"Há aqueles que lutam um dia e por isso são bons; Há aqueles que lutam muitos dias e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam anos e são melhores ainda; Porém há aqueles que lutam toda a vida, esses são os imprescindíveis." Bertolt Brecht
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
O Sal da Terra...VIDA!!
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domingo, 27 de fevereiro de 2011
sábado, 26 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Despertos e conscientes...mesmo no Carnaval
Toda irresponsabilidade
e desfalque
e sabotagem
e roubalheira...
será castigada.
Enquanto isso,
as mentes se expandem .
Nem tudo está perdido.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Vida é dança, celebração, amor e carinho
Tudo o mais é menos.
22 de fevereiro
Em 1788, nascia Arthur Schopenhauer, filósofo alemão que introduziu o Budismo e o pensamento indiano na metafísica alemã.
Em 1900 Isadora Duncan, bailarina norte-americana se apresentou pela primeira vez na Europa. Causou uma verdadeira revolução no mundo da dança se negando a seguir padrões e regras pré-estabelecidas.
Em 1989 foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama)
22 de fevereiro de 2011...
Dançar, celebrar, compartilhar, deixar fluir o amor e ser feliz.
O que mais é preciso?
Cantar...
Cantar...
O senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
Senhor é meu pastor, nada me faltará. Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura as forças de minha alma. Pelos
Restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo.
Preparais para mim a mesa à vista de meus inimigos. Derramais o perfume sobre minha cabeça, e transborda minha taça.
A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias.
O senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
O silêncio, a grandeza e a genialidade do artista
...e me pergunto: que qualidade de vida teremos, um dia, quando não for mais possível fazer arte, promover cultura, criar, inovar, conferir beleza aos momentos de dor?
...e me pergunto: o que mais que a beleza - sintese e reflexo de tudo o que é puro, positivo, divino?
.. e onde fica, entre nós da humanidade latina, o respeito e a reverência aos nossos grandes talentos?
..e de onde vem essa chama que faz do brasileiro o povo mais criativo do mundo?
Matéria transcrita do portal Vermelho.
João Gilberto faz 80 anos sem ter discos clássicos no mercado
Em junho de 2011, João Gilberto completará 80 anos, mas a briga com a gravadora EMI pode esvaziar a festa: os três primeiros discos do artista estão fora do mercado, à espera de decisão do STJ.
Por Claudio Leal, na Terra Magazine
Um impasse judicial promete tornar incompleta a celebração dos 80 anos de um dos maiores criadores brasileiros, João Gilberto. Os álbuns "Chega de Saudade" (1959), "O Amor, o Sorriso e a Flor" (1960) e "João Gilberto" (1961), marcos da Bossa Nova, continuam oficialmente fora do mercado fonográfico e sem a certeza de que sairão do limbo com o atestado de qualidade do músico.Em 1992, a gravadora britânica EMI, a detentora do catálogo da Odeon, reuniu os três bolachões e o EP "Orfeu da Conceição" num único CD, "O Mito", à revelia de João Gilberto, que se indignou com o fim da "sequência harmônica" das faixas. No centro da briga, os defeitos da remasterização; na mudança para o formato digital, as gravações originais teriam sido deformadas.
O músico abriu um processo contra a EMI, em 1997, e até o início de 2011 não entrou em acordo com a multinacional. Defendido pelo advogado Marcos Meira, João Gilberto busca a "abstenção definitiva" da EMI e da Gramophone de produzir e comercializar sua obra no Brasil e no exterior, a retirada de "O Mito" do mercado, a indenização por danos morais e o pagamento de royalties.
"Sensibilidade extremada"
Na 28º Vara Cível do Rio de Janeiro, a EMI foi condenada a pagar os royalties (de 18%) pela comercialização dos discos e uma indenização pelo uso da música "Coisa mais linda" num comercial da Rede Boticário. Mas a juíza Maria Helena Pinto Machado Martins não atendeu ao pedido de danos morais e rejeitou o fim da comercialização.
"Em que pese o teor da prova acima e, em especial, da prova técnica, entende este Juízo que situação apontada nos autos escapa a esfera do homem comum, tratando-se de sensibilidade extremada e, por isto, não restariam configurados de forma patente os danos de cunho moral", arguiu a juíza.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a decisão de primeira instância e a defesa de João Gilberto entrou com um recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ), para reformar o acórdão. Ainda não houve o julgamento. A justiça fluminense reconheceu que "foram promovidas alterações com relação à obra originária do artista".
Músico não reconhece másteres
Houve alguns esboços de diálogo com a EMI no cinquentenário da Bossa Nova, em 2008. No ano passado, a gravadora trouxe um técnico dos Estados Unidos para acompanhar o músico na audição dos másteres (as matrizes dos discos). Segundo apurou Terra Magazine, João Gilberto apontou falhas e pediu para ouvi-los em casa. Outra vez, não identificou as gravações originais.
"Numa primeira conversa que nós tivemos com a Cláudia Faissol, que o está empresariando, ela teria externado o desejo, inclusive, de transferir-se a titularidade dos produtos pra ele, pra que ele então, como titular, fizesse o uso que quisesse", conta a advogada e diretora brasileira de Business Affairs da EMI, Ana Tranjan (leia aqui). A produtora Cláudia Faissol, mãe de uma das filhas de João Gilberto, confirma a reunião, mas diz que não teve um retorno sobre a proposta.
Ana Tranjan garante que as matrizes se encontram no Brasil e nada foi alterado. "Como é que os másteres, que são objetos de uma demanda, podem sofrer alteração? Não podem sofrer alteração. Esse é o ponto", contesta a advogada.
MinC acionado
Em fevereiro, Cláudia Faissol voltou a pedir uma audiência à nova ministra da Cultura, Ana de Holanda, para que haja uma posição do governo sobre a querela com a EMI. No final de 2010, o ex-ministro Juca Ferreira havia iniciado as conversas sobre o acervo do músico baiano, mas, no período de transição, o assunto murchou. De acordo com a assessoria do ministério, "ainda não há data marcada, pois a ministra está com muitos compromissos".
Para comemorar os 80 anos do artista, em 10 de junho, a gravadora não pretende retomar as negociações? "Existe uma tendência, especialmente da parte dele, de aguardar a decisão final da Justiça, em razão da proximidade da conclusão judicial", responde Ana Tranjan. As duas partes esperam o julgamento do STJ para 2011. Na internet, são vendidas cópias dos discos consideradas ilegais.
João Gilberto não abandonou o desejo de executar um novo trabalho de remasterização, com um técnico de sua confiança. O músico reside num apartamento do Leblon - alvo de recente ação de despejo - e não concede entrevistas à imprensa. Nem autoriza terceiros a falar em seu nome. A briga com a gravadora teria provocado o isolamento mais radical do mestre da Bossa Nova. O silêncio, dizem os amigos, é seu permanente grito.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Amor
A voz do coração...
sempre certa
precisa
exata.
Ah se a mente
...não perturbase
e sabotasse tanto
e tudo
e sempre...
Ah se a mente
não aprisionasse tão forte
e sempre
e tudo...
Ah se a escolha
fosse
sempre
do coração...
Se...
se...
se...
Ah se
não houvessem tantos ses.
sós
sempre.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
URGENTE! Código Florestal - PERRIGO À VISTA
Considerações sobre a Mata Atlântica no Piauí e outros temas
Por Marcelo Coelho
As discussões que vêm sendo travadas entre as diversas instituições governamentais e organizações não governamentais sobre a existência do bioma Mata Atlântica na região da Serra Vermelha, no sul do Piauí, não podem tirar o foco da principal e verdadeira questão que é o processo brutal de desmatamento para produção de carvão vegetal de uma enorme extensão de terra numa região de biodiversidade riquíssima e formações rochosas de rara beleza, tão bem demonstradas nas fotografias e imagens feitas por André Pessoa e pelo Globo Repórter.
A questão veio à tona durante a realização do evento “I Semana da Mata Atlântica no Piauí”, de 26 a 30 de janeiro último quando foram realizadas palestras, exposições e mostra de vídeos na Praça Pedro II, centro de Teresina. Neste evento, vários temas importantes foram debatidos como a defesa da Serra Vermelha, os grandes projetos de monocultura no entorno de Teresina e no sul do Estado, e sobretudo o projeto que altera o Código Florestal, ora em tramitação no Congresso Nacional.
As chuvas que causaram uma tragédia em larga escala na região serrana do Rio de Janeiro evidenciaram o problema da ocupação desordenada do solo e o desrespeito à legislação vigente, tornando temerária a flexibilização do Código Florestal.
É urgente a necessidade de um zoneamento ecológico-econômico no Estado do Piauí, priorizando aquelas áreas onde as transformações ocorram de maneira mais imediata, e que a ocupação da terra aconteça de uma forma equilibrada e sustentável, diminuindo os impactos negativos que possam incidir.
Marcelo Coelho é Procurador Federal
Foi Secretário do Meio Ambiente e Deputado Estadual
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Revisão do Código Florestal pode levar a perdas irreversíveis na biodiversidade
Cientistas fazem alerta em carta publicada na atual edição da revista americana Science.
14 de setembro de 2010 | 21h 30
Agência Fapesp
SÃO PAULO - Se for aprovada em sua forma atual, a revisão do Código Florestal brasileiro, em votação no Congresso Nacional, poderá levar a perdas irreversíveis na biodiversidade tropical, alertam cientistas em carta publicada na atual edição da revista Science.
Intitulada "Perda de biodiversidade sem volta", o documento tem autoria de Fernanda Michalski, professora do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical da Universidade Federal do Amapá (Unifap); Darren Norris, do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp); e Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
No texto, os pesquisadores apontam que as propriedades privadas correspondem a 39% do território brasileiro e representam um componente essencial para a conservação da biodiversidade florestal, à parte das áreas protegidas formalmente.
Mas os “interesses de curto prazo de poderosos grupos econômicos, influentes proprietários de terra e políticos, ao diluir o Código Florestal, ignoram o valor das florestas privadas para a conservação”, segundo eles.
De acordo com Fernanda, a manifestação é um complemento à carta publicada na Science em 16 de julho por pesquisadores ligados ao Programa Biota-Fapesp, com o título "Legislação brasileira: retrocesso em velocidade máxima?". Segundo ela, o objetivo foi colocar em evidência a modificação do código relacionada à redução das Áreas de Proteção Permanente (APP).
“A Science abre espaço para que possamos reforçar comentários de edições anteriores. Quisemos fazer isso para enfatizar um pouco mais o problema diretamente ligado à redução das APPs, que está sendo levantado na proposta de reforma do Código Florestal”, afirma a docente da Unifap.
Professora do Departamento de Ecologia da Unesp até o fim do primeiro semestre de 2010, Fernanda concluiu seu doutorado em 2007, na Universidade de East Anglia, sob orientação de Peres, e realizou pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), com Bolsa da Fapesp.
“Parte do meu pós-doutorado correspondeu exatamente à avaliação do uso de APPs por vertebrados de médio e grande portes. A partir dos dados obtidos nessa pesquisa, achamos relevante destacar esse tópico no contexto da reforma do Código Florestal”, destaca.
A carta enviada em julho pelos pesquisadores do Biota-Fapesp apontava que as novas regras do Código Florestal reduziriam a restauração obrigatória de vegetação nativa ilegalmente desmatada desde 1965. Com isso, as emissões de dióxido de carbono poderão aumentar substancialmente e, a partir de simples análises da relação espécies-área, “é possível prever a extinção de mais de 100 mil espécies, uma perda massiva que invalidará qualquer comprometimento com a conservação da biodiversidade”.
O texto também foi assinado por Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências da USP; Thomas Lewinsohn, do Departamento de Biologia Animal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Luciano Verdade e Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP; Ricardo Ribeiro Rodrigues, do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP; e Carlos Alfredo Joly, do Instituto de Biologia da Unicamp.
Efeito de borda
O documento publicado na atual edição da revista científica americana afirma que a reforma da legislação brasileira vai “efetivamente condenar remanescentes florestais e a rebrota em terras privadas no maior país tropical da Terra”.
Segundo Fernanda, a carta reforça uma questão levantada na manifestação anterior, relacionada a um possível aumento do “efeito de borda” - uma alteração na estrutura, na composição ou na abundância de espécies na parte marginal de um fragmento florestal que acaba tendo impactos sobre a fauna e flora de toda a região.
“O efeito de borda se manifesta à medida que a permeabilidade da matriz aumenta, e cria uma série de efeitos adversos para a flora e para a fauna. Mas, além disso, nossas pesquisas revelaram um outro dado importante que merecia ser destacado: quando a área de proteção é reduzida a menos de 50 metros de cada lado da APP, o resultado é um aumento considerável na mortalidade das árvores”, afirma.
Os cientistas brasileiros alertam que, com as modificações propostas na legislação, a redução das áreas de proteção deverá provocar mudanças nas características da paisagem que reduzirão a capacidade da floresta para reter e conectar espécies, ou para manter a qualidade dos corpos d’água.
Segundo o texto, os proprietários rurais que cumprirem a nova legislação vão ampliar a fragmentação da paisagem e reduzir o valor de suas propriedades, por conta da erosão do solo e pela má regulação de captação de água nas bacias hidrográficas.
Mas ainda é possível ter esperança: “A comunidade científica e ambiental, as organizações não governamentais e o Ministério do Meio Ambiente ainda podem se conciliar com os defensores da reforma do Código Florestal”, ressaltam os autores.
“Para isso, será preciso melhorar a comunicação entre os segmentos da sociedade, desenvolvendo alternativas de gestão inteligente do uso do solo na matriz agropecuária existente e evitando, com isso, a expansão de novas fronteiras de desmatamento”, completam.
Intitulada "Perda de biodiversidade sem volta", o documento tem autoria de Fernanda Michalski, professora do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical da Universidade Federal do Amapá (Unifap); Darren Norris, do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp); e Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
No texto, os pesquisadores apontam que as propriedades privadas correspondem a 39% do território brasileiro e representam um componente essencial para a conservação da biodiversidade florestal, à parte das áreas protegidas formalmente.
Mas os “interesses de curto prazo de poderosos grupos econômicos, influentes proprietários de terra e políticos, ao diluir o Código Florestal, ignoram o valor das florestas privadas para a conservação”, segundo eles.
De acordo com Fernanda, a manifestação é um complemento à carta publicada na Science em 16 de julho por pesquisadores ligados ao Programa Biota-Fapesp, com o título "Legislação brasileira: retrocesso em velocidade máxima?". Segundo ela, o objetivo foi colocar em evidência a modificação do código relacionada à redução das Áreas de Proteção Permanente (APP).
“A Science abre espaço para que possamos reforçar comentários de edições anteriores. Quisemos fazer isso para enfatizar um pouco mais o problema diretamente ligado à redução das APPs, que está sendo levantado na proposta de reforma do Código Florestal”, afirma a docente da Unifap.
Professora do Departamento de Ecologia da Unesp até o fim do primeiro semestre de 2010, Fernanda concluiu seu doutorado em 2007, na Universidade de East Anglia, sob orientação de Peres, e realizou pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), com Bolsa da Fapesp.
“Parte do meu pós-doutorado correspondeu exatamente à avaliação do uso de APPs por vertebrados de médio e grande portes. A partir dos dados obtidos nessa pesquisa, achamos relevante destacar esse tópico no contexto da reforma do Código Florestal”, destaca.
A carta enviada em julho pelos pesquisadores do Biota-Fapesp apontava que as novas regras do Código Florestal reduziriam a restauração obrigatória de vegetação nativa ilegalmente desmatada desde 1965. Com isso, as emissões de dióxido de carbono poderão aumentar substancialmente e, a partir de simples análises da relação espécies-área, “é possível prever a extinção de mais de 100 mil espécies, uma perda massiva que invalidará qualquer comprometimento com a conservação da biodiversidade”.
O texto também foi assinado por Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências da USP; Thomas Lewinsohn, do Departamento de Biologia Animal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Luciano Verdade e Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP; Ricardo Ribeiro Rodrigues, do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP; e Carlos Alfredo Joly, do Instituto de Biologia da Unicamp.
Efeito de borda
O documento publicado na atual edição da revista científica americana afirma que a reforma da legislação brasileira vai “efetivamente condenar remanescentes florestais e a rebrota em terras privadas no maior país tropical da Terra”.
Segundo Fernanda, a carta reforça uma questão levantada na manifestação anterior, relacionada a um possível aumento do “efeito de borda” - uma alteração na estrutura, na composição ou na abundância de espécies na parte marginal de um fragmento florestal que acaba tendo impactos sobre a fauna e flora de toda a região.
“O efeito de borda se manifesta à medida que a permeabilidade da matriz aumenta, e cria uma série de efeitos adversos para a flora e para a fauna. Mas, além disso, nossas pesquisas revelaram um outro dado importante que merecia ser destacado: quando a área de proteção é reduzida a menos de 50 metros de cada lado da APP, o resultado é um aumento considerável na mortalidade das árvores”, afirma.
Os cientistas brasileiros alertam que, com as modificações propostas na legislação, a redução das áreas de proteção deverá provocar mudanças nas características da paisagem que reduzirão a capacidade da floresta para reter e conectar espécies, ou para manter a qualidade dos corpos d’água.
Segundo o texto, os proprietários rurais que cumprirem a nova legislação vão ampliar a fragmentação da paisagem e reduzir o valor de suas propriedades, por conta da erosão do solo e pela má regulação de captação de água nas bacias hidrográficas.
Mas ainda é possível ter esperança: “A comunidade científica e ambiental, as organizações não governamentais e o Ministério do Meio Ambiente ainda podem se conciliar com os defensores da reforma do Código Florestal”, ressaltam os autores.
“Para isso, será preciso melhorar a comunicação entre os segmentos da sociedade, desenvolvendo alternativas de gestão inteligente do uso do solo na matriz agropecuária existente e evitando, com isso, a expansão de novas fronteiras de desmatamento”, completam.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
“Independência ou Morte!”
E fomos declarados independentes...
desde 7 de setembro de 1822
O Grito do Ipiranga. 1888 – Pedro Américo (Brasil 1843- 1905) -óleo sobre tela, 7, 60 m x 4, 15 m - Salão Nobre, Museu Paulista, Universidade de São Paulo
Brava gente brasileira! Longe vá… temor servil:
Hino da Independência do Brasil
Letra. Evaristo da Veiga
Música . D. Pedro I
Já podeis, da Pátria filhos,Ver contente a mãe gentil;Já raiou a liberdadeNo horizonte do Brasil. Brava gente brasileira!Longe vá… temor servil:Ou ficar a pátria livreOu morrer pelo Brasil. Os grilhões que nos forjavaDa perfídia astuto ardil…Houve mão mais poderosa:Zombou deles o Brasil. Brava gente brasileira!Longe vá… temor servil:Ou ficar a pátria livreOu morrer pelo Brasil. Não temais ímpias falanges,Que apresentam face hostil;Vossos peitos, vossos braçosSão muralhas do Brasil. Brava gente brasileira!Longe vá… temor servil:Ou ficar a pátria livreOu morrer pelo Brasil. Parabéns, ó brasileiro,Já, com garbo varonil,Do universo entre as naçõesResplandece a do Brasil. Brava gente brasileira!Longe vá… temor servil:Ou ficar a pátria livreOu morrer pelo Brasil.
Encruzilhada
Entre a cruz e a corda
Entre a espada e o nada
Entre a verdade e a concessão
Entre a esperança e a toalha
Entre a força e o medo
Entre a luta e a estrada
Vida é encruzilhada,
Diria Clarice, isto ou aquilo.
Nova encruzilhada, pergunto a você:
Seguir com a cruz, a espada, a verdade, a esperança, a força e a luta?
Ceder à corda, ao nada, conceder ao medo, jogar a toalha, seguir a estrada?
Perguntaram-me: e ai? Vai continuar insistindo? - Perda de tempo!
Afinal, há 2000 a escolha é Barrabás.
Acredito firmemente que a opção pela preservação das nossas riquezas é a única forma de promover as mudanças de que a sociedade precisa para a libertação.
Acredito e insisto que ética, moral, respeito, caráter e amor não podem ser relativos.
Todas as experiências bem sucedidas de desenvolvimento social foram possíveis apenas com respeito ao potencial humano e criativo, com respeito às desigualdades e todo tipo de crença.
Insisti e reafirmo a necessidade de mudar. O mundo precisa mudar. Mudar em essência, em espírito, em alma e, principalmente, em posicionamento diante da vida. Saúde, educação, cultura, casa e comida têm que ser bom para todos. Champanhe e caviar aos nobres ( ou enobrecidos) e craque, cachaça e carniça aos pobres ( ou empobrecidos) é sinal claro de espoliação.
Para alcançar mudança real, nenhum vínculo com os vícios e amarras ao erro podem ser mantidos. Refiro-me ao posicionamento eticamente inadequado de que – tal como em Tróia - para vencer o inimigo, é preciso aliar – se a ele, infiltrar-se maquiavelicamente em suas entranhas e envenená-lo, trucidá-lo, extorqui-lo para, enfim, conceder o golpe final.
Há ainda os que aproveitam o discurso e pegam carona, para – mais uma vez – vender a confiança dos amigos mais adiante, por qualquer tostão, espelho ou trocados sujos, dourados.
Busquei os amigos e convidei a formarmos uma comunidade ambientalista no lugar onde estão as minhas raízes. Um novo ideal, independente e livre, com direito à voz.
Era consenso: ou você se junta a um deles ou jamais será ouvida.
Discordei.
Discordo.
Desconsidero a hipótese de concordar por conveniência, corromper – me ou me prostituir ideologicamente, filosoficamente, muito menos fisicamente para atingir objetivos vazios e egocêntricos.
Argumentam algumas hienas: se você não se juntar a eles, vão lhe destruir. O povo gosta é disso.
Muitos me fizeram crer que o povo quer ser escravo. Tem mesmo pavor a quebrar as correntes. Prefere o pelourinho.
Talvez realmente o peso dos 300 anos a chicote e tronco, a café, cuscuz e goma, trocados por cerveja, carne e arroz sejam o suficiente.
Talvez não seja mesmo necessário ainda expor minha integridade física, ética e moral em nome do crescimento e libertação de todos.
Mais uma vez pergunto ao Divino, como em toda decisão importante e Ele me diz: pergunte a eles.
Pergunto então: o que me diz a consciência do todo?
A cruz ou a corda?
A espada ou o nada?
A verdade ou a concessão?
A esperança ou a toalha?
A força ou o medo?
A luta ou a estrada?
...
Encruzilhada.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
essa rua sem céu, sem horizontes foi um rio de águas cristalinas
Composição: (Alceu Valença - Refrão do Folclore Alagoano)
serra verde molhada de neblina
olho d'agua sangrava numa fonte
meu anel cravejado de brilhantes
são os olhos do capitão corisco
e é a luz que incendeia meu ofício
nessa selva de aço e de antenas
beija-flor estou chorando suas penas
derretidas na insensatez do asfalto
mas eu tenho meu espelho cristalino
que uma baiana me mandou de maceió
ele tem uma luz que alumia
ao meio-dia clareia a luz do sol
que me dá o veneno da coragem
pra girar nesse imenso carrossel
flutuar e ser gás paralisante
e saber que a cidade é de papel
ter a luz do passado e do presente
viajar pelas veredas do céu
pra colher três estrelas cintilantes
e pregar nas abas do meu chapéu
vou clarear o negror do horizonte
é tão brilhante a pedra do meu anel
olho d'agua sangrava numa fonte
meu anel cravejado de brilhantes
são os olhos do capitão corisco
e é a luz que incendeia meu ofício
nessa selva de aço e de antenas
beija-flor estou chorando suas penas
derretidas na insensatez do asfalto
mas eu tenho meu espelho cristalino
que uma baiana me mandou de maceió
ele tem uma luz que alumia
ao meio-dia clareia a luz do sol
que me dá o veneno da coragem
pra girar nesse imenso carrossel
flutuar e ser gás paralisante
e saber que a cidade é de papel
ter a luz do passado e do presente
viajar pelas veredas do céu
pra colher três estrelas cintilantes
e pregar nas abas do meu chapéu
vou clarear o negror do horizonte
é tão brilhante a pedra do meu anel
ESPELHO CRISTALINO
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
O terceiro setor na educação
Texto de
José Gayoso
IQE – Instituto Qualidade no Ensino
11.02.2011
Na coluna de hoje gostaria de compartilhar com o leitor alguns conceitos, que, acredito, são essenciais no entendimento da atuação do “terceiro setor” (o primeiro setor refere-se à atuação pública e o segundo setor diz respeito à esfera privada) junto à educação pública brasileira.
Primeiramente vamos definir sucintamente o significado da expressão “terceiro setor”: conjunto de entidades da sociedade civil com fins públicos e não lucrativas. Essas entidades, hoje largamente conhecidas como “ONGs” (organizações não governamentais), subdividem-se basicamente em dois tipos: Associações sem fins lucrativos e Fundações.
As associações sem fins lucrativos são organizações resultantes da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou sem personalidade jurídica, para a realização de um objetivo comum. Na sua grande maioria, são intituladas “Institutos”. Podem receber doações do setor privado e firmar convênios com redes públicas de ensino (esferas administrativas federal, estaduais e municipais).
Em relação às fundações, podemos defini-las como uma pessoa jurídica composta por um patrimônio juridicamente personalizado, destacado pelo seu instituidor, para uma ou mais finalidades específicas, sem fins lucrativos. Não possuem proprietário, nem titular, nem sócios ou acionistas, apenas num patrimônio destinado a um fim econômico determinado pela lei, dirigido por administradores ou curadores, na conformidade de seus estatutos.
A presença marcante dessas organizações, atuando sempre em parceria com as redes públicas de ensino, tem contribuído para a melhoria da qualidade do ensino oferecido na educação básica (especialmente no ensino fundamental), vis-à-vis os IDEBs (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) ultimamente registrados.
A educação brasileira vivencia atualmente um cenário de transição. A universalização do ensino fundamental (faixa etária dos 6 aos 14 anos), oferecendo a 31 milhões de crianças e adolescentes a oportunidade de acesso à uma escola, alçou a gestão pública a desafios ainda maiores – definição clara de responsabilidades entre as respectivas esferas administrativas, integração das redes de ensino (envolvendo a harmonização dos processos pedagógicos e administrativos), novas políticas de remuneração do corpo docente e gestores escolares, além do contínuo aperfeiçoamento e qualificação do magistério. A multiplicidade de desafios é tamanha que as redes de ensino públicas (compreendendo aproximadamente 90% de todos os alunos brasileiros da educação básica) encontram cada vez mais nas organizações não governamentais um aliado. Dessa forma, certamente, Estado (aqui entendido em seu sentido amplo) e Sociedade civil caminharão juntos rumo à oferta de uma educação básica universal de qualidade.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
MINISTRO DECLARA MORTE AO XINGÚ
COMUNIDADE INDIGINA SE DEFENDE
O TODO PODEROSO DIZ QUE NADA IRÀ PARAR BELO MONTENAO FOMOS CONSULTADOS.
TAL COMO TODOS OS PROCESSO PSEUDO PARTICIPATIVOS DO IMA, INCRA E TUDO O Q UE TEM ENVOLVIDO AS OBRAS MONUMENTAIS DO PAC FORJARAM PARTICIPAÇÃO POPULAR.
DEUNUNCIAS EM AMARANTE , NO PIAUI: OS CAMPONESES FORAM COAGIDOS A ASSINAR A ATA DE PRESENÇA E C OCORDÃNCIA COM AS HIDRELÉTRICAS NO POTI SOB AMEAÇA DE NÃO RECEBER O LANCHE NEM ÁGUA. FORAMA LEVADOS EM CARROS FRETADOS PARA FAZER NÚMERO NA ASSEMBLÉIA E AUDIENCIA PÚBLICA, MAS NINGUEM SABIA QUE ESTAVA ASSINANDO A CONCORDÃNCIA COM A HIDRELÉTRICA.
POUCOS AASINARAM CONSCIENTES, PAGOS PELOS ORGANIZADORES PARA VOTAR A FAVOR E DECLARAR O VOTO.
CORRUPÇAO ATIVA EM TODOS OS NÍVEIS.
E O MINISTRO AFIRMA QUE NADA IRÁ PARAR BELO MONTE...
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Carnaval como instrumento de inclusão e participação social
Depois de 5 anos ininterruptos, de cuia na mão em busca de apoio a inúmeros projetos para proporcionar inclusão social, melhoria na qualidade de vida com participação social real, venho tornar públicas as nossas propostas para minha querida Oeiras.
O projeto revitalização do Bloco Foliões no Samba propõe envolver toda a comunidade Oeirense a participar e contribuir efetivamente para a realização deste propósito.
Não se trata aqui da reinvenção da roda. Todos os exemplos de trabalho comunitário e participativo no Brasil e no mundo, tem obtido sucesso, quando recebem apoio social. No caso de Oeiras, temos verificado um caso atípico de autosabotagem institucionalizada aceita e incorporada por toda a sociedade.
Recebemos criticas de alguns amigos e amigas acadêmicos, quando externamos esse pensamento. Concluo que não se trata de negatividade nossa. Ao contrário, pretendo continuar a cultivar meu inconformismo e meu propósito de contribuir para transformações sociais neste meu tempo de existência física.
Neste projeto, a proposta é convidar - de forma ampla, geral e irrestrita - toda a sociedade civil organizada, a se aliar como voluntários na organização e eventos e busca de novas parcerias para dar continuidade ao Foliões no Samba .
Passo a publicar este projeto em nível nacional e internacional, como em carta aberta, que tanto critiquei do amigo Joca, ainda de cuia na mão, como um clamor de OEIRAS pela nossa gente, pela minha gente querida.
De imediato, propomos a participação, convidamos e nomeamosdas seguintes entidades:
ROTARY CLUB de OEIRAS,
MAÇONARIA ,
ASCOMI e CDL,
ASSOCIAÇAO CULTURAL DE OEIRAS,
ASSOCIAÇÃO LEVANTE CULTURAL MÃOS DE OEIRAS,
ASSOCIAÇÂO MANOEL ROGRIGUES e
Espaço Arte Produções.
Escoals da Rede Particular de Ensino
REVITALIZAÇÂO DO FOLIÕES NO SAMBA.
APOIE ESTE PROJETO.
Plano de ação social para diminuição das diferenças e pela inclusão social, através do importante agente agregador da comunidade, o mais antigo e tradicional Bloco de Carnaval de Oeiras – Foliões no Samba.
Projeto e produção intelectual de Josevita Tapety , encaminhado ao BNB, ( 2006, 2007, 2008, 2009, 2010) Petrobrás ( 2010) , Correios, ( 2010) , Senador JVC,( 2008 e 2010), Governo do Estado do Piaui ( 2007, 2008, 2009, 2010), FNT ( 2009), MCULTURA ( 2009), FUNDAÇÃO PALMARES ( 2009, 2010)
A Revitalização da Associação Carnavalesca Foliões no Samba para retomada do carnaval da década de 60, será importante elemento gerador de trabalho e renda, além de elemento fundamental de inserção de Oeiras no roteiro Turístico do Piauí. O projeto se baseia no resgate da Escola de Samba surgida no final da década de 60 do século passado como reação negra aos blocos carnavalescos e carnaval de clube da elite burguesa oeirense.
METAS:
1. Implantação da sede do bloco no Bairro do Rosário com aquisição da área, construção de infra-estrutura para atividades permanentes em galpão temático, restauro da casa sede e construção de salas de apoio;
2. Reforma da Bateria da Escola, aquisição de instrumentos musicais e reforma de instrumentos existentes;
3. Confecção de figurino para a bateria e integrantes da escola;
4. Confecção de estandarte do Bloco;
5. Impressão de cartazes promocionais e institucionais;
6. Confecção de camisetas promocionais do bloco, camisetas das oficinas de arte e ação cultural;
7. Instituição de oficina permanente de percussão para crianças e jovens;
8. Instituição de biblioteca afro e sala de pesquisa com telecento;
9. Realização de oficinas permanentes de dança afro;
10. Realização de Oficinas de capacitação e curso permanente de Arte Popular e Artesanato;
11. Promoção de eventos mensais;
12. Promoção de desfile anual no sábado e terça-feira de carnaval em 2011 e 2012;
13. Confecção de carro alegórico e de som.
PRODUTO PARA A COMUNIDADE:
1. Galpão e ponto de encontro, ponto de cultura e biblioteca afro Foliões no Samba;
2. Carro alegórico/carro de som e transporte;
...
6. Oficina permanente de dança afro e percussão;
7. Escola de arte popular.
JUSTIFICATIVA
Pobre não sai do miserê ... este tem sido o refrão do canto dos negros do Rosário. Vamos mudar essa sina.
Os Foliões no Samba é um Bloco de carnaval afro, fundado em 1967 no Bairro do Rosário.
Foliões no Samba 1979
Sua primeira apresentação tinha 40 componentes. Seu primeiro presidente, Luiz de Ana, até hoje com aquela cara de menino sapeca diz que sua memória ainda pega na chave quando se diz que ele não lembra do momento de fundação dos Foliões. Luis fala das primeiras festas, bingos e tertúlias promovidas no salão do Círculo Operário para angariar algumas migalhas,” para que o bloco não viesse a depender de política e poder brincar com liberdade”.
Foliões 1979.
Sua primeira apresentação tinha como destaque José Cícero como porta bandeira, José Querré no clarinete e Chico de Bizoga no tamborim. Budinha da Feira fazia do chocalho de boi um instrumento musical nessa orquestra de artistas de rua, regida pelo maestro José Cìcero com sua batuta de vara de pau, ao som de instrumentos fabricados por eles mesmos. Sua baliza, Carmelídia, com seu shortinho de barriga de fora, jogava sua sombrinha colorida para todos os lados. Parecia uma pimenta freventa. O comunista Chico (o Chico Frigideira), com suas duas frigideiras, parecia uma metralhadora quando começava a bater. Logo entrava o som da cuíca de Inácio Bruno e de Luiz de Ana, que parecia falar quando o breu deslizava nas suas mãos calejadas.
Às duas horas descem os foliões. Seu Irineu Romão abre as portas da Furna da Onça, bar localizado no inicio da ladeira do Rosário. Esse senhor, orgulhoso de ver seu filho Hipólito Romão bater o surdão. O Galego da Tipografia, com seu surdo de comando, avisa que a negrada vem vindo com seus instrumentos: cuíca de madeira e couro de lapicho, tamborins de couro de cobra e camaleão, e surdo de couro de boi.
Encontro dos Blocos. Carnaval 1974
O sol brilhava. Era uma beleza. José Hipólito (Zé de Helena) pintava os foliões com lápis e batons rouge cor de urucum que, misturado com a beleza dos negros suados e o vermelho do briho do sol desciam o beco de Zé Epifánio. Os guris corriam atrás do bloco com jornais e latinhas de breu para não deixar as cuícas pararem de gritar e os surdos não ficarem roucos. Às 6 horas da tarde o bloco dava seu recado em frente ao cine teatro e, com seu batuque, cantava: “pobre não sai do miserê, pobre não tem o que cumê, pobre não tem dineiro pra gastá, pobre não tem casa pra morá. Ai seu doutô, tem compaixão, dê ao pobre ao menos um pedaço de pão.”
Jadson Santos
Aproximadamente 6.000 dos 37.000 habitantes de Oeiras residem no Bairro do
Rosário, a Doce Colina do Hino de Oeiras, onde, no período colonial, estabeleceu-se a população praticamente 100% negra. Nossa comunidade negra, em sua quase totalidade, é formada por remanescentes de escravos que serviram às Fazendas do Fisco (Nacionais) e/ou aos particulares.
A estagnação sócio-econômica da Primeira Capital do Piauí é exemplo vivo, no século XXI, do resultado da espoliação cultural de mais de 300 anos por grupos dominantes dos atuais 93% de afro-descendentes em prol da institucionalização do poder, para que os currais eleitorais se mantenham sob dominação oligárquica e segregadora. Branco e negro, poder e miséria são faces da dominação pelo esmagamento sistemático da auto-estima da população. Em Oeiras, o processo histórico é evidente desde o momento da colonização. Os números constatados no senso de 2001 (71% de negros) e a situação da sociedade como um todo evidenciam uma sociedade potencialmente capaz de se tornar economicamente sustentável através dos muitos recursos humanos de que dispõe.
Todo o potencial criativo e produtivo continua sufocado e sem possibilidade de reação pela total falta de investimentos e apoio às comunidades que, apenas de alguns anos para cá, está se organizando formalmente.
Os fatores que levam a, de um lado, acomodação e aceitação da dominação e, por outro, o nível de consciência na determinação do poder dominante em institucionalizar-se através da condição de estagnação, miséria e subserviência poderão ser dirimidos com o desenvolvimento do turismo na cidade, aproveitamento das potencialidades e, para tanto, faz-se necessário o aumento do fluxo turístico, ingresso de dinheiro novo e reanimação da economia através de pequenos negócios e participação efetivos das comunidades ora excluídos como elementos produtivos.
O Bairro do Rosário, rico em tradições culturais, religiosas e história, tem profundas raízes na cultura afro. Festejos populares tais como a Leseira, Roda de São Gonçalo, Macumba, Festejo de São Benedito, o Reisado e o Congado; doceiras, oleiros, marceneiros, serralheiros e outros artífices que trabalham dentro das antigas tradições, rendeiras, bordadeiras, fuxiqueiras, crochezeiras existem no Bairro desde o período colonial. Tais tradições se mantém e precisam ser estimuladas, para que os cidadãos adquiram sua independência econômica a partir das próprias potencialidades.
De cara, ao por os pés no Rosário, depara-se com a Igreja de N. Sra do Rosário e Resquícios das Fundações do Hospital de Caridade ( herança do período Jesuíta – 1711 a 1749, em que os escravos e a população passaram por eminente crescimento cultural e respeitabilidade), a Casa da Pólvora. Passando pela Casa da Pólvora, descendo rumo ao riacho da Pouca Vergonha, os pés de Deus e do Diabo encavados sobre o lajedo representam alguns dos mitos e lendas desse povo.
Atividades que existem há muitos anos no bairro, tais como produção de cerâmica, marcenaria, trabalhos manuais e serralheria deverão ser estimuladas e retomadas. Esses artesãos são todos vinculados ao Bloco. Os familiares se integram à produção. É exatamente esse público que se beneficiará diretamente das atividades desenvolvidas na sede do bloco. Durante as Kizombas, acontecerão, simultaneamente feirinhas e mostras de arte popular e artesanato, para o que serão confeccionados stands expositores desmontáveis, de maneira a transportar a feirinha e mostra para outros bairros.
Kizomba - festa de resgate da tradição africana, baseada em percussão, dança afro e batuques. Os eventos servirão para agrupar a comunidade em prol da causa resgate cultural, inclusão social e cidadania, ao tempo em que serão apresentados os produtos do bairro para venda. Esses eventos serão anunciados através de carro de som alegórico a fim de convidar pessoas de outros bairros a visitar e participar da festa. A organização desse tipo de evento visa unir e agregar os cidadãos em torno de uma causa comum com a qual se identifiquem.
Em fase posterior, produtos serão selecionados para participar de mostras regionais e interestaduais. Dessa forma, pretende-se elevar a renda da população local e valorizar todo o potencial produtivo hoje adormecido.
Sede Bloco Foliões no Samba. Rosário – Oeiras –PI
Área para ampliação da Sede Foliões no Samba.
A sonorização dos eventos, kizombas e feiras se fará através do carro alegórico que, por sua vez, viabilizará recursos como carro de propaganda e divulgação durante todo o ano.
Ao mesmo tempo, é necessário retirar os jovens das ruas, oferecer oportunidades que estimulem a auto-estima e o desenvolvimento pessoal. É neste sentido que os Foliões no Samba pretendem transformar o Bloco de Carnaval num ponto de cultura e resgate, oferecendo oficinas, espaço de lazer e ao mesmo tempo formação de um ponto de encontro da comunidade.
Já se percebem em Oeiras elementos de marginalização, segregação social e racial, e todos os problemas inerentes à sociedade que se urbaniza sem preparo, sem infra-estrutura e sem educação coerentes à modernidade, informada e, consequentemente, desejada. Tudo o contexto se sedimenta ainda na questão da exclusão e acomodação da população afro-descendente da região de Oeiras e Vale do Canindé e a não resistência quilombola face o contexto sócio-econômico e político, uma vez que, historicamente, a resistência sempre houve e há, mas a pressão é tanta e tão poderosa, que a sufoca há séculos.
O fortalecimento das organizações do terceiro setor, através de investimentos como este projeto de valorização da população afrodescendente através do resgate de importante momento de reação popular ao poder econômico, político e socialmente instituídos. O apoio ao projeto da Escola de Arte Popular Foliões no Samba representa a retomada da reação da comunidade do Bairro do Rosário em busca de inclusão social, estimulo à arte, cultura e cidadania em cada criança, jovem e adolescente que será convidada a participar das atividades lúdicas e culturais do Foliões.
OBJETIVOS
Revitalização do Bloco de Carnaval Foliões no Samba como importante centro de organização social e manutenção da cultura afro descendente na cidade de Oeiras e microrregião.
A instituição de grupo de ação contra a segregação racial e social, inclusão social e resgate de crianças, jovens e adolescentes através de atividades lúdicas e culturais se transformará, com o apoio das Instituições apoiadoras deste projeto, num centro de preservação das expressões culturais e do patrimônio material e imaterial afro-brasileiro. Este projeto de ação sociocultural respeitará as características culturais, ideológicas, filosóficas e históricas de uma comunidade tipicamente afro-brasileira.
O FOLIÕES TRABALHARÁ INCLUSÃO COM PARTICIPAÇÃO SOCIAL
A instituição de ponto encontro, de cultura, biblioteca e sede do bloco, com objetivo de inclusão social, aumento da auto-estima e cultivo da cidadania. Criação da escola de percussão, dança afro, capacitação para aprimoramento da produção artesanal existente.- Escola de Arte Popular.
QUEM SE BENEFICIARÁ COM O PROJETO
Serão beneficiados com o projeto, 60 integrantes do Bloco, que voltarão a assumir uma posição de destaque em importante momento cultural da cidade; aproximadamente 400 crianças que participarão das oficinas de música e dança com o objetivo de formar alas para o desfile da escola; mais de 2000 pessoas, familiares desses novos integrantes do bloco, além de visitantes da cidade que poderão participar e usufruir das aulas e oficinas ministradas semanalmente na sede do Bloco; a população do Bairro Rosário – o bairro dos negros, aproximadamente 6000 pessoas; a população de Oeiras, mais de 37.000 pessoas, que se beneficiarão dos projetos e inclusão social, aulas de artes e eventos promovidos pelo grupo.
O projeto Foliões no Samba pretende envolver, diretamente, a população residente no Bairro Rosário e circunvizinhança, ou seja, aproximadamente 6.000 pessoas.
A ligação de Oeiras com os municípios vizinhos é muito forte. Os últimos municípios emancipados a partir de 1992 mantêm a ligação histórica, cultural e familiar com a antiga sede. A formação social e bases culturais desses municípios será constitúída a partir do Foliões, como resgate das ricas tradições culturais e, de forma contundente, diminuir a influência da produção dos carnavais de massa de influência axé.
O projeto se expandirá de forma radial, aos 17 municípios da microrregião de Oeiras. De maneira indireta, pretende-se envolver no projeto e beneficiar com os elementos de divulgação a população de Oeiras e cidades vizinhas, nos grandes eventos de carnaval e de interesse direto na divulgação destes eventos: Tanque do Piauí, São João da Varjota, Santa Rosa do Piauí, Colônia o Piauí, São Francisco do Piauí, Santo Inácio do Piauí e outras localidades vizinhas, que mantêm ligação afetiva e / ou familiar com os integrantes do bloco e residentes do bairro.
PLANO DE AÇÃO
1. Implantação da sede do bloco no Bairro do Rosário;
Reforma da Sede do Bloco, existente já há mais de 30 anos, através da aquisição de terreno próprio, projeto e reconstrução de galpão rústico de carnaúba e palha, com releitura em material permanente – local multi-uso, onde se ministrarão aulas, realizarão workshops e festas. Construção de 6 barracas de palha para confraternização e realização de Kizombas. Construção de 5 salas de aula( sala de pesquisa e biblioteca, salas de artes, sala de música) e reforma da casa sede do bloco;
2. Reforma da Bateria da Escola;
Limpeza e substituição dos couros danificados dos instrumentos de percussão e aquisição de novos instrumentos;
3. Confecção de figurino para a bateria e integrantes da escola;
Elaboração e confecção de figurino específico para o desfile do carnaval 2011 e 2012, em tecido e aviamentos simples.
4. Confecção de Estandarte do Bloco
Novo estandarte alusivo ao relançamento do Bloco
5. Impressão de cartazes e folders promocionais e institucionais;
Distribuição dos folhetos em nível local, microrregional, estadual e nacional. Material ilustrativo sobre Oeiras para divulgação da marca e do Bloco.
6. Confecção de camisetas promocionais do bloco e oficinas de arte e cultura
2000 camisetas do bloco serão empregadas como mídia viva e ingressos de Kizombas
7. Instituição de oficina permanente de percussão para crianças e jovens;
Oficinas semanais de percussão para formação de novos percussionistas e ocupar o tempo livre das crianças do bairro. Esta turma objetiva envolver principalmente os meninos. Oficinas semanais de dança afro para formação de novas alas nos desfiles e apresentações do bloco, atividades que irão ocupar o tempo livre das crianças do bairro. Esta turma objetiva envolver principalmente as meninas.
8. Instituição de biblioteca afro brasileira e sala de pesquisa com tele centro;
Salão com estantes e livros para leitura na sede e empréstimo, 2 terminais de computador e conexão rapida à internet. Os mesmos computadores serão utilizados na adminsitração do Bloco.
9. Realizaçao de Oficinas de capacitação em Arte Popular e Artesanato;
Oficinas quinzenais, aos finais de semana, para capacitação em cerâmica utilitária e decorativa, artefatos em seralheria, artefatos e utilitários em madeira, peças decorativas e utilitárias em fuxico, croche, renda, bordado e silk screen.
10. Promoção de eventos mensais;
Kizomba. Festa de resgate a tradição africana, baseada em percussão, dança afro e batuques. Os eventos servirão para agrupar a comunidade em em prol da causa resgate cultural, inclusão social e cidadania, ao tempo que serão apresentados os produtos do bairro para venda. Esses eventos serão promovidos através de carro de som alegórico a fim de convidar pessoas de outros bairros a visitar e participar da festa.
11. Promoção de desfile anual no sábado e terça-feira de caranval;
Organização, ensaios e realização do desfile de carnaval com a participação de toda a comunidade envolvida no projeto durante o período de atividades aqui propostas.
12. Confecção de carro alegórico e de som.
Aquisição de automóvel, e adaptação para montagem de carro alegórico equipado com som volante, microfones sem fio.
POR QUANTO TEMPO?
Uma vez iniciado, a comunidade terá a oportunidade de se desenvolver. Este projeto será executado com nossa supervisão durante 24 meses de trabalho, a contar das primeiras reuniões e mesas redondas, elboração de documentação, registros fotográficos, implantação do galpão e re-estruturação física da sede em regime de mutirão pelos componentes do Bloco e Comunidade organizada.
As oficinas de música e dança terão inicio imediatamente após a reconstrução do galpão e acontecerão durante os 24 meses do projeto, esperando-se que até o final desse prazo se tenha congregarão desde os 600 integrantes do bloco a visitantes de grupos parceiros conforme listado neste plano de ação.
ítem
|
Instituições beneficiadas
|
Qtde.
|
1
|
Grupo consciência negra
|
60
|
2
|
Congos do Rosário
|
26
|
3
|
Associação Levante Cultural Maos de Oeiras
|
66
|
Grupos beneficiados
| ||
1
|
Artesãos do Oiteiro
|
16
|
2
|
Grupo Reisado Comunidade do Cajueiro
|
60
|
3
|
Grupo comunidade do Buringa
|
50
|
4
|
Grupo Reisado da Barriguda
|
25
|
5
|
Grupo Berimbau Arte
|
25
|
6
|
Grupo de Capoeira Raízes do Brasil
|
25
|
7
|
Grupo Abada Capoeira
|
30
|
8
|
Grupo de Hip Hop.New Street Crew
|
22
|
9
|
Grupo AfroBrasil Dança
|
12
|
10
|
Casa dos Músicos de Oeiras
|
155
|
11
|
Artesãs do Curral Velho
|
9
|
12
|
Artesãs da Salinas
|
15
|
13
|
Artesãs de Cajazeiras
|
12
|
14
|
Artesãs de Santa Rosa
|
13
|
15
|
Artesãs do Tanque
|
9
|
16
|
Artesãs do Rosário
|
22
|
17
|
Grupo Comunidade Jovem da Várzea
|
25
|
18
|
Grupo Jovem da Jureminha
|
35
|
19
|
Grupo Jovem da Oeiras Nova
|
30
|
20
|
Grupo Jovem N. Sra. da Vitória
|
22
|
21
|
Grupo Jovens Ambientalistas Oeirenses
|
236
|
TOTAL
|
1000
|
NOVOS PLANOS:
No Carnaval de 2012, com seu apoio, acontecerá o re - lançamento do bloco e culminará com o desfile no carnaval de 2012 em diante. Até lá, espera-se que todo o projeto já esteja estruturado e com a maior parte do publico já engajado.
O entusiasmo para tal já existe.
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