.
Embora evidente o conhecimento da presença dos grupos de isolados na região de influência das usinas, o consórcio se eximiu da responsabilidade.  A construção foi iniciada depois da obtenção da Licença de Instalação (LI) sem o cuidado de acompanhar o andamento do plano.   
Ficou para 2009, através do relatório da mais recente expedição da Kanindé e FUNAI, depois do adiantado das obras, a confirmação da existência de indígenas isolados na região das usinas do Madeira. Embora estivesse explícito no PBA da usina de Santo Antônio o conhecimento da presença dos indígenas isolados que requeria, conforme a própria solicitação da FUNAI, estudos mais abrangentes, o presidente do Ibama assinou a LI e desconsiderou os riscos para a sua sobrevivência.  

A FUNAI não teria capacidade para atender às “medidas emergenciais” estabelecidas pelos empreendedores no PBA sem a necessária estrutura e sem recursos. O Plano de Trabalho apresentado pela FUNAI era claro:

 “Os grupos isolados e as terras onde habitam, passíveis de serem atingidos, estão
localizados à margem esquerda do rio Madeira, nas áreas Jacareúba/Katawixi e Mujica
Nava/Serra Três Irmãos, em duas referências geográficas, no estado do Amazonas; e à
margem direita, nas áreas no rio Candeias e nos igarapés Oriente, Formoso e Cachoeira do Remo (região das Terras Indígenas Karipuna e Karitiana e FLONA Bom Futuro), em três referências geográficas, no estado de Rondônia.”
O custo total proposto pela FUNAI, no Plano de Trabalho, seria de R$ 794 mil, que cobririam os três anos de pesquisas em campo, necessários para oficializar geograficamente a presença dos grupos isolados. Mesmo assim, a FUNAI acabou emitindo um parecer dando sua anuência aos projetos das usinas do Madeira.  

Indígenas isolados nas obras de Jirau

A companhia francesa GDF Suez (inserir link da campanha) e a construtora brasileira Camargo Corrêa são parceiras no consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR) e responsáveis pela construção da usina de Jirau, no rio Madeira.  As empresas do consórcio ESBR também já sabiam da presença dos isolados na região, através do PBA da usina de Santo Antônio e dos documentos da própria FUNAI no processo de licenciamento ambiental.
Os primeiros responsáveis, desde 2001, pelos estudos ambientais e de viabilidade econômica das duas usinas - Santo Antônio e Jirau – eram a empresa estatal Furnas Centrais Elétricas e a Construtora Norberto Odebrecht. O consórcio formado pelas duas empresas arrematou no primeiro leilão, em 2008, a usina de Santo Antônio e concorreu ao segundo para “ganhar” Jirau, também.
O plano de construir as duas usinas não deu certo. A sonhada economia de escala naufragou nas águas do rio Madeira. Para surpresa do setor, o consórcio vencedor de Jirau, ainda em 2008, foi outro, liderado pela gigante francesa GDF Suez e pela construtora Camargo Corrêa.  Sob o pretexto de economizar R$ 1 bilhão, o presidente do consórcio anunciou logo depois do leilão que iria alterar a localização da usina para 9,2 quilômetros rio abaixo. Da Cachoeira de Jirau para a Ilha do Padre ou Caldeirão do Inferno.
Embora a Licença Prévia tenha sido concedida para implantação da usina na Cachoeira de Jirau, o presidente do Ibama não fez objeções à alteração ilegal.  Ele aproveitou também para atender a outro pedido do consórcio vencedor e criou uma   licença de instalação – ilegal - para o canteiro de obras. A LI chamada de “definitiva” só saiu sete meses depois quando as obras estavam a pleno vapor.
O PBA de Jirau, elaborado num piscar de olhos, primeiro para o canteiro de obras e depois para o resto, tem um capítulo dedicado ao Programa de Apoio às Comunidades Indígenas – Avaliação e Monitoramento de Impactos Socioambientais. Um dos itens desse programa é o Subprograma de Informação de Índios Isolados (PBA, p 329) que apresenta a proposta de levantar apenas informações adicionais dos grupos de indígenas isolados na área de perambulação da TI Uru-Eu-Wau-Wau.
Ao se referir TI Uru-Eu-Wau-Wau o texto indica que há presença de indígenas isolados como os Parakuara e os Jurureís, assim como dois grupos cujos nomes são desconhecidos, citando um Diagnóstico Etnoambiental, produzido pela ONG Kanindé, em 2002.
Embora tendo que cumprir um programa específico no PBA sobre o tema dos isolados, o consórcio formado pela GDF Suez e Camargo Corrêa transferiu a sua responsabilidade para a FUNAI.  Alegou que a “política específica e diferenciada destinada ao tratamento de índios isolados” seria atribuição da instituição que detém treinamento e metodologias próprias.
O objetivo do Subprograma de Informação de Índios Isolados no PBA da usina de Jirau seria averiguar a presença de indígenas isolados na TI Uru-Eu-Wau-Wau através de informações fornecidas por entrevistas dos membros dos grupos residentes na TI. As entrevistas seriam uma forma de resgatar “a memória social sobre os índios isolados (contatos, guerras inter tribais, características culturais), área e deslocamento supostamente atribuídos a esses povos, expectativas de contato e possibilidade de ter que dividir espaço territorial com esses povos.”. Não se tem notícia de que essa “averiguação” tenha sido iniciada.
Para reforçar que a presença dos isolados sempre foi do conhecimento tanto dos responsáveis pela usina de Santo Antônio como dos de Jirau, basta conhecer o parecer do Ibama sobre a LI de Jirau, de maio de 2009.  Na página 102, o Ibama confirma a importância do Plano Emergencial de Proteção e Vigilância de Terras Indígenas do Complexo Madeira e suas diretrizes para implementar ações emergenciais de Proteção e Vigilância de Terras Indígenas, inclusive índios isolados. Essa deveria ser uma condicionante, diz o texto, “de uma eventual Licença de Instalação”.

Indígenas isolados em Belo Monte

Outro caso grave é a presença de indígenas isolados na região dos rios Xingu e Bacajá, descrita  desde a década de 1970. Há estudos que comprovam a presença de isolados nas cabeceiras do Igarapé Ipiaçava e de um grupo isolado (ou grupos isolados) na TI Koatinemo.  A usina de Belo Monte, no rio Xingu, está planejada para ser construída próxima das áreas de perambulação desses grupos isolados. 
O território de perambulação de um grupo isolado está localizado a menos de 100 km (em linha reta) do local onde está previsto o barramento do rio Xingu, no sítio Pimental, na Volta Grande do Xingu.
O EIA de Belo Monte apresenta superficialmente a questão dos indígenas isolados e lista dois  grupos que ainda precisam ser identificados.  O Parecer Técnico do Ibama que analisa o  Componente Indígena do EIA de Belo Monte faz referência aos impactos que podem afetar os indígenas isolados, como a ação de grileiros e a ameaça à integridade física e cultural nas áreas que ocupam.
O parecer reforça o fato de que a redução da vazão na Volta Grande do Xingu vai gerar efeitos em cadeia sobre a ictiofauna nas florestas marginais ou inundáveis; o movimento migratório criará aumento populacional da região e provocará a pressão sobre os recursos naturais; essa pressão levará às invasões das terras indígenas onde perambulam os grupos isolados.
Os técnicos do Ibama recomendaram que antes do leilão de compra de energia de Belo Monte, ocorrido em 20 de abril, o poder público deveria coordenar e articular ações para proteção dos indígenas isolados. Seria preciso publicar uma portaria para restrição de uso entre as Terras Indígenas Trincheira Bacajá e Koatinemo.
O Governo Federal está ciente da presença desses grupos isolados na região do Xingu. O Programa Territórios da Cidadania, do Ministério da Justiça destinou agora, em 2010, R$ 2,78 milhões para ações de Localização e Proteção de Povos Indígenas Isolados ou de Recente Contato. A FUNAI é a responsável para executar essas ações através da Coordenação Geral dos Índios Isolados (CGII).
A região do Xingu onde pretendem construir Belo Monte está incluída entre as ações. O recurso disponível é de R$ 120 mil para o levantamento de informações e monitoramento sobre as três referências de presença de indígenas isolados em áreas das TIs Cachoeira Seca, Mengragnoti, Koatinemo, na região do Xingu.
Mesmo assim, a despeito das omissões sobre a presença de grupos indígenas isolados, o processo de licenciamento de Belo Monte continua célere e com promessas de concessão da licença ilegal para canteiro de obras.



[1] A expedição foi realizada pela equipe e em parceria com: Coordenação Geral de Índios Isolados – CGII/Funai: Egipson Nunes Correia- Indigenista; SIPAM– Sistema de Proteção da Amazônia / CR.PV: Rogério Vargas Motta – Analista Intelectual/ DEAMB; Centro de Trabalho Indigenista-CTI:  Ivan Hamamoto Marques Silva – Aux. de Chefe de Frente;  KANINDÉ – Associação de Defesa Etnoambiental:  Leonardo Jose da Cruz Sousa - Gestor Ambiental

quinta-feira, 17 de março de 2011

INDIOS E CENTENAS DE PESSOAS INAVADEM O PLANALTO EM PROTESTO CONTRA OS DANOS À FLORESTA AMAZÕNICA



 
Hundreds of people, including over 8o Amazonian Indians, gathered on 9th of February outside the Brazilian Congress and Presidential Palace to protest at the proposed Belo Monte dam in the Amazon Rainforest.

A delegation of Indians entered the Presidential Palace to deliver a petition signed by around half a million people, calling on Brazil’s new President Dilma Rousseff to put a stop to the ‘disastrous’ dam.

The Indians also delivered a letter signed by more than 78 civil society organizations warning of the huge risks involved in the dam project and calling for it to be halted:

http://www.survivalinternational.org/news/6985

Download the letter (in Portugese, 258kb, pdf):

https://docs.google.com/viewer?url=http%3A%2F%2Fassets.survivalinternational.org%2Fdocuments%2F552%2Fcarta-dilma-versao-final-08fev11.pdf&pli=1

Children of the Amazon

 

"... a moving and powerful film... in the most sympathetic way possible, highlights the human side of rainforest distruction, which is all too easily forgotten as we confront the challenges of global cliamte change." - HRH Prince Charles

Through captivating photos and interviews, CHILDREN OF THE AMAZON tells the story of struggle and hope to protect the world’s largest tropical rainforest and its inhabitants. The film follows Brazilian filmmaker Denise Zmekhol as she travels a modern highway deep into the Amazon in search of the indigenous Surui and Negarote children she photographed fifteen years ago. Part road movie, part time travel, her journey tells the story of what happened to life in the largest forest on earth when a road was built straight through its heart. Zmekhol’s cinematic journey combines intimate interviews with her personal and poetic meditation on environmental devastation, resistance, and renewal. The result is a unique vision of the Amazon rainforest told, in part, by the indigenous people who experienced first contact with the modern world less than forty years ago.
 
Showings:
 
 SF Green Film Festival
1:30 PM     Fri, Mar 04
Mapping projects in Google Earth can support a film's story, extend its life expectancy and generate a higher impact. This interactive presentation from Google Earth and local filmmakers will demonstrate how film projects have been using mapping in cutting-edge ways.
http://www.arte-amazonia.at/amazonia-artists/film-children-of-the-amazon-denise-zmekhol/

terça-feira, 15 de março de 2011

Protestos contra Belo Monte chegam à Europa

Mar 02, 2011

Gustavo Faleiros

Almir Suruí e Sheila Juruna lideraram os protestos em frente ao escritório do BNDES em Londres.
Líderes indígenas brasileiros participaram nesta quarta-feira de protesto em frente ao escritório do BNDES em Londres. A manifestação marcou o fim de uma turnê de uma semana na qual representantes de nações indígenas da Amazônia visitaram a Europa para denunciar danos ambientais e violações de direitos humanos causados pela construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, Pará.

A visita dos líderes foi patrocinada pelas organizações não governamentais Amazon Watch, International Rivers e Survival International.

Nesta manhã, cerca de 50 pessoas reuniram-se no centro da capital britânica com cartazes e faixas contra financiamentos do banco estatal brasileiro a usinas hidrelétricas na Amazônia. De acordo com a liderança do povo Juruna do Médio Xingu, Sheila Juruna, a posição da instituição é contraditória. “O BNDES é responsável por gerenciar o Fundo Amazônia, uma ação que preserva a floresta, mas ao mesmo tempo patrocina grandes projetos que a destroem”, disse a líder.

No primeiro dia em Londres, 01 de março, os indígenas foram recebidos pelo embaixador brasileiro no Reino Unido, Roberto Jaguaribe, que, segundo relato dos manifestantes, foi receptivo às queixas contra a usina de Belo Monte, mas afirmou que teria afirmado que a decisão do governo beneficiaria a todos. Ainda nesta quarta, os líderes encontrariam-se com parlamentares britânicos.

O grupo de indígenas também incluiu, além de Sheila Juruna, Almir Suruí, o chefe da terra suruí Sete de Setembro (Rondônia), afetada indiretamente pelas obras das usinas hidrelétricas do Rio Madeira e a líder Ashaninka, Ruth Metoquiari, cuja etnia ocupa regiões no rio Ene, no Peru, também ameaçado por projetos de barragem.

Além da Inglaterra, a turnê passou pela Noruega, país-doador com maior financiamento internacional à proteção de florestas tropicais, Suiça, onde estão as representações internacionais para os direitos humanos e também Paris.


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Cobertura completa sobre Belo Monte

Almir Suruí, em frente à Bolsa de Londres. "Modelo econômico que o Brasil está adotando causa danos ambientai", disse em entrevista à imprensa.