Tenho
escutado, desde meu tempo da faculdade de Arquitetura ( UFPE 0 1978 – 1982) que
“ politica é isso mesmo: a arte de
negociar interesse para se atingir o poder e, através dele, fazer valer as
propostas do grupo que o assumiu.”
E tenho
participado de todos os processos desde meus 14 anos, quando conheci o Dr.
Marcos Freire. Jamais esqueci a musiquinha da campanha de 1974: Vote em Marcos,
para vencer, SEM MEDO e SEM ÓDIO, luta por você. Acompanhei a carreira política
daquele homem coerente até a sua morte, num desastre aéreo, coincidentemente
enquanto Ministro da Agricultura em momento de ferrenha discussão a respeito da
famigerada ( termo de meu pai – Engo. Vicente Pontes ) “Reforma” Agrária. Àquela
época discutiam-se as fronteiras agrícolas e , tal qual agora, o desmatamento, as minerações são negociadas
pelo Governo Federal. Note-se aqui a diferença! Àquela época ( pós ditadura e fase de “abertura
política” ) discutia-se Reforma Agrária, Desmatamento, Fronteiras Agrícolas.
Atualmente, afirmo: Negociam-se em bancadas de defensores Ruralistas versus
defensores ambientalistas, através de legisladores, o futuro das riquezas da
nossa nação. Procurei no Google as matérias que reportavam o
desastre de Marcos Freire e as ameaças de morte que ele sofreu durante meses
desde que assumiu a pasta ministerial, mas foram todas deletadas.
Durante anos
trabalhei em prol das propostas do Partido dos Trabalhadores, uma vez que
entendia que são legítimas , bem fundamentadas pelas lideranças pensantes ,
coerentes e capazes de mudar o destino de nosso país. Cheguei a defender com ênfase
e entusiasmo a hombridade de nosso governo estelar na Câmara de Comércio de Viena, em presença do Prof. Paul
Singer ( Economia Solidária). Naquele momento, um argentino afirmava diante
de expressivos representantes da
comunidade europeia e do BID ( IADB) que a maior dificuldade de captar
investimentos para o Brasil esbarrava no alto nível de corrupção que impera no
nosso país. O representante da Comunidade
Latino Americana – um Argentino, assegurava que os 30% de custo da propina
brasileira afasta os investidores sérios e que,
tal como aconteceu no Brasil
Colônia, teriam vindo para cá os comerciantes e investidores corruptos, sem ética
e nenhum resquício de caráter. Pedi o
microfone quando aberto à plenária e expressei a minha indignação ( isso foi em
maio de 2002) assim: “ Senhor! Corrupção é via de mão dupla. Existem corruptos
por que existem corruptores. SE seu senso ético é tão mais elevado que o do
povo brasileiro, não ofereça e nem pague
propina. Submeta-se à concorrência livre, justa e equânime e mantenha-se em seu
patamar moral. No momento em que a proposta de corrupção é aceita, tudo fica
igual. “
De volta ao
Brasil, mediante a premissa de mudança de paradigma em nosso país com a ascensão do governo estelar e tudo o que se configurou
a partir dela, passei a vivenciar o aspecto político e cidadão com participação
efetiva. Decepcionei-me profundamente e admito atualmente minha total
incompatibilidade com o processo político tal como se configura atualmente. Decidi
conceder a mim mesma a oportunidade de adentrar o processo político e tentar
perceber o que faz com que os ideais se percam de forma tão irreversível. Ainda não estou segura de que seja medo, sede
de poder ou egocentrismo ou “ tudo junto e misturado”.
O fato é que
continuo a respeitar os ensinamentos de meu pai, os ideais socialistas e éticos
de meu avô José Tapety, muito bem explicados pela querida Irmã Maria Lucia,
minha querida professora de Educação Moral e Cívica no segundo ano primário: o
indivíduo se mantei íntegro quando assume que ética, moral, caráter, respeito e
amor jamais podem ser relativos. Simples assim!
Nenhum comentário:
Postar um comentário