segunda-feira, 16 de abril de 2012

Raul Seixas. O gênio que criou a Sociedade Alternativa...

E foi expulso do Brasil exatamente por isso...


e, infelizmente, morreu entorpecido.


Raul Santos Seixas nasceu às 8 horas da manhã em 28 de Junho de 1945 numa família de classe média baiana que vivia na Avenida Sete de Setembro, Salvador.[9] Seu pai, Raul Varella Seixas, era engenheiro da estrada de ferro e sua mãe, Maria Eugênia Santos Seixas, se dedicava às atividades domésticas.[9] No próximo mês ele foi registrado no Cartório de Registro Civil de Salvador com o nome do pai e do avô paterno. Em 16 de setembro do mesmo ano, batizaram-no na Igreja Matriz da Boa Viagem.[9]

Embora Raul mantivesse um gosto muito sincero pela música, seu sonho maior era ser escritor como Jorge Amado. Na sua cidade, escutavam Luís Gonzaga todos os dias, nas praças, nas casas, em todos os estabelecimentos. Enquanto isso Raul junta-se a cena do Rock que se formava em Salvador. "Em 54/55, ninguém sabia o que era rock. Eu tocava e me atirava no chão imitando Little Richard." [19]. Com o passar do tempo a banda que chegou a ter diversos nomes, como Relampagos do Rock, formadas então pelos irmãos Délcio e Thildo Gama,[20], passa por várias formações e em 1963, passa a se chamar The Panters, banda que agora já se tornara sensação de Salvador. A fama se espalha, e a banda é rebatizada pelo nome Os Panteras. Nessa época Raul casa-se com a americana Edith Wisner.[21]


ENTREVISTA


Em 1968, Raulzito e Os Panteras gravam seu primeiro e único Disco, Raulzito e Os Panteras. Assinando contrato com a gravadora Odeon, após encontrarem Chico Anísio e o rei Roberto Carlos, que os reconheceu nos corredores de uma grande gravadora.[22] O Disco no entanto não teria sucesso de critica nem de público. Eládio Gilbraz, um dos panteras, diria: " De um lado havia a inexperiência de quatro rapazes, recém-chegados da Bahia, falando em qualidade musical, agnoticismo, mudança de conceitos e sonhos. Do outro lado, uma multinacional que só falava em 'comercial". Talvez não tenha sido o disco que o grupo imaginara, mas nosso sonho era gravar um disco.[22]




Eu morri há dez anos atrás

Há dez anos, o Brasil perdia Raul Seixas, o maluco-beleza,
o mentor da Sociedade Alternativa e guru de milhões.
Hoje, poeira assentada sobre o túmulo, já é possível
enxergar a verdade por trás da fachada mística de Raulzito.
Profeta? Messias? Bruxo? Ou simplesmente um personagem
criado pela imaginação dos fãs? A história de Raul é mais
bizarra que qualquer livro de magia. 
por Ricardo Alexandre ... LER MAIS:
Matéria publicada pela revista Trip, nº 71, (agosto 1998)

A partir daí, Raulzito e Os Panteras passariam sérias dificuldades no Rio de Janeiro. Raul morava em Ipanema, e ia a pé até o centro da cidade para tentar divulgar suas músicas, não obtendo sucesso.[22] Embora algumas vezes os Panteras recebiam ajuda de Jerry Adriani, tocando assim como banda de apoio para o mesmo, que segundo Raul o deu muita experiência e o ajudou a descobrir como se comunicar, segundo ele, suas "músicas eram muito herméticas".[22]. Raulzito passaria então fome no Rio de Janeiro [22] (como mais tarde escreveria em Ouro de Tolo).


Esta seria a segunda chance de Raul, apostando no talento do amigo, Jerry Adriani convence o então presidente da CBS, Evandro Ribeiro, a dar a Raulzito um emprego de produtor. Raulzito trabalhou anonimamente por um bom tempo.[25]



Raul após ter entrado na CBS, fez grandes aliados e amigos. Ainda em 1968, a dupla Os Jovens e a banda The Sunshines apostaram em suas letras. No entanto, Raul faria um grande amigo e parceiro: Leno, da dupla Leno e Lilian. "Raulzito sempre esteve 20 anos adiante de seu tempo e Leno o compreendia; na verdade, sempre houve uma grande admiração mútua". Diria Arlindo Coutinho, da relações públicas da CBS. Em seu compacto duplo Papel Picado, lançado em 1969, Leno registrou Um Minuto Mais, versão de Raulzito para I Will (nada a ver com a canção de Paul McCartney). Também não se pode esquecer de Mauro Motta, outro grande parceiro de Raul nesta fase.[25]


ARQUIVO N
( Arquivo N, é um Documentário da Globo News, que pesquisa sobre fatos e pessoas que entraram para a história. Este programa contou a história de Raul Seixas.)


Jerry Adriani decide convocar Raulzito para ser o produtor de seus discos. No álbum de 1969, aproveitou para gravar uma de suas músicas, Tudo Que É Bom Dura Pouco. Naquela mesma época, outros ídolos da Jovem Guarda também apadrinharam Raulzito gravando suas letras como Ed Wilson, Renato e seus Blue Caps, Jerry Adriani, Odair José.

"Acho que Raul Seixas morreu por amor",

conta diretor de documentário sobre o cantor. 

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1970 marcou o início de uma fase muito ativa na carreira de Raulzito, como produtor da CBS. Primeiramente, suas composições passaram a ser gravadas pelos artistas do cast da gravadora. Passou o ano produzindo discos para Tony & Frankye, Osvaldo Nunes, Jerry Adriani, Edy Star e Diana, além de escrever uma quantidade enorme de músicas para os colegas da gravadora.[25] Algumas de muito sucesso, como Doce doce amor (Jerry Adriani), Ainda queima a Esperança (Diana) e Se ainda existe amor (Balthazar). Raulzito nessa época passa a ter um bom emprego de respeitado produtor, que conseguira lançar suas composições como Hits na voz de outros cantores e produzir grandes artistas. Mas Raulzito não se conformava apenas com isso, com o apoio de Sergio Sampaio, Raul passa cada vez mais a realimentar os sonhos de quando ainda morava em Salvador, que era ser um cantor.

  

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