sábado, 12 de fevereiro de 2011

essa rua sem céu, sem horizontes foi um rio de águas cristalinas

Composição: (Alceu Valença - Refrão do Folclore Alagoano)

serra verde molhada de neblina
olho d'agua sangrava numa fonte

meu anel cravejado de brilhantes
são os olhos do capitão corisco

e é a luz que incendeia meu ofício
nessa selva de aço e de antenas

beija-flor estou chorando suas penas
derretidas na insensatez do asfalto

mas eu tenho meu espelho cristalino
que uma baiana me mandou de maceió
ele tem uma luz que alumia
ao meio-dia clareia a luz do sol

que me dá o veneno da coragem
pra girar nesse imenso carrossel
flutuar e ser gás paralisante
e saber que a cidade é de papel
ter a luz do passado e do presente
viajar pelas veredas do céu
pra colher três estrelas cintilantes
e pregar nas abas do meu chapéu

vou clarear o negror do horizonte
é tão brilhante a pedra do meu anel

ESPELHO CRISTALINO


 

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