terça-feira, 30 de agosto de 2011

NAMASTÊ !!

Gayatri Mantra

 "Eu Saúdo aquele Ser, possuidor da efulgência divina e que é a causa e sustentação de todos os planos da existência.Que minha mente esteja sempre fixa e absorvida Nele e que Ele possa iluminar, purificar e inspirar meu intelecto."

OM
BHUR BHUVAH SVAH
TAT SAVITUR VARENYAM
BHARGO DEVASYA DHEEMAH
DHIYO YO NAHA PRACHODAYAT



O Gayatri mantra é, junto com o OM, o mantra mais conhecido e cantado na Índia.
Ele representa a essência do conhecimento védico e foi recebido e depois ensinado pelo sábio Vishwamitra.

Certo dia, o rei Viswamitra estava caçando nas florestas do Himalaia e chegou nas proximidades do eremitério do sábio Vasishtha. As tropas do rei estavam cansadas e famintas.
Vasishtha saldou o rei e pediu a Kamadhenu, sua vaca que podia conceder todos os desejos, que provesse alimento para o rei e suas tropas.
Vishwamitra ficou impressionado com a vaca mágica e pensou que essa  vaca poderia das conta de todas as necessidades dele, de suas tropas e de seu reino. Se aproximando de Vasishtha ele pediu a vaca como presente as o sábio respondeu egativamente, dizendo que somente aqueles que eram realizados na verdade de Brahman poderiam ter a vaca.
Vishwamitra ficou muito ofendido e se enfureceu, ordenando que suas tropas tomassem a vaca a força.Vasishtha então ordenou à vaca que produzisse milhares de guerreiros celestiais, que deram uma lição nas tropas de Vishwamitra, as espantando do eremitério.
Percebendo o que ocorreu, Vishwamitra realizou que toda a sua opulência, armas e exércitos não valia de nada perto da realização yogue de um Brahmarishi (título concedido aos mais altos sábios realizados em Brahman, como Vasishtha). Vishwamitra resolveu ele próprio se tornar um Brahmarishi, abandonando seu reino e adentrando as florestas do Himalaia para praticar meditação profunda em Brahman.

Por muitos anos ele praticou exercícios espirituais e meditação, conseguindo grande poderes yogues.
Vendo o avanço de Vishwamitra, Indra, o deus celestial, se assustou e temeu que Vishwamitra pudesse o suceder no comando dos céus. Assim, enviou uma bela ninfa para distrair a meditação de Vishwamitra.
O rei se viu vítima da paixão e se enamorou da ninfa, que engravidou e deu a luz a uma linda menina. Quando se deu conta de que a luxúria havia consumido todos os anos de esforço e meditação, Vishwamitra renunciou sua esposa e filha e mais uma vez entrou em meditação profunda.

Desta feita, Vishwamitra conseguiu poderes ainda maiores e Indra, mais uma vez mandou uma ninfa, que tentou atrapalhar a meditação de Vishwamitra. Tendo sucesso em sua empreitada a ninfa se aproximou do rei, que por sua vez se lembrou da experiência passada e ficou cheio de raiva contra a ninfa por ela ter quebrado sua meditação profunda.Vishwamitra, então, transformou a ninfa numa pedra.
Foi só então que Vishwamitra percebeu que a raiva e ira haviam consumido todos os anos de sua intensa prática espiritual.Mas com perseverança inquebrantável, Vishwamitra subiu mais alto no Himalaia e entrou mais uma vez em meditação profunda.

Durante esse período, um outro rei se aproximou do sábio Vasishtha e pediu a ele para realizar um grande sacrifício do fogo para que o ajudasse a atingir o paraíso com seu corpo carnal e com sua consciência atual, o que Vasishtha recusou prontamente.
Ofendido e revoltado o rei, chamado Trishunku, se aproximou de Vishwamitra.

Vishwamitra viu nesse encontro uma oportunidade de ser vingar de Vasishtha, mostrando seus poderes yogues.
Feito o sacrifício do fogo, Vishwamitra mandou o rei ao plano de Indra, com corpo e consciência terrena.
Sabendo ser impossível manter o rei no plano de Indra com o corpo e consciência terrena, Vishwamitra o trouxe de volta, mas enquanto descia das alturas celestiais o rei Trishnku chorou e orou para que Vishwamitra o salvasse.
Vishwamitra concedeu a salvação ao rei, criando um sistema estelar apenas para o rei. Ou seja, o seu poder era tão grande que ele criou umcéu/paraíso apenas para o rei.Mas ao fazer isso, Vishwamitra percebeu que todo o esforço de sua meditação e exercícios espirituais intensos foram em vão.

Mais uma vez ele se viu decepcionado e vez o voto de não sair mais de sua meditação profunda.
Quando Vishwamitra se deu por satisfeito com sua prática, Brahma em pessoa apareceu ante ele e disse que estava muito satisfeito com a intensidade da prática de Vishwamitra, concedendo-lhe o título de Maharishi (Grande Sábio). Entretanto, Brahma lhe avisou que para se tornar um Brahmarishi ele deveria ser abençoado pelo Sábio Vasishtha. Ao dizer isso, Brahma desapareceu.Mesmo atingido o estado de Maharishi, Vishwamitra se frustrou ao pensar que depois de tudo ainda teria que recorrer ao sábio Vasishtha para ser abençoado.

Com ciúme da posição de Vasishtha ele pensou que se o matasse ele não precisaria das bênçãos para se tornar um brahmarishi.Espreitando a casa de Vasishtha ele pegou uma grande pedra para atirar na cabeça de Vasishtha.
Mas quando estava próximo ele escutou a esposa de Vasishtha, Arundhati, dizendo que já que Vishwamitra havia se tornado um grande homem, ele deveria abençoá-lo e assim elevá-lo ao estado de Brahmarishi. Vasishtha concordou e disse que assim que Vishwamitra o procurasse ele concederia sua benção.

Ao ouvir isso, Vishwamitra se sentiu profundamente envergonhado, lançou a pedra longe e correu para se curvar diante do grande sábio.
Assim, Vasishtha disse a Vishwamitra: "Você mostrou ao mundo que o espírito humano é invencível e não aceita derrota. Você conquistou a luxúria, os desejos, o apego e arrogância, um por um, através de suas intensas práticas espirituais e meditação. A última barreira era o ciúme. Agora você o conquistou também. Salve Brahmarishi Vishwamitra! "
Assim que Vasishtha tocou o ponto entre as sobrancelhas de Vishwamitra, seu chakra frontal se expandiu e ele viu os sete ritmos pelos quais o Cosmo foi criado.

Nesse exato momento, o Gayatri Mantra junto com os sete Vyahritis (lit. ritmos, mas são os sete planos de manifestação consciencial) foi revelado a ele.
Vishwamitra tem como tradução possível "amigo (mitra) do Universo (vishwa)".

Gayatri é um dos aspectos da deusa Saraswati, esposa de Brahma e que
representa o seu poder criativo ou shakti. Saraswati é mitologicamente representada como a protetora e inspiradora das artes, música, literatura e ciência. No entanto, esotericamente ela representa o potencial de expressão da mente humana.

A palavra Gayatri é composta de duas palavras:
Gaya= Florescer, abundar, energizar (vitalizar), energia vital.
Trâyate =o que protege; o que concede a liberação.

OM: de forma simplista podemos dizer que ele é o som primordial, a
fonte de toda a criação. Um dos outros nomes pelo qual é conhecido é
PRANAVA ou "substrato da vida, princípio vital".
O OM é a base de onde toda a criação tem existência. Ele é o
substrato de todo o Conhecimento, é o "pano de fundo" onde o potencial criativo se manifesta.
Não podemos aprofundar o assunto aqui, mas o OM é produto da Shakti,
ou Poder Criativo da Consciência [Brahman].
Somente a explicação desse mantra daria um livro, mas para o nosso
estudo a definição acima basta.

BHUR BHUVAH SVAH: são 3 das 7 Vyahritis (lit. "palavras, dizeres")
percebidas pelo sábio Vishwamitra. Representam 3 dos 7 planos de
manifestação da Consciência.

As vyahritis mais o OM são usadas como uma introdução ao mantra.

BHUR é tradicionalmente associada ao plano físico. Esotericamente é
a "espiritosfera" (neologia usada para descrever a amplitude
da "atmosfera espiritual" pertinente ao planeta, corpo celeste ou
parte/ambiente sideral) do planeta Terra.

BHUVAH é lit. "atmosfera". Esotericamente é a espiritosfera
imediatamente superior à nossa. Segundo a tradição seria o espaço
entre o Sol e a Terra e entre a Terra e os outros planetas. Para o
pensamento hindu, todos os planetas são habitados e ao mesmo tempo
são consciências distintas, sendo Júpiter o mais avançado
(espiritualmente) de todos (em nosso sistema solar).
Lê-se "buvarrá". Em alguns casos, onde o `h' final não é
pronunciado, é "buvá".

SVAH: é o Paraíso, o plano mais alto em nosso sistema. Esotericamente é associado ao Sol, que segundo os sábios é o "limite da onisciência" (Ishwara) de nosso sistema. É ele o portador de todos os referenciais de conhecimento que possuímos. Para um aprofundamento recomendo ler com atenção o Yoga Sutras de Patanjali. Infelizmente não poderemos aprofundar esse tema aqui, pois ele é extenso e tem correlação com a manifestação consciencial desde Brahman até o mundo físico.Lê-se "suvarrá". Em alguns casos pode ser lido como "isvárra".

As vyahrits são interpretadas de várias maneiras, dependendo do ponto de vista filosófico.

Elas também podem ser interpretadas da seguinte maneira:
Bhur: Rig Veda
Bhuva: Sama Veda
Svah: Yajur Veda

Ou ainda como sendo relacionados aos cinco pranas que fluem no corpo
humano:
Bhur: Prana (região peitoral)
Bhuva: Apana (região sacra)
Svah: Vyana (permeando o corpo todo)

Essa abordagem é bem fundamentada nas disciplinas Tântricas do Hatha-Yoga e do Kriya Yoga.
É outra abordagem que requer uma explicação mais detalhada, mas infelizmente não é possível nesse momento, visto que todo o
conhecimento de bioenergia fundamentada no Kundalini Yoga, Laya Yoga,
enfim, no Tantra teria que ser explicado.


SIGNIFICADO EXOTÉRICO

1)Tat: Sabedoria Profunda (Brahma Jñana)
2)Sa: Bom uso da energia
3)Vi: Bom uso da riqueza
4)Tu: Coragem durante períodos ruins / acidentes
5)Va:A grandiosidade do convívio amigável com as mulheres
6)Re:A grandiosidade da esposa, que concede toda a fortuna à família
7)Nyam: Adoração e respeito à Natureza
8)Bhar: Controle Mental constante e firme
9)Go: Cooperação e Paciência
10)De: Todos os sentidos sob controle
11)Va: Vida Pura
12)Sya: Unidade do homem com Deus
13)Dhee: Sucesso em todas as esferas
14)Ma: Justiça Divina e Disciplina
15)Hi: Conhecimento
16)Dhi: Vida e morte
17)Yo: Seguir o caminho da retidão
18)Yo: Manutenção da Vida
19)Nah: Cautela e Segurança
20)Pra: Conhecimento das coisas que estão por vir e Doação para o bem
21)Cho: Leitura das escrituras sagradas e Associação com os sábios
22)Da: Auto Realização e Bem Aventurança
23)Ya: Boa Progênie
24)At: Disciplinas da vida e cooperação

As outras 4 Vyahrits são: Mahaha, Janah, Tapah, Satyam.

TRADUÇÃO APROXIMADA

TAT: Lit. Aquele, aquela (aqui refere-se à Savitri). Lê-se "Tat" (com
t mudo).

SAVITUR: De Savitri, o esplendor do Sol, o brilho solar, os raios
solares, a força solar. Em muitos casos Savitri é associado ao deus
do Sol (Surya). Ela seria a shakti (poder) de Surya.
De forma esotérica representa o Criador, Sustentador, o todo
penetrante.

VARENYAM: Desejável, excelente, o melhor entre

BHARGO: efulgência, esplendor, luminosidade (que destrói os pecados), brilho, glória.

DEVASYA: Divino, relativo à divindade. Lê-se "devássia".

DHEEMAH: Meditar sobre; relativo à meditação. Lê-se "dimarri".

DHIYO: pensamentos elevados ou nobres, intuição profunda, iluminar
(revelar a Realidade Última). Lê-se com o i duplo, "diio".

YO: o que, o qual.

NAH: nosso, de nós, unir, junto, nó. Lê-se "narrá", com o "á" curto, como em água.

PRACHODAYAT: de prach (pedir, demandar) + codate[chodayate] (animar,
inspirar, colocar em movimento), portanto a tradução seria algo como
possa inspirar, possa animar. Lê-se "prachodaiáte" .

http://www.anjodeluz.com.br/gayatri2.htm

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