Ou se inocenta o
Cachoeira e o Senador
ou se prende o Congresso e a Assembleia inteira.
Admito: não tenho mesmo a menor vocação para a “política”! Não mesmo!
Apesar de participar a vida inteira de todos os processos (afinal,
a herança familiar e a convivência com eleições, e política de interior, e avó
discutindo a cada pleito as agruras dos Bocas e Tupas, e pai tentando incutir
consciência e cidadania, e convivência com amigos e parentes ligados aos par.ti.dos Brasil a fora) , fui rotulada pelo líder "estelar" da minha
cidade, no interior do Piauí como ignorante política. Sabem por que? – Insisti,
insisto e persistirei na insistência de que Político e Safado não são
sinônimos. Político e corrupto, não são
sinônimos. Político tem que ser oportunista, ladrão, mau caráter, desqualificado? Também não!
Amigos! O famigerado caso Cachoeira deveria ser tratado como
roubo de galinha pelo Governo Federal e pela mídia. Afinal, muda o volume de negociação em termos de valores, mas o
caso é corriqueiro. Todos os
parlamentares que estão ali, naquela encenação barata , foram eleitos de forma
que a ignorante aqui entende como contravenção,
corrupção, negociação inescrupulosa. Não há ...( conforme me foi dito pelas “raposas”
velhas e
experientes em eleição) ... Não há jeito de
se conseguir “ganhar” uma eleição sem negociação. Obviamente, o termo ganhar
eleição já é um total absurdo. O aceitável, no caso de um cidadão ser escolhido
como representante do povo deveria ser um cargo de honra e não de vantagem na
dita esperteza.
E disseram a mim: “amiga, ou você assina a carteirinha do
partido ou não teremos como lhe apoiar.”
Outro sugere: “amiga, você tem excelentes propostas, mas não
vai chegar a lugar nenhum se não se juntar a um deles.”
Tradução recebida de uma tia: “minha filha, você tem que
baixar a crista!”
Ainda: “Moça! Quem pode, manda. Quem tem juízo obedece.”
Condição número um para o cidadão vir a ser aceito como
candidato num desses par.ti.dos é que aceite as com dições da negociações impostas pelos
donos dos par.ti.dos ( leia-se: donos do dinheiro).
Ora, ora, ora!
“Atentai, meus irmãos!” (frase de um famoso ex-senador
piauiense).
Já ficou evidenciado pela mídia que os votantes naquela CPI não
tem idoneidade para condenar nem o bicheiro, nem o senador que será escolhido
como “bode expiatório” (perdoem-me os amigos bodes). O sistema é corrupto e
podre. Dizem os especialistas em eleição e isso já ficou claro e recorrente em
todo o país: “se foi eleito, é por que recebeu dinheiro de caixa 2 para comprar
eleitor sem consciência política, em
estado de miséria, ignorância e fragilidade emocional ou simplesmente adeptos à
safadeza por que levam alguma vantagem inescrupulosa diante dos vizinhos,
amigos e/ou parentes. E esses eleitores ainda se acham espertos e idolatram quem roubou, mas fez. Político bom sai pelas ruas da cidade ostentando seu carrão e pagando conta de boteco, bocas de som nas alturas a estrondar funk, forró e farra.
Não se elege quem não sucumbe à imposição do poder que
remete, necessariamente, à perda da moralidade, da ética. Por que essas duas,
juntamente com o caráter, não são relativas. O nível da falha de caráter não
muda em função do tamanho do roubo.
Cidadão! Quer mudar
essa situação? Vote certo, ou seja: consciente.
Você vendeu seu voto?- Você também é corrupto. Essa via é de mão dupla. Há corrupto, por que
há corruptor. Há corruptor por que outro aceita ser corrompido, comprado, humilhado. Afinal, essa situação existe por que o povo aceita tudo o que
configura o processo de legitimação do poder.
Esse povo chegou a Brasília por que foi escolhido como representantes do
povo.
Você é daqueles que dizem: “ele rouba, mas faz”? – você está
roubando com ele. Está roubando pior: rouba o futuro de seus filhos e netos.
Mesmo que um Cachoeira seja preso e um Senador perca um
mandato, nada muda no cenário político enquanto o conceito de ética, moral e caráter
continuem vistos como algo relativo. A causa está nas instituições, convicções
e postura do nosso povo: religiões, famílias, escolas. Os poderes pertencem aos Cachoeiras e os Demóstenes por que o povo escolheu assim. E a vontade do povo é soberana.
Brasília é produto da sociedade brasileira.
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