quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Cordel do Ano Novo


Queridos amigos e visitantes. Este espaço tem sido nosso melhor meio de expressão.
Agradeço a todos pela companhia carinhosa.
Que sejamos MAIS no novo ano!
Compartilho com vocês esta mensagem que acabo de receber do Sam.
Meu carinho a cada um!















Cordel do Ano Novo



Festival do Ano-Novo
Desde a antiguidade...
Na velha Mesopotâmia:
Foi grande festividade...
Nos meus tempos de criança:
Festejei a novidade...


2.000 a.C:
Começou o Festival...
Na antiga Babilônia:
Foi festa primordial...
Equinócio da primavera:
Lua Nova magistral...


Festejava-se em março:
Era festa de primeira...
O povo aproveitava:
Sacudia a pasmaceira...
Saudava o Sol nacente:
Depois da noite festeira...


A 23 de setembro:
Ano-Novo celebrado...
Pérsia, Assíria, Fenícia:
No Egito... Sol adorado...
Na Grécia em dezembro:
Era bem comemorado...


Na Roma antiga o festejo:
No mês de março era dado...
Depois passou a janeiro:
Por ser Jano cultuado...
Há muito tempo o Ano-Novo:
Pelo povo é celebrado...


Em 153 a.C:
O ano-novo romano...
A festa consolidou-se:
No calendário juliano...
Dia 1º de janeiro:
Calendar gregoriano...


Em 25 de Março:
Era o ano festejado...
Chegava a primavera:
No mundo do outro lado
Até 1º de Abril:
Novo ano cultuado...


Gregório XIII instituiu:
O 1º de Janeiro...
Hoje é comemorado:
No Ocidente inteiro...
Até mesmo no Oriente:
Já é ato costumeiro...


Mudou-se o calendário:
O povo festeja a mil...
Resquício da tradição:
O 1º de Abril...
É o Dia da Mentira:
Na Europa e no Brasil...


Na noite de São Silvestre:
O povo fica acordado...
Para a virada do ano;
É preciso estar ligado...
Nessa noite não se dorme:
É costume consagrado...


O Ano Novo chinês:
É móvel no calendário...
Em janeiro ou fevereiro:
Li no Perpétuo Lunário...
Luzes...Pirotecnia:
Fluem do vocabulário...


A 19 de março:
Do calendário atual...
Ano-Novo esotérico:
De cunho espiritual...
Resgata a tradição:
Do tempo imemorial...


Hégira... Rosh Hashaná:
Buda...Moisés...Maomé...
Cristo Jesus em Belém:
Menino de Nazaré...
Harmonia para Gaza:
Menos bomba, mais café...



Pé de porco e lentilha:
Gritar, correr e dançar...
Bombons, balas e doces:
Festejos a beira mar...
Oferendas para os santos:
Fogos explodem no ar...


Pra você tudo de bom:
Saúde...Felicidade...
Novo ano de harmonia:
Luz...Solidariedade...
Paz...Amor e Alegria:
Sucesso...Fraternidade...


Espantem os maus espíritos:
Chega de insanidade...
Viva-se a comunhão:
Basta à barbaridade...
É hora de união:
Paz, amor e liberdade...


Fogos e oferendas:
E gritos de alegria...
Chega de guerra e terror:
Fome, ódio, hipocrisia...
Paz e amor para todos:
Saúde e sabedoria...


Belos fogos de artifício,
Abraços e buzinada...
Sonhos e esperança:
Nossa alma renovada...
Pelo fim da violência:
Paz e amor na jornada...


Abraçe, beije, comemore:
Faça a renovação...
Troque a roupa, os lençois:
Alivie a tensão...
Sorria e se ilumine:
Faça uma boa ação...


10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1:
A contagem regressiva...
Um adeus ao ano velho:
Viva a vida progressiva...
Sem guerras e atormentos:
Consciência reflexiva...


Um Ano-Novo de luz:
O novo sol vai brilhar...
Que tudo se concretize:
Possa tudo melhorar
Multiverse o dia-a-dia:
O novo ano vai raiar...

Feliz Ano-Novo...

Gustavo Dourado
www.gustavodourado.com.br

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Sem palavras...

Imagina...
Tom Jobim ( opus no.1)
Piano de Marcos Nimrichter.

era a palavra, portanto

era para dizer
apenas a palavra
mais simples, a palavra
...pura, a palavra seca,
dizer como se diz

que está com fome,
dizer do jeito
quando se quer
pedir licença,

dizer apenas o que
era pra ser dito e pronto:

a palavra-pólvora,
a palavra-prisma,
a palavra-pérola,
palavra pronta,
prestes a dizer

por si o que quer
ser dito, a dizer
tudo como deve,
tal faz o silêncio.

era para dizer
que o amor vem
descendo as ribanceiras, que vem
sôfrego
por entre as mil e umas trincheiras, que vem
trôpego
rolando pelass cáries das ladeiras, que vem

em transe
suspirando,
surpreendendo-nos e
superando-nos,
supondo-nos invencíveis

em um só ponto. era a palavra
por dizer

a fala dos sem alicerces,
dos que provêm
de preces e
pressas e,
às vezes, cala.

porque
era a palavra cara
à face, à coragem
de dizê-la, a palavra
dos arrependidos,
dos que estão dentro

do círculo dos sentidos,
a palavra
sem exatidão,

a da feira,
a da folga,
a da fuga,
a da festa,
a palavra

que se culpa,
a palavra
que se cospe,
a palavra
que se digere como coração.
ou não.

a palavra-pedra.
a palavra-ponte.
a palavra-pranto.
a palavra-pênsil...

depois
não seria preciso dizer
coisa alguma.

como criar a palavra
inaudita? como forjá-la
sem que alma se sinta
ferida? como forçá-la
pela raiz
a sair do vernáculo

para expressar o
que sinto, sem tanto embaraço?

dizer então o
que era pra ser

ao primeiro impulso primitivo?
e por isso fixar e
fincar o possível
dentro

de qualquer vínculo
previsível? era

pra dizer a palavra- espaço...
aquela dada
feito abraço: portanto,

sem dizê-la,
beijo o seu abraço-semântico e
abraço o seu
beijo-sintático. curto-

colapso.
lápis sem voo


Adriano Nunes

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

controvérsias, contonos e conchavos

Oru am Sudá

Adriano Nunes


meio-dia.
telefone desligado.
trânsito entrando sobrando
no cérebro,
calor,
vontade
de
sair correndo, dizer
o que
era pra ser dito,
esquecer
o quanto já tinha ouvido,
querer mesmo um
fim

de semana, um dia
pra rever-
ter tudo em
bel-prazer...
mas por que esse pensamento
perigoso,
cisma clínica sexto sentido
intuição,
ciúme, ridículo
arquétipo de
distração
resolveu dar as cartas,
feito diabinho
soprando, na orelha,
o conselho,
a controvérsia,
a centelha
pentelha... a regra
afinal?

e o momento
suspenso-suspense supreende-me
de tal forma
que a vida deforma,
que o real
desbota-se...
enquanto calculo
a margem de erro
do engano:

o amor
é amor e
sem cláusulas,
contrato (esqueçamos
as fissuras,
as loucuras,
as brigas mais duras,
os vexames!)
o amor é
(um desacordo?)
exato.

Adriano Nunes

O ódio do Bobo da Corte

Última Hora


06-12-10
O ódio do Bobo da Corte

Arnaldo  Jabor não chega a ter o brilho de um Nelson Rodrigues ou de um Carlos Lacerda,  mas defende bem o script  da Direita Brasileira, fazendo-se de bobo da Corte Global o que lhe permite dizer qualquer coisa, por conta da irreverência.
Não é que o pobre Jabor e a acanalhada Direita Brasileira odeiem o Lula pelo que ele é. O ódio é pelo que Lula representa E ele representa o Brasil que finalmente deu certo. O mulato que não acha importante falar  inglês (já houve tempo que parecia  que não poderíamos respirar se não falássemos francês) e não vive  animalescamente, apenas para um dia levar seus pobres rebentos à  Disney Word, fazendo, de passagem, suas comprinhas em Miami.
Um mulato boêmio, malemolente, que  não acha tanta graça assim nesses Beatles, e não sabe o que é  é Pop. E o que é Pop? Mulato empreendedor e indomável que construiu uma das maiores, mais generosas e respeitadas potências do Planeta. Um mestiço sem raça, graças a Deus, e que troca esse tal de  Sting (o que é Sting?) pela Calcinha  Preta devidamente misturada com o Luar do Sertão.
Há noventa anos, Lima Barreto, um dos maiores escritores brasileiros, internou-se num hospital para tratamento de doenças mentais que existe até hoje no Engenho de Dentro (Rio). O médico que o atendeu uma anta preconceituosa de classe média, igualzinha à que existe até hoje e que poderia chamar-se Jabor, escreveu na ficha: “Mulato, alcoólatra, aparentes quarenta anos. Diz que é escritor”.
E Jabor, aquele médico preconceituoso atualizado, descreve Lula: mulato, cachaceiro, malemolente, pensa que é estadista e que vai continuar influindo. E vaticina: “Nada disso, Lula. Vá para casa e tome sua pinguinha serena, ao lado de dona Marisa”.
O coitado do Jabor, como o médico idiota que examinou Lima Barreto, não consegue ver que Lula é estadista sim e não vai para casa, não. Vai continuar influindo e viajado pelo País, pelo Mundo e, principalmente, pela América Sul, onde consolidará aquilo que transformou-se no verdadeiro projeto de sua vida: a construção da União Sul-Americana, a Pátria Grande.
Jabor, Lacerda e Nelson Rodrigues não entendem isso. Não entendem que o Brasil e esse mulato sem curso superior podem dar certo. Eles e nossa ridícula classe média alienada carregam a herança cultural dos senhores de engenho e dos fazendeirões do café.
 Seu raciocínio síntese é o do “complexo de vira lata”. Mas eles se colocam fora disso. Acham que o complexo é só da negrada e dos mestiços sem rumo e sem prumo na vida. Eles não, eles se consideram iguais aos europeus e americanos: vestem a mesma roupa, comem a mesma comida  e curtem a mesma música. Entretanto, no fundo, eles são vassalos e, como diz o Chico Buarque, falam grosso com os bolivianos e fino com os americanos. Gentinha da pior qualidade.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Analfabeto Político...



"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Nada é impossível de Mudar
"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar."
Privatizado
"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence."

...
Bertolt Brecht