sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alone



Digito linhas que te alcançam.
Vago por tuas entranhas.
Alço vôos sem saber o destino.
Revolto.
Elevo tua imaginação.
...
Provoco o mar.
Enriqueço tuas salinas.
Subtraio lagoa de mim para te ofertar o que há de mais doce.
Acidento a geografia.
Deixo sem nexo tua língua portuguesa.
Transgrido qualquer matemática.
Dou-te e aumento o meu vazio.
Quanto menos há de mim,
mais te preencho.
Sou verbo.
Verso para os teus sentidos.
Sopro o frescor da novidade em teu dia
e asfixio rarefeita.
Te alimentas da minha fome.
Bebes da minha sede de vida.
Vampirizas minha energia
e te fazes segunda pessoa.
Pronome que não conheço o rosto.

Cristina Carriconde

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