quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

"anexos da existência"

Adriano Nunes


eu

sonho dissecado pelo dia-a-dia
sangue de grafite a fugir
das engrenagens de tudo

preciso de ficar aqui

- a floresta íntima me devora
pouco a pouco...
estou com muito medo -

entre as pedras, as plantas,

as libélulas,
os pirilampos e a lua...
a ver o rio cumprir o seu livre saldo,

o seu fluido sentido,

seus nós.
que importa?
esses ruídos são os meus

passos...

agora adentro o labirinto e
agarro-me ao Touro de Minos,
choro. são só pedaços,

anexos da existência.

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