quarta-feira, 11 de julho de 2012

... e os outros?



Ou se inocenta o Cachoeira e o Senador 
ou se prende o Congresso e a Assembleia inteira.


Admito: não tenho mesmo a menor vocação para a “política”!  Não mesmo!

Apesar de participar a vida inteira de todos os processos (afinal, a herança familiar e a convivência com eleições, e política de interior, e avó discutindo a cada pleito as agruras dos Bocas e Tupas, e pai tentando incutir consciência e cidadania, e convivência com amigos e parentes ligados aos par.ti.dos  Brasil a fora) ,  fui rotulada pelo líder "estelar" da minha cidade, no interior do Piauí como ignorante política. Sabem por que? – Insisti, insisto e persistirei na insistência de que Político e Safado não são sinônimos.  Político e corrupto, não são sinônimos. Político tem que ser oportunista, ladrão, mau caráter, desqualificado? Também não!

Amigos! O famigerado caso Cachoeira deveria ser tratado como roubo de galinha pelo Governo Federal e pela mídia. Afinal, muda o volume de negociação em termos de valores, mas o caso é corriqueiro. Todos  os parlamentares que estão ali, naquela encenação barata , foram eleitos de forma que a ignorante aqui  entende como contravenção, corrupção, negociação inescrupulosa. Não há ...( conforme me foi dito pelas “raposas” velhas e experientes em eleição) ... Não há jeito de se conseguir “ganhar” uma eleição sem negociação. Obviamente, o termo ganhar eleição já é um total absurdo. O aceitável, no caso de um cidadão ser escolhido como representante do povo deveria ser um cargo de  honra e não de vantagem na dita esperteza. 

E disseram a mim: “amiga, ou você assina a carteirinha do partido ou não teremos como lhe apoiar.”
Outro sugere: “amiga, você tem excelentes propostas, mas não vai chegar a lugar nenhum se não se juntar a um deles.”
Tradução recebida de uma tia: “minha filha, você tem que baixar a crista!” 
Ainda: “Moça! Quem pode, manda. Quem tem juízo obedece.”
Condição número um para o cidadão vir a ser aceito como candidato num desses par.ti.dos é que aceite as com dições da negociações  impostas pelos  donos dos  par.ti.dos  ( leia-se: donos do dinheiro).

Ora, ora, ora!
“Atentai, meus irmãos!” (frase de um famoso ex-senador piauiense).

Já ficou evidenciado pela mídia que os votantes naquela CPI não tem idoneidade para condenar nem o bicheiro, nem o senador que será escolhido como “bode expiatório” (perdoem-me os amigos bodes). O sistema é corrupto e podre. Dizem os especialistas em eleição e isso já ficou claro e recorrente em todo o país: “se foi eleito, é por que recebeu dinheiro de caixa 2 para comprar eleitor  sem consciência política, em estado de miséria, ignorância e fragilidade emocional ou simplesmente adeptos à safadeza por que levam alguma vantagem inescrupulosa diante dos vizinhos, amigos e/ou parentes. E esses eleitores ainda se acham espertos e idolatram quem roubou, mas fez. Político bom sai pelas ruas da cidade ostentando seu carrão e pagando conta de boteco, bocas de som nas alturas a estrondar funk, forró e farra. 

Não se elege quem não sucumbe à imposição do poder que remete, necessariamente, à perda da moralidade, da ética. Por que essas duas, juntamente com o caráter, não são relativas. O nível da falha de caráter não muda em função do tamanho do roubo.

Cidadão!  Quer mudar essa situação? Vote certo, ou seja: consciente.

Você vendeu seu voto?- Você também é corrupto.  Essa via é de mão dupla. Há corrupto, por que há corruptor. Há corruptor por que outro aceita ser corrompido, comprado, humilhado. Afinal, essa situação existe por que o povo aceita tudo o que configura o processo de legitimação do poder.  Esse povo chegou a Brasília por que foi escolhido como representantes do povo.

Você é daqueles que dizem: “ele rouba, mas faz”? – você está roubando com ele. Está roubando pior: rouba o futuro de seus filhos e netos.

Mesmo que um Cachoeira seja preso e um Senador perca um mandato, nada muda no cenário político enquanto o conceito de ética, moral e caráter continuem vistos como algo relativo. A causa está nas instituições, convicções e postura do nosso povo: religiões, famílias, escolas. Os poderes pertencem aos Cachoeiras e os Demóstenes por que o povo escolheu assim. E a vontade do povo é soberana.

Brasília é produto da sociedade brasileira. 

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