terça-feira, 15 de abril de 2008

Oeiras: capital da fé ou do desespero?

:ARTIGO
Oeiras: capital da fé ou do desespero?
Publicado em 21.04.2008 - 13:34:18


O povo é maravilhoso. Precisa apenas de chance para respirar, viver livre de manipulação, consciente do próprio valor para produzir em paz e harmonia.

Por Josevita Tapety

Índices de depressão e suicídio tem crescido assustadoramente em Oeiras nos últimos 4 anos. Agora já  é praticamente um suicídio por mês. Foram 6 casos registrados em 2004, 7 em 2005, 9 em 2006, 12 em 2007. Física e emocionalmente, apesar de todo empenho e enorme preocupação de poucos, a baixa auto estima vem se agravando ao longo dos anos. 2008 já está a caminho de novo recorde. Mês de abril, já houve o quarto caso de suicídio. A maioria deles por enforcamento. Incontáveis são as tentativas com veneno e também enforcamento. Na tarde de ontem (20) mais um Oeirense morreu por enforcamento. Mais um suicídio.

Ao contrário do que pregam alguns que afirmam e se empenham em divulgar a imagem de que a primeira capital continua um lugar pacífico onde apenas alguma “maquiagem” é necessária, a cidade está em ruínas.

A imagem colorida das fachadas dos velhos casarões do centro histórico, o portal anunciando a marca de “Capital da Fé”, o pão & circo de forrós, folias e festivais, as 40 mil pessoas em procissão no sexta-feira de Passos e toda a propagada fé no Divino  não tem sido capazes de  assegurar equilíbrio emocional á população que sofre – inevitavelmente – as conseqüências de tudo o que representa a total falta de perspectivas e de oportunidades, repressão e confinamento numa situação estarrecedora de uma cidade em franco processo de expansão numa sociedade  que passa por um grave processo de degradação inerente ao crescimento desordenado, sem planejamento e  ser  responsabilidade social. 

HIV positivo, prostituição infantil e pedofilia, formação de gangs, grupos de drogados e traficantes de craque, maconha e cocaína já tomam conta dos bairros mais populosos. O Jureminha chega a ter mais de 8000 habitantes e recebe, nos finais de semana e feriados, a população  flutuante de jovens e adolescentes que freqüentam os bailes funk e danceterias.

Faltam oportunidades de trabalho, emprego, renda.

Áreas públicas são invadidas por construções irregulares e sem qualquer infra-estrutura urbana, gente sobrevive em condições precárias, sem emprego ou recebendo pequenas ajudas de custo pagas pela municipalidade apenas para fazer frente ao valor irrisório da bolsa- família do Governo Federal que, se de um lado ajuda, por outro acomoda e desestimula.

Cada treinamento ou formação oferecida, que deveria estimular crescimento, é tiro que sai pela culatra a cada corte de continuidade. “A gente quer acreditar, junta gente pra fazer os cursos, prende a fazer de um tudo, mas não tem apoio pra produzir. Termina que todo mundo se desestimula. Cada vez fica mais difícil convencer aos nossos jovens de que estamos trabalhando sério”, afirma Maria do Socorro - líder comunitária empenhada no apoio a jovens e adolescentes da Oeiras Nova e Jureminha. Continua: “enquanto os políticos não começarem a trabalhar com responsabilidade, nossos jovens vão continuar se perdendo, as mães de família se desesperando vendo suas filhas e filhos se perderem na prostituição ainda crianças, ou indo embora pro sul,pro corte de cana ou colheita de laranja , muitas vezes pra nunca mais voltar”.

Ao que parece, Fé e pouca ação têm sido muito pouco ou, no mínimo, ineficazes. Antes de “Capital da Fé” no Piauí, Oeiras é a Primeira Capital do Estado, Monumento Nacional, rica em tradição e cultura. O povo é maravilhoso. Precisa apenas de chance para respirar, viver livre de manipulação, consciente do próprio valor para produzir  em paz e harmonia.

Prós e Contras:

http://acordachita.blogspot.com.br/2008/04/radicalizar-no-preciso-h-poucos-dias-li_27.html
http://br.groups.yahoo.com/group/confraria-de-oeiras/message/5462



Domingo, 12 de Abril de 2009
                                                               

 Páscoa : do hebreu Pessach, significa a passagem da escravidão para a liberdade. Para cristãos, passagem da morte para a vida: tempo de abandonar velhos habitos, libertar-se de pensamentos pré concebidos, buscar um sentido real e viável para a vida. 12 de abril de 2009.


Talvez seja este o momento de estabelecer novos propósitos e renasçer para uma vida mais livre! Domingo de Páscoa é último momento da Semana Santa.


Oeiras recebeu a visita de praticamente todos os fihos que visitam a cidade nesta época do ano. Desde a procissão do Bom Jesus dos Passos a cidade já estava lotada. Foram mais de 20 mil pessoas acompanhando a procissão do dia 3 de abril e todas as celebraçõe e rituais acompanhados por multidões de fieis.


 

A pocissão do fogaréu, lindíssima, foi bastante prestigiada. O centro histórico se iluminou numa cor especial pela presença da lua cheia. O número excessivo de vendedores ambulantes, vendedores das tradicionais lampárinas de lâmpada ( lindissimas, por sinal), barracas de lanches e comidas tipicas instaladas em frente ao adro da Matriz e por toda a Praça das Vitórias faziam lembrar o momento de ira de Jesus Cristo em frente ao templo. A quem estava de fora, observando, sentado à beira das calçadas que circundam a praça, vendo de longe sem observar o som, o cenário era lindo. A encenação, entretanto, contraditória e grotesca. O discurso vibrante e comprometido com as causas sociais da igreja, os gritos das crianças jogando na praça, o re-encontro festivo dos primos e aprentes...tudo aquilo parecia, para alguns, cenas de Federico Felini misturadas aos textos do rebelde Federico Andahazi.

Contradições e coisas de Oeiras! Por outro lado, é necessário avaliar por que o aspecto profano tem se intriduzido de forma bastante enfática em meio às fortes tradições religiosas. A cidade, que se orgulha das fortes tradições católicas e o momento de reflexão e consternação vem, a cada ano, misturando os velhos anúncios em carros de som às alturas, os bares e inaugurações festivas e , de forma agressiva, descaracterizando a tradição religiosa que tem vendido a imagem da Capital da Fé por tantos anos.

É natural que os comercantes do setor diversões, hotelaria e alimentação aproveitem a melhor oportunidade de venda em volume no ano inteiro. Afinal, é o momento de maior fluxo de visitantes e turistas na cidade. È aceitável também que nem todos sintam vontade, necessidade nem prazer em se recolher para trabalhar em si as mudanças e passagens propostas pelo cristianismo. Nesta Semana Santa de 2009, parques de diversão (esses já tradição de anos), circos, shows, inaugurações de bares e locais de eventos se misturaram com os festejos religiosos. Programação cultural e festiva podem ser desenvolvidas para oferecer momentos de descontração e lazer, além dos momentos de reflesão e oração.

Certamente muitos discordarão deste posicionamento que é meramente técnico e isento de fanatismos religiosos. Entretanto, é necessário avaliar na hora de se desenvolver o turismo. Há opções de shows culturais, canto, artes visuais, artes cênicas e mesmo festas que se coadunam perfeitamente com o clima reflexivo de Semana Santa, seja para católicos , protestantes, budistas ou ateus. Há locais em todo o Brasil que, desde a quaresma até a festa do Divino Espirito Santo, se promovem festivais de canto, encenações teatrais inclusive várias de porte e grande peso turistico ( como é o caso de nova Jerusalém em Pernambuco, e dos centros de meditação e desenvolvimento espiritual da Chapada Damantina e os retiros protestantes de várias congregações, hotéis à beira-mar por todo o litoral do nordeste...) Isso pode ser avaliado tecnicamente de forma simples.

A cidade de forte potencial turistico precisa se organizar para manter a oferta durante calendário anual, de forma que os negócios que se sustentam com o turismo tenham momentos adequados para seus lançamentos, promoções e shows, de forma que se possa manter também as tradições religiosas que são – há séculos – a representação maior da Primeira Capital do Piaui.

É mais que momento de se definir o calendário turistico de Oeiras: eventos religiosos, eventos profanos e festas barulhentas, festejos regionais, cada um tem público específico e podem conviver harmonicamente, cada um no seu tempo. O desenvolvimento organizado, setorizado e participativo do calendário turistico anual de Oeiras, divulgado em ampla mídia regional e nacional trará, certamente, melhores resultados financeiros aos seus investidores e a imagem da Cidade Colonial, de forte tradição religiosa, será importante elemento de mídia para chamar turistas e acolher os fihos da terra com mais conforto, estabilidade e resultado financeiro, além de eração de emprego e renda permanentes. Os católicos e cristãos poderão aproveitar melhor a parada anual de reflexão em busca da tão sonhada libertação. O desespero pela mão de obra qualificada, abastecimento e organização setorial precisam ser estabilizados através de treinamento e formação profissional em receptivo, hotelaria e gastronomia. Cada setor tem caracteristicas próprias, necessidades especificas, dimensionamento adequado, receitas e despesas que precisam ser corretamente dimensionadas para se estabelecerem com segurança. Todo o receptivo, ree hoteleira e oferta gastronomica precisa se organizar e se fortalecer como importante elemento de desenvolvimento para toda a região. Só organizado o setor crescerá de forma eficiente e eficaz. Devagarinho, com bom senso, sem fanatismo nem desespero, observando o potencial humano e criativo de cada um, Oeiras acontece. Que fé renovada na Semana Santa de a cada cristão e cada cidadão dê forças e renove as esperanças e os desejos, reafirme valores e convicçoes de amor, luz e luta pela liberdade de todos!