domingo, 13 de fevereiro de 2011

Encruzilhada



















Entre a cruz e a corda
Entre a espada e o nada
Entre a verdade e a concessão
Entre a esperança e a toalha
Entre a força e o medo
Entre a luta e a estrada
Vida é encruzilhada,
Diria Clarice, isto ou aquilo.
Nova encruzilhada, pergunto a você:
Seguir com a cruz, a espada, a verdade, a esperança, a força e a luta?
Ceder à corda, ao nada, conceder ao medo, jogar a toalha, seguir a estrada?

Perguntaram-me: e ai? Vai continuar insistindo? - Perda de tempo!
Afinal, há 2000 a escolha é Barrabás.

Acredito firmemente que a opção pela preservação das nossas riquezas é a única forma de promover as mudanças de que a sociedade precisa para a libertação.
Acredito e insisto que ética, moral, respeito, caráter e amor não podem ser relativos.
Todas as experiências bem sucedidas de desenvolvimento social foram possíveis apenas com respeito ao potencial humano e criativo, com respeito às desigualdades e todo tipo de crença.
Insisti e reafirmo a necessidade de mudar. O mundo precisa mudar.  Mudar em essência, em espírito, em alma e, principalmente, em posicionamento diante da vida. Saúde, educação, cultura, casa e comida têm que ser bom para todos. Champanhe e caviar aos nobres ( ou enobrecidos) e craque, cachaça e carniça aos pobres ( ou empobrecidos) é sinal claro de espoliação.
Para alcançar mudança real, nenhum vínculo com os vícios e amarras ao erro podem ser mantidos. Refiro-me ao posicionamento eticamente inadequado de que – tal como em Tróia - para vencer o inimigo, é preciso aliar – se a ele, infiltrar-se maquiavelicamente em suas entranhas e envenená-lo, trucidá-lo, extorqui-lo para, enfim, conceder o golpe final.
Há ainda os que aproveitam o discurso e pegam carona, para – mais uma vez – vender a confiança dos amigos mais adiante, por qualquer tostão, espelho ou trocados sujos, dourados.
Busquei os amigos e convidei a formarmos uma comunidade ambientalista no lugar onde estão as minhas raízes.  Um novo ideal, independente e livre, com  direito à voz.
Era consenso: ou você se junta a um deles ou jamais será ouvida.
Discordei.
Discordo.
Desconsidero a hipótese de concordar por conveniência, corromper – me ou me prostituir ideologicamente, filosoficamente, muito menos fisicamente para atingir objetivos vazios e egocêntricos.
Argumentam algumas hienas: se você não se juntar a eles, vão lhe destruir. O povo gosta é disso.
Muitos me fizeram crer que o povo quer ser escravo. Tem mesmo pavor a quebrar as correntes. Prefere o pelourinho.
Talvez realmente o peso dos 300 anos a chicote e tronco, a café, cuscuz e goma, trocados por cerveja, carne e arroz sejam o suficiente.
Talvez não seja mesmo necessário ainda expor minha integridade física, ética e moral em nome do crescimento e libertação de todos.

Mais uma vez pergunto ao Divino, como em toda decisão importante e Ele me diz: pergunte a eles.
Pergunto então: o que me diz a consciência do todo?
A cruz ou a corda?
A espada ou o nada?
A verdade ou a concessão?
A esperança ou a toalha?
A força ou o medo?
A luta ou a estrada?
...
Encruzilhada.

Um comentário:

Mari disse...

"Candidata"
sim, vc deveria ser a candidata unânime de todos que acreditam que ainda é possível fazer algo de positivo, limpo, verdadeiro.

Belo texto, minha amiga. Belo discurso. E ainda mais belo por ser fruto de sua verdade. Quem conhece só a imagem do blog pode até se perguntar se ainda existem pessoas assim, como você. Mas para nós, que conhecemos sua essência há tanto tempo, não existe dúvida alguma.

Suas palavras tocam o coração, porque sei que são a mais pura expressão da verdade. E fico maravilhada de ver tanta força e beleza em você, em suas crenças.

Saia da encruzilhada! Não duvide nem por um segundo que o seu caminho está certo. A escolha AINDA é Barrabás. Mas não o será por mais muito tempo. E, então, apenas os que trilham a estrada da verdade conseguirão continuar. Você sabe disso.

Força e Luz!
Mari