sábado, 25 de junho de 2011

EXTERMINIO ATÉ À ÚLTIMA NAÇÃO INDÍGENA.


“Carlos Pankararu, fundador do AIR e liderança legítima do MIR junto com a guerreira Lúcia Munduruku e Korubo (eterno candidato do Movimento Indígena Autônomo à Presidência da Funai, por seu exemplo combatividade e de coragem, representando em sua trajetória a resistência dos indígenas excluídos das políticas públicas nas Américas), faz convocação pública para a luta contra o genocídio e o holocausto ambiental expressos no decreto 7056 – enfraquecendo as resistências étnicas para viabilizar grandes empreendimentos do PAC – e a gestão neoliberal da Fundação Nacional do

Empreendedor (FUNAE); o guerreiro Carlos Pankararu, autêntico herói da luta contra o Genocídio e o Terrorismo de Estado no país, tendo enfrentado de peito aberto - com a Constituição e a Borduna, a Coragem e a Lucidez - seis mega-operações policiais contra as famílias indígenas do Acampamento Indígena Revolucionário, convoca bancada indígena do CNPI (Comissão Nacional de Política Indígenista), assim como companheiros indígenas e não indígenas de todas as regiões, credos e etnias do Brasil, para se unir na luta contra o Decreto Presidencial 7056, privatizando Funai, e contra a gestão Meira, lembrando aqui que essa é uma das formas mais eficazes de se lutar contra monstruosidades como Teles Pires e Belo Monte.”*

Conheço a posição de muitos amigos do agronegócio e mesmo os trabalhadores da FUNASA que lida com os índios, gente XENÒFOBA em nível de psicopatia que são inteiramente incapazes de respeitar qualquer outra cultura que não se relacione com seus interesses particulares. Há mesmo muita gente assim dentro da FUNASA e FUNAI, colocadas nos postos por indicação política e bradam em seus escritórios :”detesto esses índios. Eles vêm aqui e ofendem a gente o tempo todo, batem nos colegas e a gente não pode nem revidar por que essa lei os defende como se fossem inocentes”.

Há mesmo um sentimento grave e desejo de extermínio.  O que ocorreu com a escravidão e matança a ferro e fogo, ataque catequista católico e poluição física e mental na colonização, torna a acontecer com novos elementos e de poder ainda mais eficaz. A apropriação das terras se faz através de grilagem se juramenta com a morte, prostituição e pedofilia, sedução das drogas convencionais e não convencionais e apoio governamental. ETNOCÍDIO, GENOCÍDIO E EXTERMINIO são palavras que retratam o momento atual da AMAZONIA e de toda a CIVILIZAÇÂO INDIGENA NA AMÈRICA LATINA.

Transcrevo a seguir palavras de Carlos PanKararu - Líder do Movimento Indígena Revolucionário a respeito do Decreto que em extingue os 340 postos e 42 administrações da Fundação Nacional do Índio (Funai), para propor uma reforma ou uma revogação. O Decreto motivou uma invasão da Esplanada dos Ministérios em Janeiro de 2010 e foi redigido longe do conhecimento de qualquer liderança indígena, criado de forma autoritária, e – com toda certeza – foi calculado com objetivos capitalistas e nocivos ao meio ambiente.

O Ataque Governista ao Meio Ambiente para viabilizar a negociação feita já no período eleitoral e durante o governo Lula teve início do novo mandato presidencial com um Decreto já preparado e negociado.

Palavras de Carlos Pankararu - Líder do Movimento Indígena Revolucionário


Carlos Pankararu, em foto tirada em maio desse ano (2011) no Acampamento Terra Livre (ATL)

Caros irmãos indígenas de todo Brasil,

Desde o início deste decreto, todos nós que temos conhecimento da política indígena, sabiamos que este decreto nada mais é que uma porta aberta para o PAC dentro dos territórios indígenas, por isso que tem poder de fechar os postos indígenas nas aldeias e as administrações indígenas nos estados. Desta forma distânciando o governo das populações indígenas, terceirizando de uma certa forma a obrigação do gorverno federal com os índios e entregando o poder para as organizações não governamentais, dando-se o nome CNPI.
Não sou contra as organizações indígenas trabalharem e defenderem nossa população, mas, porém, a CNPI não é composta apenas por organizações indígenas. Será que o ISA, o CTI, CIMI, o IBAMA, o MPU, o Ministério da Justiça e outros ministérios, são organizações indígenas para decidir a vida dos índios? É mais que claro que essas organizões de branco não vão deixar de ser pelo governo para ser pelos índios, jamais irão deixar de construir os planos do governo que são várias hidrelétricas no pulmão do mundo(que é a região Amazônica), rodovias e minerações nas terras indígenas e até bases militares nas terras indígenas para que com as forças armadas dentro das aldeias o PAC seja desenvolvido na marra, assim como o decreto 7056 que tirou a estabilidade da FUNAI e como a Hidrelétrica Belo Monte, e muitos outros planos secretos do governo sem consultar os povos indígenas, o que representa um desrespeito aos nosso povos. Mas quero deixar claro para a sociedade, que em breve haverá revogação do Decreto 7.056/09. Após a revogação iremos discutir novamente a reestruturação da FUNAI, que será a favor dos índios e não a favor do governo. Eu acredito que a APOINME, ARPINSUL, COIAB, e todas as organizações indígenas, jamais querem mal para seus irmãos índios. Por isso, peço que reconheçam que o AIR tem razão em suas lutas, pois não tivemos apoio nenhum do governo, mas acampamos durante 9 meses em frente do congresso Nacional. Até hoje estamos acampados em Brasília, brigando pela saída do carrasco Marciomeira (atual presidente da FUNAI) e para a revogação deste decreto que desrespeitou todos os índios do Brasil. Lembrem-se do ATL: quem trouxeram as 700 lideranças foram vocês e todos que vocês trouxeram, pediram o mesmo que nós vinhamos pedindo há mais de um ano. Apenas quem não pediu a reestruração da FUNAI e a revogação do decreto foram algumas lideranças das próprias organizações. Quero parabenizar o diretor da ARPINSUL, Kretã Kaingang, e Rildo pois tiveram a coragem de gritar em plenária que seus objetivos são os mesmos de nós povos indígenas do Brasil que é a exoneração do atual traíra presidente da FUNAI e a revogação do decreto. Somos todos uma só irmandade independente de lideranças e organizações. Eu e meus irmãos do AIR afirmamos que está luta não vai parar enquanto não houver revogação do decreto e exoneração do carrasco do governo que ocupa a FUNAI. Se querem ajudar os índios do Brasil juntem-se a nós, para que a força torne-se mais forte e o tempo da vitória torne-se mais próximo.
Sem mais.
De: Carlos Pankararu
Para: Todos os índios do Brasil
Parabéns a todos os irmãos da CNPI por terem acordado enquanto é tempo de solucionarmos o problema.
* Murilo Marques Filho

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