quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ideologia x política – qual o caminho?


Tenho escutado, desde meu tempo da faculdade de Arquitetura ( UFPE 0 1978 – 1982) que “ politica é isso mesmo:  a arte de negociar interesse para se atingir o poder e, através dele, fazer valer as propostas do grupo que o assumiu.”
E tenho participado de todos os processos desde meus 14 anos, quando conheci o Dr. Marcos Freire. Jamais esqueci a musiquinha da campanha de 1974: Vote em Marcos, para vencer, SEM MEDO e SEM ÓDIO, luta por você. Acompanhei a carreira política daquele homem coerente até a sua morte, num desastre aéreo, coincidentemente enquanto Ministro da Agricultura em momento de ferrenha discussão a respeito da famigerada ( termo de meu pai – Engo. Vicente Pontes ) “Reforma” Agrária. Àquela época discutiam-se as fronteiras agrícolas e , tal qual  agora, o desmatamento, as minerações são negociadas pelo Governo Federal. Note-se aqui a diferença! Àquela  época ( pós ditadura e fase de “abertura política” ) discutia-se Reforma Agrária, Desmatamento, Fronteiras Agrícolas. Atualmente, afirmo: Negociam-se em bancadas de defensores Ruralistas versus defensores ambientalistas, através de legisladores, o futuro das riquezas da nossa nação.  Procurei  no Google as matérias que reportavam o desastre de Marcos Freire e as ameaças de morte que ele sofreu durante meses desde que assumiu a pasta ministerial, mas foram todas deletadas.

Durante anos trabalhei em prol das propostas do Partido dos Trabalhadores, uma vez que entendia que são legítimas , bem fundamentadas pelas lideranças pensantes , coerentes e capazes de mudar o destino de nosso país. Cheguei a defender  com ênfase  e entusiasmo a hombridade de nosso governo estelar na Câmara de  Comércio de Viena, em presença do Prof. Paul Singer ( Economia Solidária). Naquele momento, um argentino afirmava diante de  expressivos representantes da comunidade europeia e do BID ( IADB) que a maior dificuldade de captar investimentos para o Brasil esbarrava no alto nível de corrupção que impera no nosso país.  O representante da Comunidade Latino Americana – um Argentino, assegurava que os 30% de custo da propina brasileira afasta os investidores sérios e que,  tal como aconteceu no  Brasil Colônia, teriam vindo para cá os comerciantes e investidores corruptos, sem ética e nenhum resquício de caráter.  Pedi o microfone quando aberto à plenária e expressei a minha indignação ( isso foi em maio de 2002) assim: “ Senhor! Corrupção é via de mão dupla. Existem corruptos por que existem corruptores. SE seu senso ético é tão mais elevado que o do povo brasileiro,  não ofereça e nem pague propina. Submeta-se à concorrência livre, justa e equânime e mantenha-se em seu patamar moral. No momento em que a proposta de corrupção é aceita, tudo fica igual. “

De volta ao Brasil, mediante a premissa de mudança de paradigma em nosso país  com a ascensão  do governo estelar e tudo o que se configurou a partir dela, passei a vivenciar o aspecto político e cidadão com participação efetiva. Decepcionei-me profundamente e admito atualmente minha total incompatibilidade com o processo político tal como se configura atualmente. Decidi conceder a mim mesma a oportunidade de adentrar o processo político e tentar perceber o que faz com que os ideais se percam de forma tão irreversível.  Ainda não estou segura de que seja medo, sede de poder ou egocentrismo ou “ tudo junto e misturado”.

O fato é que continuo a respeitar os ensinamentos de meu pai, os ideais socialistas e éticos de meu avô José Tapety, muito bem explicados pela querida Irmã Maria Lucia, minha querida professora de Educação Moral e Cívica no segundo ano primário: o indivíduo se mantei íntegro quando assume que ética, moral, caráter, respeito e amor jamais podem ser relativos. Simples assim!

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