sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sinais corporais ... qual a pior marca?


Há anos percebo que os males que atingem ao corpo são reflexo de emoções e perdas emocionais mal resolvidas ( nesta ou em vida anterior). Este artigo fala de males que atingem a tantos que achei importante publicar aqui no nosso espaço a título de alerta.
Talvez o estado de consciência nos ajude a resolver as causas de efeitos nefastos em nossa situação de miséria de condição humana.Será?

As 10 doenças mais estigmatizadas do mundo

O termo “estigma” era usado na Grécia Antiga para designar sinais corporais que desqualificavam o cidadão marcado.
Escravos, criminosos e traidores traziam essas marcas nos corpos, como forma de serem discriminados em locais públicos.
Hoje em dia, apesar de não haver uma marca clara nas pessoas, usamos estigmas para categorizá-las segundo normas dentro de conceitos como “normalidade” e “aceitação social”. Ou seja, nós julgamos as pessoas conforme o que considerados “normal” ou “aceito socialmente”.
Já deu pra perceber o erro inerente a tal julgamento. Ainda assim, muitos doentes, não bastasse o sofrimento com sua doença em si, tem que sofrer com esses estigmas também. Confira:
1 – CÂNCER DE CÓLON

Câncer colorretal é bastante curável se detectado nos estágios iniciais. Porém, como não tem sintomas, ou mesmo que os sintomas apareçam, os pacientes podem ficar constrangidos em falar sobre diarreia e movimentos intestinais anormais com seus médicos, esses tumores acabam crescendo e se tornando mais complicados.
A melhor forma de diagnosticar o câncer de cólon é a detecção precoce, com testes como a colonoscopia. Mas as pessoas não fazem esses tipos de exame; ninguém quer se submeter a tal desconforto, ou constrangimento.
Nesses casos, falar sobre “doenças escondidas” pode ajudar as pessoas a procurar assistência médica. De acordo com um estudo americano de 2003, mais pessoas fizeram colonoscopia depois de um especial que passou na TV que conscientizava de sua importância.
2 – DISFUNÇÃO ERÉTIL
Nem precisamos falar do estigma que envolve a disfunção erétil. Apesar de ter diminuído nos últimos anos, ainda é muito difícil para os homens admitir a disfunção sexual. De acordo com um estudo de 2010, só metade dos homens com disfunção erétil procura tratamento.
Mas todos deveriam procurar, porque a condição tem tratamento e pode ser curada ou remediada.
A impotência atinge até 25 milhões de brasileiros acima dos 18 anos pelo menos uma vez na vida. O número é maior em homens na faixa etária dos 40 anos. Todo ano, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, um milhão de casos são registrados no país.
Só que o Centro de Referência da Saúde do Homem, órgão da Secretaria de Estado da Saúde em São Paulo, por exemplo, só recebe cerca de 300 pacientes com o problema por mês. Mais: eles descobriram que 90% deles são sedentários – a ponto de não fazerem exercício nem de fim de semana – e 40% deles também são fumantes. Se você não quiser procurar tratamento, pelo menos converse com seu médico, porque algumas mudanças no estilo de vida já podem lhe ajudar.
3 – PROBLEMAS “MASCULINOS”
Alguns transtornos femininos vêm com sintomas que desafiam nossas definições culturais da feminilidade. A Síndrome dos Ovários Policísticos, um distúrbio hormonal que pode causar infertilidade e diabetes, é muitas vezes marcada por pelos faciais excessivos. Distúrbios como hiperidrose, ou transpiração excessiva, podem ser estigmatizantes para ambos os sexos.
Mas a desordem vem com bagagem extra para as mulheres. “É uma espécie de ‘característica mais masculina’ do que feminina, por isso é bastante constrangedora”, diz Sophia Wastler, que tem hiperidrose. Porém, a maioria desses problemas tem tratamento e as pessoas perdem mais sofrendo em silêncio do que buscando um médico.
4 – PSORÍASE
A psoríase é uma doença imune crônica que provoca pele escamosa, manchada e/ou rachada. Essas marcas podem ser difíceis de esconder, e muitas vezes constrangedoras para os doentes. Seu embaraço é multiplicado por pessoas que veem a psoríase e se afastam do doente, acreditando equivocadamente que a doença é contagiosa.
Como uma das condições mais estigmatizadas do mundo, afeta bastante a vida dos pacientes. De acordo com uma pesquisa realizada em 2008 pela Fundação Nacional de Psoríase nos EUA, 58% das pessoas com a condição disseram que se sentiam envergonhados, e um terço disse que limitava suas interações sociais e encontros por causa da psoríase.
5 – INTESTINO IRRITÁVEL E INFLAMADO
Qualquer doença relacionada com excreção corporal vem amarrada em algum tipo de estigma. A Síndrome do Intestino Irritável (SII) e a Doença Inflamatória Intestinal (DII) não são exceções. Esse último é um conjunto de síndromes, todas marcadas pela inflamação dos intestinos. O primeiro é marcado por dor intestinal, cólicas e prisão de ventre ou diarreia, mas sem a inflamação.
Em geral, os pacientes com SII se sentem mais estigmatizados. A diferença pode ser porque, sem uma causa clara física, eles podem sentir que a sua doença não é levada tão a sério.
6 – OBESIDADE
O estigma de gordura tornou-se global. De acordo com um estudo de 2011, publicado na revista Current Anthropology, quase não há culturas que não associem a obesidade com preguiça e gula, apesar do fato de que muitas dessas mesmas culturas também veem gordura como um sinal de riqueza.
Muitos do que tem vergonha do excesso de peso dizem que são preocupados com a saúde. Mesmo que seja esse o caso, a vergonha saiu pela culatra, pois pesquisas descobriram que a vergonha e o estigma apressam o declínio físico em pessoas obesas.
7 – LEPRA
Lepra, ou hanseníase, é uma das doenças mais “fantasiadas” na imaginação do público. Alguns dos mitos mais comuns são de que a doença é extremamente contagiosa e de que partes do corpo do doente simplesmente caem.
Aqui cabe um famoso “nada a ver”. Mais de 90% das pessoas que entram em contato com as bactérias que causam a lepra combatem a doença sem sintomas e sem se tornarem contagiosas (embora seres humanos possam pegar a doença por contato próximo com tatus). A doença também é curável com antibióticos. Se o doente não procurar tratamento, pode ser que tenha lesões na pele, mas, não, suas mãos, pés e nariz não vão simplesmente cair. Pesquisadores sugerem que tal lenda nasceu porque a condição pode causar dormência, colocando as pessoas em maior risco de lesões acidentais ou amputação.
Enfim, está na hora de tais crenças absurdas como essa saírem de cena. Muitas vezes apelidada de “doença do estigma” (mesmo “leproso” virou termo proibido, pelo preconceito a ele associado), a lepra foi tratada como sinal de impureza ou pecado por muitos anos, e quem já leu histórias antigas, principalmente bíblicas, sabe que a regra durante séculos foi discriminar os doentes e privá-los do convívio social. Se, por um lado, podemos perdoar nossos antepassados por eles não terem informação, ignorância hoje não é mais desculpa.
8 – CÂNCER DE PULMÃO
Como a obesidade, esse câncer é uma condição que as pessoas tendem a culpar a vítima por ter a doença. A ligação entre fumar cigarros e câncer de pulmão leva as pessoas a acreditar que os que sofrem do câncer “provocaram isso” em si mesmos. Mas, na verdade, milhares de pessoas que nunca fumaram têm câncer de pulmão a cada ano. Além disso, pessoas que fumaram não são menos dignas de tratamento do que as que nunca fumaram: não cabe a nós julgar quem vive e quem morre, não é mesmo? O direito a tratamento médico é previsto em lei para todos os cidadãos.
9 – HPV
O papilomavírus humano (HPV) infecta a pele ou mucosas, muitas vezes de forma assintomática. Ele pode causar verrugas vaginais, e algumas cepas do vírus podem causar câncer cervical em mulheres, o que o torna uma perigosa doença sexualmente transmissível (DST).
Existe até vacina para o vírus, mas é difícil para os governos fazerem campanhas ou a tornarem obrigatória, porque a transmissão da doença é através do contato sexual. Especialistas argumentam que a vacina é mais eficaz antes da pessoa tornar-se sexualmente ativa, mas há quem diga que torná-la obrigatória ou incentivá-la pode estimular os adolescentes a se engajarem em atividade sexual precoce. Ao mesmo tempo, “melhor prevenir do que remediar”, não é mesmo?Tirar um pouco do estigma da doença poderia ajudar na conscientização com responsabilidade.
10 – HIV/AIDS
Dá para enumerar diversos estigmas dessa doença: “doença de gay”, de comportamento promíscuo, de “drogado”, etc. Aparecendo no início dos anos 80 como uma síndrome misteriosa que atingia em sua maioria homens gays, o “comportamento imoral” virou o símbolo da propagação da Aids, que se tornou mais uma daquelas doenças em que “culpamos a vítima”.
De acordo com um estudo de 1999, 52% dos norte-americanos ainda associava HIV com homossexualidade, apesar do fato de que, já naquela época, apenas cerca de um terço dos novos casos de HIV eram de homens gays. Em 2006, um relatório da Kaiser Family Foundation descobriu que o americano fazia uma confusão significativa sobre o HIV: 37% deles acreditavam erroneamente que o HIV podia ser transmitido pelo beijo, enquanto 32% pensavam que poderia se espalhar através de copos compartilhados. Se a população pensa isso, já dá para imaginar como os doentes são vistos/tratados na sociedade.
Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2011, o Brasil teve 608.230 casos registrados de HIV (condição em que a doença já se manifestou), de acordo com o último Boletim Epidemiológico. A morte pela doença tem diminuído, e os casos são apenas ligeiramente mais comuns em homens do que mulheres. Veja outras estáticas e saiba como se prevenir aqui.
O item 9 e 10 dessa lista se referem a doenças sexualmente transmissíveis, mas essas não são as únicas estigmatizadas. No geral, pessoas com esse tipo de doença podem ser vistas como “promíscuas” ou “desleixadas”, percepção em muitos casos errônea, e sempre preconceituosa.
BÔNUS: DEPRESSÃO
Hoje, a depressão não é tão estigmatizada, já que foi bastante estudada e agora é mais bem compreendida.
Só que ainda falta compreensão: muitos casos da doença não são levados a sério, mas precisariam. Existe depressão de todos os níveis, de leve a grave, e nem todos são tratados de acordo.
Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revolveu que, em 2011, o Brasil foi o país com a maior prevalência da doença, com 10,8% da população apresentando o distúrbio mental.
Em 2008, o Suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios mostrou que a depressão é a quinta doença de maior ocorrência no Brasil.
No mundo todo, estima-se que a depressão afete 121 milhões de pessoas. A OMS acredita que em pouco mais de 10 anos, a doença será a segunda mais comum no mundo, chegando ao primeiro lugar em 2030. Ela também será a maior responsável por mortes prematuras e anos produtivos perdidos dado seu potencial incapacitante. Mais: pesquisas indicam que depressão na meia idade leva a um maior risco de desenvolver demência mais tarde (como Alzheimer), além da condição estar ligada a diversas outras doenças e problemas.
É preciso que as pessoas fiquem atentas aos sintomas da condição, para tratá-la de acordo. Remédios e assistência psicológica estão entre os tratamentos mais procurados.[LiveScienceGloboEstadaoAbrilInfoEscola]

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ética e Caráter são características morais, mas Moral e Cívica se aprende sim!


A falta de tempo me impede de conversar mais sobre o tema que me intrigou durante odos os 10 dias de Olimpíadas: a postura nacionalista e patriota fazem - sim - a diferença em qualquer situação de defesa dos interesses nacionais.

Transcrevo aqui um texto bastante esclarecedor que chegou a mim ao acaso.

É óbvia intenção governamental de fortalecer a alienação nas novas gerações de brasileiros. O esfacelamento das instituições públicas de ensino é incontestável.


Pela volta da Educação Moral e Cívica




Há mais ou menos uns 17 ou 19 anos muitas escolas tinham uma grade de horário e de matérias bem diferentes das de hoje em dia, naquela época as escolas públicas ainda ensinavam música aos seus alunos, naquela época não havia aprovação automática, naquela época a escola pública não era a sucata que é hoje e naquela época havia uma matéria que sempre me despertou o interesse, mesmo quando ainda não a estudava, era uma tal de "Educação Moral e Cívica".

Duvido que alguém da minha idade se lembre, mas os mais velhos com certeza lembram. Para quem não sabe, transcreverei um resumo do que se trata a matéria, retirada de um livro da década de 70: "A educação moral e cívica deve harmonizar tradição com progresso, a segurança com desenvolvimento. O civismo deve empolgar os jovens diante dos inúmeros problemas a serem enfrentados e que necessitam de um verdadeiro espírito de civismo, que compreende um diálogo entre os cidadãos de um país e, numa outra dimensão o diálogo entre nações.". Ou seja, a matéria nada mais era um conjunto de normas e condutas que tinha o intuito de formas cidadãos, mas o que mais chamava a atenção é que esta matéria era direcionada a alunos do primeiro grau, atual ensino fundamental.

Para se ter uma idéia, tal matéria abordava diversos assuntos temas como educação, consciência, caráter, virtudes, vida social, direitos e deveres, dentre muitos outros. Revendo um antigo livro da matéria (o livro é da década de 80), logo nas primeira páginas você já é tomado oito páginas onde se resumem perfeitamente os deveres cívicos e morais de qualquer cidadão, ainda há também duas páginas dedicadas a explicar os conceitos de educação, moral e civismo. Vendo o livro mais a fundo pode-se ver que ele vai bem mais a fundo no que se dispõe a formar um cidadão, informando não apenas sobre os deveres do cidadão para com sua pátria, mas também ensinando valores e virtudes como respeito ao próximo, respeito as autoridades, ensinando a importância da educação e do caráter na formação de uma pessoa.

Entoar o Hino Nacional enquanto a bandeira era hasteada, saber de cabeça todas as datas comemorativas importantes, saber os sinais de trânsito, eram coisas simples que se aprendiam com Educação Moral e Cívica, pois até mesmo tínhamos de saber a constituição brasileira, dois exemplos disso são as páginas 113 e 129 do livro que tenho aqui, que respectivamente mostram um trecho da Constituição Brasileira sobre nacionalidade e outro sobre a família, educação e cultura (ver imagens a baixo).











Essa matéria foi abolida do currículo escolar no início da década de 90, se não me engano, e é algo que faz muita falta na formação acadêmica e social das crianças de nosso país. Caso você esteja se questionando do porquê dessa matéria ter sido limada do ensino nacional, a resposta é bem simples; pensem bem, que serventia tem para um governo uma matéria que ensina as pessoas a serem cidadãos, que lhes informa sobre seus direitos e deveres, que lhes ensina amor a pátria? Um cidadão que tem pleno conhecimento de seus direitos e deveres, que ama sua pátria, é um cidadão que questiona, e um cidadão que questiona, não é algo que um governo como tivemos e andamos tendo querem para si, pois um cidadão que questiona é muito perigoso.

Mas há outra questão que deve ser levantada, a simples volta do ensino desta matéria solucionaria os problemas de nosso país? Não, mas a médio prazo teríamos uma mudança significativa. Leve em consideração o seguinte; hoje temos por volta de 12 milhões de crianças matriculadas da 1ª a 4ª série, se essas mesmas crianças começassem a aprender essa matéria já no próximo ano letivo, e seu ensino fosse continuado por todo o primeiro grau, em 8 anos teríamos um número significativo de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, se o ensino fosse ampliado para o 2° grau teríamos então um total de 12 anos contínuos na formação de um cidadão plenamente ciente de seus direitos, e levando em consideração que nessa etapa ele já seria um eleitor, o que veríamos seria uma total mudança em nosso país.

Infelizmente isso não passa de uma mera utopia, pois que governo brasileiro se interessaria em formar cidadãos bem informados? Finalizo esse artigo com uma transcrição do livro "Atividades de Educação Moral e Cívica" de Siqueira e Bertolin da editora IBEP:
"Quem tem cultura enxerga mais longe, descortina novos horizontes. Quem não tem cultura tem visão limitada, limita-se às coisas e atividades do dia-a-dia. Quem tem cultura tem mais senso crítico, maior capacidade de análise das pessoas e das coisas..."

Preciso dizer mais alguma coisa?

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Panis et Circenses


Isenta da síndrome do egocentrismo, reproduzo aqui um comentário que encontrei ao acaso na internet a respeito da Panis et Circences dos Mutantes. O texto enfatiza a genialidade de Rita Lee e analisa a profundidade da letra e o grau de consciência da Rainha do Rock no Brasil.

Em 1968, eu com meus 8 anos de idade nem poderia imaginar que o mundo permaneceria o mesmo em 2012.

As pessoas na sala de jantar...
são ocupadas em nascer...
e morrer...


Panis et Circenses


Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar
Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer




Escrita em 1968, Panis et Circenses foi um hino do movimento tropicalista liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Mais do que um movimento de renovação artística, a Tropicália, como ficou conhecido, se manifesta como um movimento contracultural, questionando os costumes e as tradições de toda a sociedade. A irreverência e o deboche como meios para atingir os seus objetivos foram largamente criticados, tanto pela direita quanto pela esquerda, numa época marcada pela extrema politização das manifestações artísticas em geral.
A música, composta por 03 estrofes e um refrão, teve como arranjador o maestro Rogério Duprat, que conseguiu criar uma salada musical com elementos de diversas escolas e épocas como o Renascentismo, o Modernismo e o Pop, bem como encontrou no estilo escrachado e modernista dos Mutantes a qualificação ideal para sua interpretação, que se tornou antológica.
Panis et Circenses vem do latim e significa Pão e Circo, ou seja, a música faz uma crítica ao tipo de política adotada pelo governo militar para manter a população dócil e alienada: Entretenimento (A televisão, principalmente) e Comida (nos alimentos fornecidos pela “Aliança para o Progresso”, programa criado pelo governo americano com a intenção de angariar simpatia dos povos da América Latina).
Não fugindo à característica irreverente, a obra também faz um deboche em cima dos críticos da Tropicália, e, principalmente, critica os costumes e a alienação da sociedade.
No primeiro verso da primeira estrofe e no último verso da terceira estrofe os artistas se queixam da perseguição que os críticos musicais faziam ao estilo tropicalista (Eu quis cantar minha canção iluminada de sol / As folhas sabem procurar pelo sol e as raízes procurar, procurar).
Os versos restantes das três estrofes são fragmentos de imagens fortes e feitas propositadamente para chocar: (Soltei os panos sobre os mastros no ar / Soltei os tigres e os leões nos quintais / Mandei fazer de puro aço luminoso um punhal / Para matar o meu amor e matei / Às cinco horas na avenida central / Mandei plantar folhas de sonho no jardim do solar).
A intenção de chocar é intencional para justamente tecer a crítica que está contida no refrão ao final de cada estrofe, que é a crítica à alienação das pessoas (Mas as pessoas da sala de jantar / São ocupadas em nascer e morrer).
Ou seja, a despeito do Eu-lírico mostrar estar fazendo coisas absurdas e chocantes nas ruas na intenção de chamar a atenção da sociedade para as mazelas que estavam sendo impostas pelo Status Quo vigente, aquelas pessoas o ignoravam e aceitavam passivamente o pão e o circo que o governo usava como “cala-boca”. Fechavam-se na alienação de seus mundinhos, convencidas de que tudo o que ocorria pelo afora não lhes dizia respeito. Bastava-lhes nascer e morrer.
Comentário by Sérgio Soeiro — 22 de setembro de 2009

terça-feira, 7 de agosto de 2012

DIREITO SOCIAL É DEVER DO ESTADO

Direito é direito mesmo.

Não é favor ou bondade de quem tem o poder, do prefeito, do deputado, do presidente ou do empregador. Qualquer pessoa (ou grupo de pessoas) pode e deve reivindicar os seus direitos, lutar por eles, para que sejam respeitados.

O Art. 6º da Constituição Federal de 1988 estabelece oito direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Uma emenda constitucional no ano 2000 acrescentou a moradia como direito social.
NOSSA DEFESA:

DIREITO SOCIAL É DEVER DO ESTADO.

Então, SE o ESTADO se torna incapaz de prover o que a sociedade tem de direito e delega a função de cumprir esta obrigação a qualquer EMPRESA, ENTIDADE ou INSTITUIÇÃO PRIVADA E LUCRATIVA, toda a arrecadação consequente deste serviço ou produto TEM QUE PROVER RETORNO à SOCIEDADE compatível com o lucro ou benefício adquirido como COMPENSAÇÃO:  CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO.

SAÚDE - que todo hospital ou serviço médico particular reverta 20% de sua arrecadação para hospital, clínica, posto de saúde, serviço ou instituição pública equivalente;
EDUCAÇÃO - que toda ESCOLA ou UNIVERSIDADE PARTICULAR reverta 20% de sua arrecadação ou serviço par ESCOLA OU UNIVERSIDADE PÚBLICA;
SEGURANÇA -  que toda empresa ou prestação de serviço ou segurança reverta 20% de sua arrecadação para defesa e proteção social na mesma forma e proporção;
MORADIA  - que toda empresa de cosntrução ou prestação de serviço reverta 20% de sua receita em benefício de investimentos comunitários e sociais com igual qualidade e proporção .
LAZER - que toda empresa ou prestação de serviço reverta 20% de sua receita em benefício da sociedade e comunidade para preservação da cultura popular e benefícios em esportes e demais atividades lúdicas que promovm qualidade de vida e direito social à diversão e lazer.

A REFORMA AGRÁRIA DO BR. Saudações!!!!


Grilagem de terra no Piauí tem envolvimento de autoridades

05/08/2012
Grilagem de terra no Piauí tem envolvimento de autoridades
A cada dia a problemática da grilagem de terras públicas se agrava ao Sul do Piauí. Para um bom observador fica claro que as autoridades capazes de acabar com o crime não o fazem ou por incompetência ou porque simplesmente ignoram o fato, já que, a princípio,seria fácil resolver o embroglio, pois bastaria que o Instituto de Terra do Piauí-INTERPI promovesse as Ações Discriminatórias - que identificam e separam terras públicas devolutas das particulares.
Do jeito como se comportam, fica evidente que sem a interefência da Ouvidoria Agrária Nacional, os conflitos envolvendo milícias armadas jagunços,  pistoleiros e crimes de morte continuarão da mesma forma como começaram no início da década de oitenta.
A Coordenadora Fundiária do INTERPI, Regina Lourdes, informou que atualmente existem cerca de dez Ações Discriminatórias em curso e admite que para resolver a regularização fundiária do estado seria necessário, no mínimo, em torno de oitenta. Sem contar, segundo ela, com as de ordem individual.
Não precisa aprofundar na questão para entender que existe algumas barganhas envolvendo políticos, empresários, donos de cartórios e, até bem pouco tempo, magistrados que se locupletaram com a grilagem. Em outras palavras, no Cerrado piauiense manda quem tem dinheiro.
Muitos dos comparsas do ex-juiz Carlos Henrique, do município de Parnaguá, por exemplo, continuam atuando na região comercializando terras indevidamente, da mesma maneira como faziam antes de serem presos pela Polícia Federal em 2010.
Regularização indevida
Quem tem boa memória há de se lembrar que também em 2010, o então governador Wellington Dias, autorizou a regularização da grilagem de um milhão de hectares na região de Parnaguá, indevidamente e contrariando pareceres produzidos por procuradores do Interpi.
Na época, o então procurador do órgão, Macário Oliveira, produziu um relatório denunciando o caso e afirmando que empresários paulistas envolvidos no caso, deram como contrapartida altas somas em dinheiro que foi rateado para ajudar a eleger prefeitos em Morro Cabeça no Tempo, Júlio Borges, Alagoinha e ajudar na campanha de outros políticos.
Indignado com o fato, o ex-procurador pediu aposentadoria e divulgou um relatório detalhado como ocorreu a grilagem. “ O grupo Ralf Nassar se apoderou das fazendas Faveira com 6.936 hectares, Tamboril com 3.496 hectares, Canabrava com 3.890 hectares, Angico com 5.532 hectares, Timburi com 2.255 hectares, Pajeú com 2.484 hectares, Aroeira com 3.320 hectares, Bugreiro com 9.231 hectares e fazenda Mucuri com 3.777 hectares”, registrou.
Segundo Macário, essas terra foram registradas com a conivência dos cartórios de Parnaguá e Júlio Borges e protegidas pelo o governador Wellington Dias, em um único dia.
Lei para tentar regularizar grilagem
Também no governo Wellington Dias, a Assembléia Legislativa aprovou a chamada Lei de Regularização dos Cerrados, que já nasceu inconstitucional por diversas razões, entre elas, a posição claro que o patrimônio público fica a disposição do INTERPI e Procuradoria Geral do Estado.
Em relação a usurpação de milhares de hectares comercializados pela Campanha de Desenvolvimento do Piauí-COMDEPI, e pelo o INTERPI no passado,indevidamente, ficou resolvido na Lei da seguinte forma, no :
artigo 4°:
“para promover a regularização fundiária da região do Cerrado Piauiense, fica o Poder Executivo autorizado a adotar as seguintes medidas”. Entre as medidas, a do Inciso IV diz: “convalidação dos títulos emitidos de forma equivocada e/ou sem autorização legislativa pela Companhia de Desenvolvimento do Piauí-COMDEPI ou pelo Instituto de Terras do Piauí-INTERPI com o devido pagamento prévio do saldo devedor remanescente”. Mais na frente, no Art. 6° diz: “Os atos administrativos necessários à regularização fundiária de que trata esta Lei são de competência do INTERPI”.
Ou seja, todas as áreas adquiridas através da COMDEPI e INTERPI de forma ilegal no passado, passaram a ser legal desde que o grileiro pague o estipulado pela Lei, e ainda com 80% de abatimento do valor estipulado pelo o mercado imobiliário. Para arrematar a boa vontade do governo para com os empresários, foi permitido a regularização das propriedades acima de 2.500 hectares, contrariando a Constituição Brasileira e seguindo uma determinação do INTERPI e COMDEPI que no passado fixou limites de 3 mil hectares e 25 mil transferências de terras públicas para pessoas físicas e jurídicas.

Vara Agrária –TJ faz sua parte

Os fatos escandalosos da lapidação das terras do estado, levou o Tribunal de Justiça do Estado, agilizar a instalação de uma Vara Agrária, concretizada somente no início desde ano no município de Bom Jesus, como tamabém a realizar correição nos cartórios de registros na região que resultou na anulação de mais de 700 mil hectares de terras que estavam em mãos de grileiros.
Segundo o juiz Agrário, Eliomar Rios, o trabalho vai continuar embora confesse que a Vara ainda funciona com precaridade devido a falta de estrutura física e de pessoal. Ele acrescentou que, de qualquer forma a Justiça já começou a fazer a sua parte, porém, pouco vai adiantar se Estado não promover as Ações Discriminatórios, considerada fundamental para conclusão do trabalho.

Comdepi vendia terras com escrituras falsas

No mesmo período de 2010, o jornal Diário do Povo publicou uma reportagem denunciando que a Comdepi (Companhia de Desenvolvimento do Piauí) vendia terras com escrituras falsas para o empresário paulista Leandro Rosa, que depois se apossava das áreas negociadas.

Segundo o jornal, foram mais de 30 mil hectares negociados com Leandro nos municípios de Baixa Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves. As áreas tinham escrituras falsas e se tratavam de imóveis registrados no cartório do 6º Ofício, em Teresina. Um parecer de procuradores do Interpi (Instituto de Terras do Piauí) apresenta provas dos crimes cometidos com as terras do Estado envolvendo os dois órgãos Comdepi e Interpi. As denuncias estão no processo nº671/2004.

Os procuradores pediram abertura de inquérito policial, por condutas criminosas envolvendo funcionários do Interpi, Comdepi e cartórios. Os crimes são de estelionato, formação de quadrilha, falsificação de documento público e uso de documento falso. O parecer foi engavetado. O grupo Leandro Rosa representava Leandro Rosa Júnior, Arly Vianna Peres, Pirineus Comercial e Incorporadora Ltda., Star Shopping Ltda. Rosilene Costa da Silva e Planaltina Shopping Ltda. Na compra de fazendas nos dois municípios com escrituras lavradas em 1984. No entanto, nenhum dos mencionados adquiriu terras do patrimônio da Comdepi, apesar de estarem na posse de terras que eram do Estado.



Grilagem foi denunciada no Congresso Nacional

A nova Lei Ordinária n° 5.966 de 13 de janeiro de 2010, que dispõe sobre a regularização fundiária do Cerrado Piauiense, é uma das mais traiçoeiras já editadas pelo Governo contra o seu povo. Além de ilegal do ponto de vista jurídica, é imoral, pois foi feita somente para beneficiar os empresários do agronegócio que desde a década de 80, com ajuda de políticos mau-caráter, funcionários públicos do Instituto de Terras do Piauí-INTERPI  e  Companhia de Desenvolvimento do Piauí-COMDEPI, além de servidores do Judiciário, surrupiaram as terras públicas, patrimônio  exclusivo  da sociedade piauiense.
A lei foi sancionada nos últimos dias de mandato do ex-governador Wellington Dias e, mais recentemente,  em 23 de Junho último, o governador Wilson Martins, demonstrando também todo o seu apreço aos “desbravadores do cerrado”, concedeu mais um ano para que os empresários grileiros que ainda não tenham regularizado as terras públicas os façam com calma. Tudo com o aval dos nobres deputados que no discurso costumam dizer que trabalham em prol da população.
Embora tenha tentado mascarar o real objetivo da Lei, não precisa ser jurista para entender a malícia dos autores quando no artigo 4° diz:  “para promover a regularização fundiária da região do Cerrado Piauiense, fica o Poder Executivo autorizado a adotar as seguintes medidas”. Entre as medidas, a do Inciso IV diz: “convalidação dos títulos emitidos de forma equivocada e/ou sem autorização legislativa pela Companhia de Desenvolvimento do Piauí-COMDEPI ou pelo Instituto de Terras do Piauí-INTERPI com o devido pagamento prévio do saldo devedor remanescente”. Mais na frente, no Art. 6° diz: “Os atos administrativos necessários à regularização fundiária de que trata esta Lei são de competência do INTERPI”.
Ou seja, todas as áreas adquiridas através da COMDEPI e INTERPI de forma ilegal no passado, agora passam a ser legal desde que o grileiro pague o estipulado pela Lei, com 80% de abatimento do valor estipulado pelo o mercado imobiliário. E mais, permite que esses homens regularizem propriedades acima de 2.500 hectares, contrariando a Constituição Brasileira e seguindo uma determinação do INTERPI e COMDEPI que no passado fixou limites de 3 mil hectares e 25 mil transferências de terras públicas para pessoas físicas e jurídicas.
Apesar das irregularidades parece impossível barrar a nova Lei, primeiro porque só quem pode questioná-la são os próprios deputados que aprovaram, o governador, a Justiça e o Ministério Público. Desde o princípio, a história da ocupação dos imóveis públicos rurais do Piauí, envolve uma série de crimes.
Ocupação criminosa
O golpe para vender as terras públicas do Estado foi feito de forma bem planejada e envolveu políticos, empresários, funcionários públicos do Estado e do Judiciário e tinha como objetivo principal o financiamento de campanha políticas além de maior enriquecimento da classe empresarial do agronegócio. Essa gente conseguiu terras porque tanto o INTERPI quanto a COMDEPI realizaram uma anti-reforma agrária, permitindo a disseminação de novos latifúndios de empresas rurais, quando deveriam sim,  terem doado aos excluídos sociais módulos rurais.
As autoridades que a época  permitiram a ocupação das terras públicas devolutas por especuladores agiram de forma pensada, somente para arrecadar dinheiro, uma vez que viabilizaram as vendas por preços abaixo do praticado no mercado imobiliário e a maioria dos compradores não fez qualquer investimento nas áreas. Nesse mesmo período, embora o Estado tivesse ainda um expressivo patrimônio de terras, colocou em prática um projeto de desenvolvimento rural integrado-PDRIs, que consistia em comprar terras imprestáveis para a prática agrícola por preço acima do praticado no mercado e viabilizasse investimentos milionários para correção de solo, estrutura de recursos hídricos. Sem contar que oficialmente compravam  um montante e disponibilizavam outro. A exemplo da fazenda Coité, em Esperantina, cuja área constante era de 8.5000 hectares e área identificada de apenas 7.787.39 hectares.
Outro crime que deixaram pistas diz respeito a falta de pagamento do Imposto Territorial Rural-ITR, das terras vendidas pelo o INTERPI e COMDEPI ou mesmo falta de cadastramento.

Sem adentrar no mérito de qualquer caso concreto, até mesmo para manter a parcialidade que tanto prezo, volto a abordar aqui um pouco da estrutura fundiária do Estado do Piauí.
 A grilagem de terras no Piauí ganhou destaque depois da Operação Mercadores. Aqui mesmo no PortalAZ muitos foram os comentários a respeito da situação dos municípios de Ribeiro Gonçalves e Baixa Grande do Ribeiro, inclusive com repercussão na Assembléia Legislativa.
Pois bem, de maneira geral, importante que todos saibam que o hoje denominado município de Baixa Grande do Ribeiro fazia parte de Ribeiro Gonçalves até o início da década de 90. Antes disso, porém, através da necessária autorização do Senado Federal (nº 36/1975), o Estado do Piauí incorporou ao patrimônio da antiga Companhia de Desenvolvimento do Estado do Piauí uma gleba de terras naquela região onde, mais tarde, viria a ser Baixa Grande do Ribeiro.
Matriculada originalmente sob o nº 254, parte dessa gleba fora doada para a União, sendo estabelecida ali a Estação Ecológica de Uruçuí-Una (Decreto nº 86.061/81), cuja administração (hoje) é exercida pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade.
Ainda na década de 80, a COMDEPI passou a dividir e alienar aquela gleba maior incorporada ao seu patrimônio. Foi o início da exploração da região dos cerrados em Ribeiro Gonçalves/Baixa Grande do Ribeiro.
Naquela época, os projetos de caju tiveram, também, um forte incentivo de programas do Governo Federal, mas poucos vingaram, em razão das adversidades climáticas. Somente em meados da década de 90 foi que a produção de soja/arroz em grande escala teve início naquela região.
Produtores do Sul do Brasil começaram a empregar as mais modernas técnicas para produção de grãos no Piauí. A topografia, a fácil correção do solo e as chuvas regulares ajudaram e impulsionaram o cultivo na região, tornando-a uma das últimas fronteiras agrícolas do país.
Junto com esse desenvolvimento surgiram os interessados em ganhar “dinheiro fácil”, advindo, a partir daí, a famosa grilagem de terras na citada região.
Uma ressalva, entretanto, merece ser feita. Não podemos confundir a deficiência na estrutura fundiária do Estado com a grilagem de terras. Explico. Muitos imóveis naquela região têm a origem de sua cadeia dominial em ações de demarcação e divisão de datas e não na COMDEPI. Isso, por si só, não é motivo para reconhecer tal imóvel como sendo grilado, mas, a princípio, deve ser regularizado.
 A grilagem diferencia-se por utilizar-se de meio ardil para obter o imóvel. O exemplo mais comum é a fabricação de títulos e seu envelhecimento, de maneira a dar a falsa impressão de que aquele domínio é regular e antigo (a propósito, a “técnica” que era utilizada consistia em guardar os documentos em caixas com grilos, o que, com o tempo, dava ao suposto título de domínio aspecto antigo, sendo essa a origem do termo “grilagem”).
 O cerne da questão suscitada mais recentemente pelos jornais e pelo PortalAZ diz respeito a títulos expedidos pelo INTERPI em sobreposição aos imóveis anteriormente alienados pela COMDEPI. Não vamos aqui abordar o sentido da Lei Estadual que visa incentivar a agricultura familiar (em área de chapada?) e a utilização de “associações” para mascarar a verdadeira intenção dos interessados. 
O ponto principal diz respeito à competência (sentido legal do termo) para expedir títulos de domínio naquele município de Baixa Grande do Ribeiro. Ora, como dito anteriormente, aquele imóvel originalmente matriculado sob o nº 254 não é mais de propriedade do Estado do Piauí. Há mais de 30 anos ele foi incorporado ao patrimônio da COMDEPI, pessoa jurídica distinta, que não se confunde com o Estado do Piauí.
Após a incorporação (inclusive com o efetivo registro no Cartório de Registro de Imóveis), o Instituto de Terras do Piauí – INTERPI foi criado. Sua função é a gestão do patrimônio fundiário do Piauí. Repito, do Piauí e não da COMDEPI.
A confusão (às vezes proposital) feita por alguns é de que, supostamente, o INTERPI assumiria a gestão daqueles imóveis da COMDEPI. Essa interpretação não merece prosperar, absolutamente! 
Não há como confundir o patrimônio fundiário do Estado com o da COMDEPI. Aliás, a ignorância nesse aspecto é tamanha que pessoas de elevada monta já afirmaram que a Companhia não tem e nunca teve imóvel no Piauí!
 Vê-se, pois, que a insegurança fundiária no Estado do Piauí vai além da grilagem de terras (no sentido de falseamento documental), acaba por abarcar as interpretações estrábicas da legislação estadual causando conflito de competência entre COMDEPI e INTERPI, prejudicando aqueles que adquiriram imóveis cuja origem seja reconhecida pela Companhia de Desenvolvimento.
 Essa insegurança fundiária acaba por afastar os investidores sérios. Esperemos, assim, uma solução definitiva da caótica situação fundiária, o que, entretanto (e infelizmente), não veio e não virá só com a Lei de Regularização Fundiária (5.966/2010), ao contrário, a possibilidade de algumas convalidações, flagrantemente ilegais, dão conta de que o problema continuará e, pior, aumentará.

Segundo o procurador do INTERPI, o juiz Osório Bastos, que respondia pela comarca de Parnaguá, deu dez decisões, num único dia, favoráveis a venda de terras do Estado para empresário Ralf Nassar, do grupo Agropecuária Guatambu Ltda, que também responde pela empresa Rema, Resina e Madeira Ltda, e pelos supermercados Mambo Ltda. As sentenças foram para retificação de área que equivale a mais de 1 milhão de hectares de terras.

O grupo de Ralf Nassar se apoderou de fazendas no cerrado como: a fazenda Faveira com 6.936 hectares, fazenda Tamboril com 3.496 hectares, fazenda Canabrava com 3.890 hectares, fazenda Angico com 5.532 hectares, fazenda Timburi com 2.255 hectares, fazenda Pajeú com 2.4848 hectares, fazenda Aroeira com 3.320 hectares, fazenda Bugreiro com 9.231 hectares e fazenda Mucuri com 3.777 hectares. Segundo consta nos documentos de registro de imóveis, todas estas fazendas entre os municípios de Parnaguá e Júlio Borges, foram compradas de uma família de Barreira, na Bahia.

O procurador Macário Oliveira, em seu parecer, as compras foram irregulares e as terras são do Estado, portanto, foram griladas e registradas com a conivência do cartório.

"Eu pedi no parecer a nulidade da negociação, alegando que havia irregularidades na transação. O parecer foi apresentado ao presidente do INTERPI, que levou ao governador do Estado, e foi descartado. O negócio foi concretizado", comentou.

Macário Oliveira informou que no município de Monte Alegre, o então prefeito Amando Gomes da Silva, comprou 3,5 mil hectares de terras e se apoderou de 13 mil hectares, incluindo as terras do Estado. Depois ele vendeu a área para um grupo empresarial de São Paulo e os documentos foram regularizados. "Para isso, precisa de participação de várias personalidades no sentido de legalizar uma área dessas", advertiu o procurador.

Ele disse que são utilizadas várias formas para regularizar e vender as terras públicas. Para isso, envolve crimes como falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, dentre outros. "Falsificaram até certidão de nascimento e de óbito para tentar validar as negociações com essas terras que são griladas há anos", emendou.

Ele informou ainda que no município de Morro Cabeça no Tempo foram vendidas 29 fazendas para um grupo empresarial explorar carvoarias, mas as terras não estavam todas legalizadas. O procurador do INTERPI, Macário Oliveira, também é professor de Direito Agrário da Universidade Federal do Piauí, e está finalizando o livro Grilagem em Terras do Piauí, onde conta todos esses casos, com riqueza de detalhes e cópia de documentos. A edição do livro é financiada pela Fundação Rio Parnaíba. (Tânia Martins)

Nos limites da terra

 
A história do ambientalista Lester Brown, fundador do instituto Earth Policy, em Washington, e ex-analista da Secretaria de Agricultura do governo americano, começa numa pequena fazenda no sul de New Jersey, onde ele plantava tomates. Hoje com 77 anos, Brown ainda se orgulha de como aos 17 começou com o irmão mais novo, Carl, de 14, o cultivo que produziria 700 t de tomate numa safra particularmente boa em 1958. "Foi uma adolescência bem divertida", lembra o economista, um dos responsáveis pela popularização da ideia de desenvolvimento sustentável nos Estados Unidos.


A reportagem e a entrevista é de Carolina Rossetti e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 23-10-2011.

Em 1974, Lester Brown fundou o Worldwatch Institute, primeiro centro de pesquisa do mundo dedicado a questões ambientais, do qual foi presidente por 26 anos. Estudioso de segurança alimentar, mudanças climáticas e energia renovável, ele foi eleito pela revista Foreign Policy um dos pensadores mais importantes de 2010. Na semana do Dia Mundial da Alimentação das Nações Unidas, segunda-feira, Brown falou sobre seu "plano B" para evitar um colapso dos recursos naturais do planeta

Parte do plano consiste em maneiras sustentáveis para dar de comer a 8 bilhões de pessoas em 2050. "Só hoje à noite teremos mais 219 mil pessoas no jantar", preocupa-se. "Os fazendeiros não estão dando conta dessa demanda, pressionados pelas mudanças do clima e a falta de água para irrigação. Neste ano esperávamos uma melhora, mas de novo os estoques de grãos estão baixos e os preços, altos. A escassez pode ser o novo normal."

Com um livro publicado no começo do ano, World on the Edge, pela editora W. W. Norton & Company, elogiado pelo ex-presidente Bill Clinton ("Devemos prestar atenção aos conselhos de Lester Brown"), o economista já trabalha em outros dois: um estudo sobre energias renováveis e uma autobiografia com lições tiradas da fazenda em New Jersey, onde os tomates deram lugar à soja, "para alimentar os chineses".

A geopolítica da escassez

"No final de 2007 e início de 2008, a provisão de alimentos estava apertada e os preços dos grãos subiram drasticamente. Alguns dos principais produtores reduziram as exportações para manter o custo nacional sob controle. Rússia e Argentina, grandes exportadores de trigo, restringiram as vendas; Vietnã, o segundo maior exportador de arroz, proibiu a exportação por meses. Muitos países que dependem da importação de alimentos perceberam que não podem mais contar com o mercado. Foi então que, em 2008, Arábia Saudita, China, Coreia do Sul, começaram a comprar ou arrendar terra em outros países, particularmente na África, mas também na América Latina e Sudeste da Ásia, a fim de produzir alimentos para si. Os principais destinos de compra foram Etiópia e Sudão, onde milhões de pessoas são sustentadas com comida do Programa Mundial de Alimentos da ONU. A competição por terra e água em nível internacional é uma manifestação precoce da nova geopolítica da escassez. Essa não parece ser uma situação temporária, mas uma que pode se prolongar indefinidamente. No ano passado, depois da onda de calor na Rússia houve uma grande redução da colheita de grãos e os preços dispararam de novo. Em 2011, estávamos com a expectativa de restabelecer os estoques. Como os preços estavam altos na época do plantio, produtores plantaram mais e usaram mais fertilizantes que no ano anterior. Ainda assim, não conseguiram dar conta da demanda e os estoques de grãos continuam e o baixos e os preços, altos. Estamos mais vulneráveis a mudanças climáticas e ao impacto de desastres naturais sobre as plantações. Nessa situação instável, um novo mecanismo para estabilizar os preços de grãos é necessário. Talvez algo como um Banco Mundial de Alimentos, que poderia garantir alguma estabilidade. Seria uma reserva internacional de grãos, para regulamentar o sobe e desce dos preços dos alimentos. Um órgão independente, multilateral, com representantes dos países produtores e exportadores de alimentos. É uma ideia.

Alimentando 8 bilhões

"Durante a maior parte do último meio século, os Estados Unidos tiveram um superávit de grãos e a Secretaria de Agricultura pagava aos produtores para que não plantassem em toda a extensão de suas propriedades. A quantidade de hectares posta de lado era ajustada todo ano de acordo com o mercado. Se uma monção na Índia ou uma seca na antiga União Soviética forçasse a subida do preço de grãos, os americanos retomavam o cultivo das terras em stand-by e a situação se estabilizava. Mas agora produzimos no limite da capacidade. Não há mais terra fértil ociosa e desocupada nos Estados Unidos. Perdemos a margem de segurança na economia mundial de alimentos. Não há mais jeito fácil de aumentar a produção quando os estoques encolhem. Os fazendeiros não estão dando conta da demanda, pressionados ainda pelas mudanças no clima e a falta de água para irrigação. São 80 milhões de pessoas a mais por ano no mundo, o que significa que só hoje à noite precisamos abrir espaço para 219 mil pessoas na mesa de jantar. Em 2050, serão 8 bilhões, segundo a ONU. Além do crescimento populacional, muita gente, particularmente na China, está tentando subir na cadeia alimentar e consumir mais grãos, carne, ovos e leite. Esse cenário, em que nunca temos o suficiente e o preço dos alimentos é flutuante, mas com uma tendência de alta, pode se tornar crônico. A escassez então seria o novo normal. Isso pressionará ainda mais as família de baixa renda, que hoje já gastam de 50% a 70% de seu dinheiro em comida. Nas décadas finais do século passado o número de pessoas com fome estava em declínio, caindo para o patamar de 825 milhões na virada do século. Mas no início do século 21, com o aumento do preço dos alimentos e a escassez nos celeiros do mundo, a fome voltou a crescer, atingindo hoje o desastroso recorde de 1 bilhão de pessoas.

Índia e China, bolhas de 'overpumping'

"Os países em situação mais preocupante são Índia e China. Em breve a Índia sofrerá uma queda na produção de alimentos. Segundo o Banco Mundial, 175 milhões de indianos (e 130 milhões de chineses) dependem de grãos produzidos com overpumping, a superexploração dos lençóis freáticos responsável por uma bolha de produção de alimentos que explodirá quando os aquíferos se esgotarem. A produção vai cair ao nível sustentável de acordo com a capacidade hídrica da Índia, que é inferior ao necessário para alimentar 1,1 bilhão de pessoas. O que a China está tentando, desesperadamente, é se manter mais ou menos autossuficiente na produção de grãos, com sacrifício da produção de soja e investimento em outros cultivos. Por ano, os chineses consomem 70 milhões de toneladas de soja - não só como tofu, mas principalmente como ração de aves e porcos - e só produzem 14 milhões. Por isso em quase todo o Ocidente planta-se mais soja que trigo ou milho. No Brasil, a produção de soja é maior que a de todos os outros grãos juntos. Nos Estados Unidos temos mais soja que trigo. Na Argentina a situação é ainda pior e a proporção chega ao dobro em relação aos demais grãos. O país virou praticamente uma monocultura de soja. E como é difícil aumentar o rendimento da produção de soja por hectare, só conseguimos mais soja ampliando a área de plantio.

Trabalhando a terra

"Nos países com agricultura avançada os fazendeiros estão alcançando os cientistas. Vemos isso na produção de arroz no Japão, um dos primeiros países a conseguir um aumento sustentável da produtividade de grãos. Depois de subir por um século, o rendimento por hectare de arroz no Japão não tem aumentado há 16 anos. Atingiu-se o limite. Na China o rendimento de grãos aumentou, mas podemos esperar um nivelamento similar ao Japão. O mesmo se dá na França, Inglaterra e Alemanha: o plantio de trigo também chegou ao limite da eficiência fotossintética. Mas hoje a palavra-chave é água. O mundo até que foi bem-sucedido em aumentar a produtividade da terra. De 1950 a 2010 triplicamos o rendimento de grãos por hectare, mas fizemos muito pouco para otimizar o uso de água.

Conselho a José Graziano, da FAO

"A FAO não é um braço forte das Nações Unidas e não tem um papel proeminente na economia mundial de alimentos como, por exemplo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem no controle de doenças infecciosas. A FAO produz relatórios. Uma das coisas que José Graziano (brasileiro que será o próximo diretor da FAO a partir de 2012) precisa fazer é investir na educação e informar o mundo sobre o momento que vive a agricultura mundial, para mostrar como a água está escassa e como isso logo poderá se traduzir em escassez de comida. Ele precisa também focar na questão populacional. Há uma tradição de a FAO nunca mencionar a necessidade de mudança rápida para famílias menos numerosas, até porque isso aumenta o orçamento de outra agência e não o dela. Mas precisamos dar particular atenção aos 215 milhões de mulheres do Sul da Índia e África Subsaariana que não têm acesso a nenhum tipo de planejamento familiar. Graziano precisa falar sobre a relação entre mudanças climáticas e segurança alimentar. As decisões tomadas nos ministérios de energia têm mais efeito sobre o futuro da segurança alimentar do planeta que as tomadas nos ministérios de agricultura. Nos Estados Unidos, por exemplo, 124 milhões dos 400 milhões de toneladas de grãos produzidas foram para as destilarias de etanol em 2010. É uma situação totalmente nova. Quem está no topo da FAO terá responsabilidade de trabalhar com os ministérios de energia, transporte, meio ambiente e recursos hídricos, não só os da agricultura. Uma abordagem estreita e tradicional do dilema da segurança alimentar do mundo pode ser, neste momento, desastrosa.

Controlando as porções

"Em paralelo a tudo isso que discutimos, há importantes revoluções alimentares acontecendo no mundo em âmbito local. A pressão por produtos mais frescos, saborosos, nutritivos e saudáveis está crescendo. A produção local de alimentos ganha atenção nos Estados Unidos. Soluções como as hortas urbanas e as feiras de pequenos produtores estão, felizmente, se expandindo há anos. Tem gente que brinca que, com o aumento do preço do petróleo, as enormes saladas ceasar estão com os dias contados aqui na costa leste dos EUA, pois a alface vem da Califórnia e vai chegar o dia em que essa viagem se tornará cara demais. Em parte isso é verdade. Outro ponto importante é a questão do desperdício. Há meio século falamos sobre a necessidade de reduzi-lo. Sabe-se que grande parte do desperdício de alimentos se dá na estocagem por causa de celeiros ruins, sujeitos a chuva e insetos. Mas há outras formas de desperdício. Os restaurantes americanos servem pratos enormes como se ainda fôssemos uma nação de trabalhadores braçais, quando, na verdade, somos um país de funcionários de escritório. Ou o excedente vai para o lixo ou a pessoa come mais do que precisa, o que é também uma forma de desperdício. E aí temos outro grave problema que atinge tanto países desenvolvidos quanto subdesenvolvidos: a obesidade.
 
Compartilhado do Instituto Humanias Unisinos

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Longe do voto consciente

Re-postando . . .
tudo igual!!! : (

A Justiça Eleitoral entra sempre nas campanhas em período eleitoral. Ela tem espaço gratuito na mídia para passar informações sobre as eleições. Entretanto, costuma confundir informação com apoio ao processo eleitoral e sempre passa a fazer propaganda da eleição. Sim, propaganda do pleito. Ao invés de informar a ordem de votar, por exemplo, de quem teria direito a votar e de quem estaria proibido, a Justiça reforça a tese, absurda e distorcida, de que cidadania se exerce com o simples ato de apertar botão colorido no dia da eleição. Trata-se do coroamento de uma confusão entre cidadania na sua plenitude e um de seus componentes, que é o ato isolado e obrigatório de votar.
A escolha do candidato à presidência da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB para a eleição de 2006 demonstrou cristalinamente que o cidadão não tem nenhuma participação no processo de escolha dos candidatos. Um jantar com três caciques, Fernando Henrique, Aécio Neves e Tasso Jereissati foi a representação legítima de todos os filiados. Procedimento dessa natureza nas escolhas de todos as agremiações partidárias.
No Brasil o faz, desfaz, faz o mesmo novamente serve exatamente para os caudilhos políticos perpetuarem-se no poder. Trata-se de conduta abrangente e generalizada que tem o propósito de eternizar alguns grupos ou clãs políticos. Exemplo desse tipo de mudança irrelevante foi o período do mandato presidencial, ora seis, ora quatro, ou cinco anos. E também o instituto da reeleição, que há quinze anos era considerada pela quase unanimidade como a salvação da política nacional. Diziam que um mandato era pouco, com definição de cada ano. O primeiro para tomar pé da situação, o segundo para aprovar alguns projetos, o terceiro para constatar que não poderia realizar o que prometera e o último para sair.
Quanto à tese de que o voto é o trunfo maior da democracia, em 1986, foi feito um trabalho na escola sobre a relevância de votar na eleição para os governos estaduais. Minha parte seria demonstrar a importância do voto. Foi o melhor.
Escolhi diferentes cobras de plástico e a cada serpente atribuí o nome de um candidato ao governo de São Paulo. Com elas fiz um círculo sem nenhuma brecha. No centro, coloquei um sapo que representava o eleitor. O dia da eleição significava o dia que esse sapo sairia do círculo. Ou seja, escolheria por qual cobra seria picado. Morreria de qualquer jeito, apenas teria o direito de escolher com qual veneno. A cascavel foi eleita. Era o Quércia.
Nunca a roubalheira foi um mecanismo de política como de uns anos para cá. Os sanguessugas, a máfia das ambulâncias, a corriola de todas as autoridades de Rondônia, o mensalão, José Arruda, e agora a Delta, Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres são parcos exemplos. De tão generalizada, parece escapar apenas o político não alcançado pelas escutas telefônicas ou pelas filmadoras.
Numa das eleições, a Justiça Eleitoral se arrogou ao direito chamar o eleitor de patrão. Que patrão! Patrão escolhe livremente seus empregados. Se o voto fosse facultativo, não haveria reparo nessa comparação, desde que a Instituição dissesse que o direito de votar era proporcional ao de não votar. Além de distorção da função, na escolha de políticos a cautela devida seria sempre recomendável. E a Justiça Eleitoral não deveria engrossar a onda geral de dar um valor que o voto isolado definitivamente não tem, principalmente porque o eleitor não tem nenhuma influência nem participação na escolha dos candidatos. Essa farsa não merece guarida da Justiça Eleitoral. Com essa forma de participação política, o voto vale tanto para a democracia quanto o sapo para a fome da cobra.
Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP        
  Bacharel em direito